Capítulo 28

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Isaac

Jamais pensei que seguraria Sienna em meus braços. Jamais pensei que eu a abraçaria e a deixaria chorar até desmaiar de sono, completamente apavorada e perdida.

Sim, ela me mandou embora. Ela disse que não me queria perto dela.

Mas, apesar da sua boca me dizer para ir, alguma coisa em seus olhos me implorava para ficar.

Então eu fiquei. E mais que isso: eu pensei "que se foda".

Foda-se que ela me odeia. Foda-se que nós sempre brigamos. Nesse momento, eu não posso deixá-la sozinha. Por mais irritante que ela seja, alguma coisa dentro de mim se quebra cada vez que eu a escuto chorar. 

Enquanto a abraço e sinto cada respiração, cada batida do seu coração e cada lágrima que desce pelo seu rosto, prometo a mim mesmo que nunca mais vou deixá-la se sentir assim. Que eu farei de tudo ao meu alcance e fora dele, para evitar que esse tipo de coisa aconteça de novo.

Eu não gosto dessa sensação e nem desse pensamento, mas eu odeio muito mais vê-la chorando.

E então, antes que ela caísse no sono sendo acalentada lentamente e apertada pelos meus braços, outro pensamento começou a consumir minha cabeça: eu vou achar quem fez isso. Eu vou caçar essa pessoa e, quem quer que ela seja, eu vou fazê-la se arrepender disso.

•••

– Não consigo acreditar que isso aconteceu – Sebastian diz enquanto se senta no sofá da nossa sala de relaxamento. – Essas garotas são completamente loucas.

– Isso com certeza não foi ideia daquelas cobras – Finalmente falo para Sebastian, andando calmamente de um lado para o outro, tentando acalmar meus pensamentos. – Tenho certeza de que alguém maior está envolvido nisso.

– Por que você acha isso? – Lorenzo pergunta levantando a sobrancelha e se encostando em um pilar alguns metros na frente.

– Mesmo Sienna ainda estando marcada quando as garotas a atacaram, todo mundo sabe que a parte pesada da marcação é nossa. – Respondo passando a mão pelo meu cabelo, imaginando quem poderia ser a mente por trás disso. – Elas não iriam se arriscar desse jeito... não sem alguém garantindo que elas ficariam bem.

Sebastian solta uma risada alta, fazendo com que eu e o Lorenzo nos virássemos em sua direção.

– Olha, pelo que você nos contou, bem elas definitivamente não ficaram – Seba comenta, ainda rindo.

Solto uma pequena risada, lembrando de seus rostos consumidos pelo pânico.

– Quebrar o celular de garotas podres de ricas não faz praticamente nenhuma diferença – Falo me apoiando com os dois braços em uma cadeira, olhando para o meu amigo. – Não foi o suficiente.

– E o que você pensa em fazer, então? – Lorenzo pergunta com um tom irônico na voz. – Expulsar todas elas do colégio?

Ele solta uma risada.

– Sim – respondo, dando de ombros –, na verdade era exatamente o que eu estava pensando em fazer.

Os olhos dos meus dois melhores amigos se arregalam, perplexos e incrédulos.

– Você não pode fazer isso – Fala Sebastian, levemente assustado com a minha ideia.

– E por que não? – Pergunto levantando as sobrancelhas, realmente curioso.

– Porque não, Isaac – Seba rebate. – Essa ideia é simplesmente absurda.  

– Não acho – Respondo calmamente. – Eu até as denunciaria para a polícia, mas como o que eu fiz também é ilegal e eu acabei destruindo todas as provas, não acho que daria muito certo.

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