Sansa subiu para seu quarto depois daquela conversa reveladora com sua mãe. Ela tirou a roupa e tomou um banho rápido para enxaguar o suor seco que se acumulou durante sua caminhada na floresta. Depois do banho, ela vestiu uma camiseta cinza folgada e uma legging preta e se deitou na cama, pensando. Pensando em si mesma e no que havia acontecido no ano anterior.
Ela ficou aliviada. Flutuando mesmo. Ela assumiu para sua mãe. Parte dela queria correr para sua mãe e dar-lhe outro abraço por fazer aquela conversa acontecer, porque ela não tinha certeza de quando ela conseguiria dizer alguma coisa. Certamente não antes da partida de Daenerys.
Daenerys.
O nome trouxe á mente aquela outra parte da conversa com sua mãe, a parte que ela mentiu.
Sansa não era inexperiente quando se tratava de namoro. Ela teve namorados na escola e no início da faculdade. Ela tinha até levado uma vida social ativa; festas, bares e clubes fazendo parte disso. Mas, no início do atual ano letivo, seu primeiro ano, Sansa sabia que algo estava errado. Jeyne reclamou que Sansa raramente ia para casa com um cara. Ela argumentaria que não gostava mais de coisas casuais. Jeyne rebateu dizendo que Sansa não tinha um encontro adequado desde o final do segundo ano. Sansa diria que ela estava muito ocupada. As discussões delas no início do ano haviam girado sem parar, Jeyne ficando exasperada com a falta de preocupação de Sansa com sua própria vida amorosa e Sansa secretamente preocupada em saber por que não estava preocupada.
Não é que ela não quisesse alguém. Alguém para conversar, abraçar, compartilhar beijos e toques suaves. Sansa não sabia como dizer a Jeyne que os caras com quem ela tinha saído simplesmente não inspiravam o tipo de interesse que Jeyne parecia ter em seus primeiros encontros. Verdade, o lado bom disso era que ela sempre estava no controle, já que ela nunca estava louca para começar. Eles eram geralmente legais, divertidos de conviver, mas a desvantagem era que, quando se tratava de intimidade física, era com se seu o corpo de Sansa dissesse 'meh' e se recusasse a fazer mais do que um suspiro de desapontamento, fingindo estar feliz com a frequência.
Se ela fosse honesta consigo mesma, ela mal conseguia lembrar da última vez que não teve que fingir.
E se ela fosse brutalmente honesta consigo mesma, permitindo que seus pensamentos secretos saíssem da luz, Sansa teria reconhecido que, no início do ano letivo, quando viu pela primeira vez um certo alguém sentada em um banco no pátio principal do campus, era como se seu coração estivesse disparado.
Corações batendo forte? Isso realmente não acontecia com as pessoas, certo? Borboletas no estomago? Ela sempre pensou que as pessoas inventavam essas coisas ou pelo menos exageravam. A onda de desejo por uma estranha? Apenas para pessoas ridículas que não conseguiam controlar. Ela nenhuma dessas coisas antes. Não naquela manhã fresca em que Sansa os sentiu e ainda por uma garota com cabelos loiros prateados. E foi eletrizante daquele jeito 'ela pode morrer desse sentimento mas por favor nunca pare.'
Sansa estava tratando dessa coisa de romance de maneira totalmente errada; a razão pela qual homens não pareciam interessá-la era porque eles literalmente não a interessavam. Como ela não tinha visto isso antes? Como ela não sabia?
Claro ela não foi brutalmente honesta consigo mesma naquela época, não imediatamente, e ela não reconheceu esses pensamentos e realizações até muito mais tarde, o que não fazia muito sentido considerando que sua irmã era bissexual e não tinha recebido nada mas que amor e apoio da família e amigos. No entanto, a lógica foi deixada de lado quando se tratava de seus próprios sentimentos. Arya sabia de si mesma desde jovem e se confessou para a família quando tinha dezesseis anos, enquanto Sansa agora tinha vinte e um e foi completamente pega de surpresa. A possibilidade simplesmente nunca ocorreu a ela e, então ela empurrou esses pensamentos para longe e profundamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
compartilhando espaços
Lãng mạnSansa gostou daquele confinamento com sua família, mas isso incluía uma pessoa que a provocava como nenhuma outra? Não. Ela mudaria de ideia? Absolutamente não, de jeito nenhum, nuh ... uh talvez?