20. A Fantástica Fábrica de Unicórnios

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          Antes dos magos terem tempo de agir, um estrondoso rangido reverberou por toda a torre. Regina se lembrou do som do toque da campainha de mais cedo, porém, desta vez, era contínuo, como um apito estridente que preenchia o ambiente. A Feiticeira, reconhecendo de imediato o sinal de alerta para invasores indesejados em sua mansão, agiu rapidamente movida pelo desespero. Pegou sua bola de cristal posicionada ao lado de seu pé, eufórica para descobrir a identidade dos novos invasores que adentraram sua propriedade.

          No entanto, antes que pudesse contemplar a visão através da bola de cristal, as invasoras surgiram pela porta, escancarando-a sem cerimônia. Treze bruxas surgiram no salão, voando com destreza em suas vassouras. Seus trajes negros e chapéus pontiagudos destacavam-se no ambiente fúnebre, enquanto brandiam suas varinhas mágicas com rigidez.

— Se afastem deles! — Uma das bruxas gritou, direcionando a fala ao grupo de Regina.

          Regina conseguiu se soltar da mão de pedra que a agarrava ao bater suas asas com demasiada força. Imediatamente cada um dos seus aliados tomaram distância dos sete magos, que olhavam incrédulos a presença das bruxas. Com um gesto sincronizado das representantes do Capeta, acompanhado pelo balançar grácil de suas varinhas, uma poderosa magia foi lançada. Diante dos olhos perplexos dos sete magos, um imenso escudo triangular se materializou no ar, envolvendo-os em uma redoma semitransparente. A magnitude desse encantamento era impressionante, e o escudo reluzia com uma aura mágica intensa.

          Cada bruxa permanecia montada em sua respectiva vassoura, pairando no céu, enquanto mantinham suas varinhas erguidas em direção ao escudo. Era visível a concentração em seus rostos determinados, uma vez que cada uma desempenhava seu papel para garantir que a barreira permanecesse intacta e intransponível, impedindo qualquer tentativa de fuga dos magos aprisionados em seu interior.

— O que diabos está acontecendo aqui?! — Bridge quem questionou para as mesmas de sua espécie. A Feiticeira encarava a todas com desprezo e frustação, banhada na mesma ignorância que a bruxa aliada de Regina.

          Moria sorriu com a chegada das bruxas, dando um suspiro de alívio que tudo havia dado certo. O vampiro desfez suas asas e retornou ao solo, ajudando Larry a se reerguer conforme o menino retornava a forma humana após ter sua perna machucada por Verde Claro.

— Antes de termos saído de Transilvânia, fiz um pedido a Katherine. Deixei-a responsável por concertar o farol ao topo de nosso castelo, e, caso não recebesse noticiais nossas em breve, o acendesse. O farol que no passado usávamos para chamar as nossas antigas aliadas, as bruxas, para lutar ao nosso lado. Pensei que poderíamos reatar a aliança entre vampiros e bruxas ao retornar ao trono, e usar da ajuda delas contra a Feiticeira — Moria respondeu.

— Em um primeiro momento, estranhamos quando vimos no céu o holofote com o símbolo de uma vassoura — Uma das bruxas falou, mantendo sua varinha apontada para o escudo. — Não o víamos há séculos, desde que aquele mentecapto do Drake tomou o trono dos vampiros, quando nossa aliança foi rompida. Nos mandaram para averiguar, e uma nova surpresa recaiu a nós quando percebemos que a muralha feita de chocolate havia sido derrubada. A mesma que foi feita para impedir que nos aproximássemos do seu reino, já não existia mais.

— Foi quando a vampira morena nos contou — Outra bruxa começou a falar. De imediato Moria se deu conta de que ela se referia a sua amada. — Disse que vocês estavam vindo para a mansão da Feiticeira. E o que mais nos surpreendeu foi saber que logo Bridge, a mais odiosa entre nós, estava junto ao seu grupo.

— Por mais que nos doa dizer isso — Uma terceira bruxa falou, direcionando o olhar para Bridge —, estamos em débito com você. E odiamos ficar em dívida com quem quer que seja. Mesmo esse alguém sendo você

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