Regina despertou subitamente com uma cobra rastejando próxima a sua perna. A loira deu um grito, se levantando em um salto. Pegou um galho que havia próximo, afugentando o réptil. Largou o galho no chão após um suspiro de alivio e observou o local onde estava inserida. Estava na entrada da floresta Esmeralda, próxima a cidade Faroeste de Fantasia. Perto dela, estirada no chão ainda inconsciente, estava a princesa Jasmine.
— Hey, você está bem? — Regina chacoalhou o corpo desacordado da princesa. Ao notar que a mesma não estava despertando, deu-lhe um tapa com demasiada força em seu rosto — Acorda!
— O quê...?! Quando...? Onde...? — Jasmine despertou desorientada, sentindo a dor do tapa que recebeu.
Ambas se levantaram do chão daquela floresta. Nenhuma delas fazia noção de como haviam chegado ali. Não possuíam nenhum ferimento, mesmo após o incêndio — e aparentemente não haviam morrido. Bom, não demorou muito para a princesa se questionar se realmente isso era verídico. Pois, em frente a ambas surgiu um esqueleto de dois metros de altura, usando um terno e um chapéu de palha, enquanto segurava em sua mão esquelética uma taça com um liquido azul. Jasmine deu um grito, se escondendo atrás da mais nova. Regina, por outro lado, sorriu ao reconhecer o homem diante dela.
— Ossudo! — Exclamou Regina — O que faz aqui? Achei que tivesse viajado para as Bahamas para curtir sua aposentadoria.
— Veja se não é a pequena garota valente — A caveira gesticulou com as mãos, se inclinando em sinal de reverência. Tomando em seguida um gole de sua bebida — Estava prestes a partir quando os humanos da cidade passaram a festejar. Inventei que nunca fui a Morte, que aquilo tudo foi causado pelo meu irmão gêmeo do mal, e eles acreditaram — Ossudo deu uma risada debochada, de forma que um dos ossos de sua clavícula caiu. Rapidamente pegou do chão, realocando o osso de volta ao seu corpo — Como fui tão bem tratado por eles decidi ficar por mais um tempo na cidade.
— D-Do que você está falando? — Questionou Jasmine, ainda trêmula atrás de Regina — Por que estariam festejando uma vez que o nosso castelo pegou fogo?
— Esse é o ponto madame — Ossudo deu mais um gole em sua bebida. O liquido desceu pelo que seria seu esófago, caindo no chão — Os habitantes de Fantasia não aguentavam mais serem extorquidos pela monarquia. As taxas cobradas pelo Rei eram absurdas. Então, uma vez que não há mais um castelo, e estando o Rei e a Rainha em um sono profundo, os cidadãos se rebelaram e decidiram por si só abolirem o reinado em Fantasia.
Os olhos da princesa Jasmine se encheram de água. Regina compadeceu daquela mulher ao seu lado, colocando a mão sobre o seu ombro.
— E agora o que será de mim?! Como irei comer caviar todas as manhãs sem ter servos para me servirem?! — Jasmine começou a choramingar feito uma criança quando uma mãe a deixa na creche pela primeira vez. Fungando e escorrendo liquido de seu nariz. Regina fez uma cara de nojo, retirando lentamente sua mão do ombro da mais velha.
— Você ainda tem o seu reino nas Arábias. Mesmo que não estejam indo tão bem é melhor do que nada, não acha? — Regina tentou animá-la.
— E-Eu não sou posso voltar lá — Jasmine informou cabisbaixa entre soluços. Mais uma vez Regina compadeceu dela, colocando a mão sobre o seu ombro. Realmente seria constrangedor para sua família retornar nessas circunstancias. Ou ao menos era o que Regina acreditava... — Eu roubei várias joias do castelo dos meus pais. Estou sendo procurada viva ou morta por lá!
Regina mais uma vez retirou sua mão do ombro da princesa, balançando a cabeça em sinal de decepção.
— Anda. Vamos achar um lugar na cidade para você ficar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fantasia
FantasyPossui algum problema com os clichês da fantasia? Então, talvez, esse seja o livro certo para você nesse caso. Ou, talvez, seja o último livro que irá querer ler na vida. Ao menos, para Regina Monroe a segunda opção é certamente aquela que ela escol...