Ayla precisa de sangue

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- Vamos doutor, me diga, o que ela tem, como está minha menininha!
- Bem, ao cair sua filha deve ter batido a cabeça com força e teve um traumatismo craniano, também teve uma hemorragia externa, mas conseguimos cessa-las
- Ai meu Deus, minha filha! Onde ela está? Eu posso vê-la??
- Bem, não deveria, mas como a senhora é a mãe, vou te levar até ela, mas antes devo lhe dizer que a garota está em estado de coma - Fatinha lembra de Bruno de quando ele ficou em coma e da dor que sentiu, mas agora a dor era muito maior
- Obrigada doutor! - Assim ela foi com o rapaz até o leito onde sua menina estava, cercada por máquinas e cabos por todo seu corpo, ao ver tudo aquilo em uma menininha tão pequena, seu coração ficou despedaçado, lágrimas rolavam por seu rosto, não sabia o que dizer, apenas pegou na pequena mão, acariciou-a em seguida acariciou o rosto, sem soltar a mãozinha fria de sua pequenina. - Minha menina sapeca, você é minha cara, mas também tem muito do seu pai, sempre muito carinhosa e certinha como ele, eu sempre admirei esse seu lado, meiga, carinhosa, ama se arrumar, mais vaidosa que eu, muito mais. Minha princesa, espero que você saia logo dessa, a mamãe ta aqui te esperando viu? Estou aqui pra você e seu irmão sempre.

Pouco depois ela teve que sair do quarto e voltar para a sala de espera onde encontrou Leví e Gabriel.

- Mamãe! Cadê minha irmã? Onde ela está?
- Oi filho, sua irmã, está doente, mas ela vai ficar boa ta? Os médicos vão cuidar, pra ela ficar boa
- Tá! Eu posso ver ela?
- Melhor não filho! Agora não, ela está dormindo!
- Tá bom, ah, eu trouxe a boneca dela!
- Obrigada meu amor! - Disse Fatinha pegando a boneca e a observando atentamente

Um tempo depois, ainda no hospital, com o Leví dormindo, Gabriel aproveitou para conversar com a amada.

- Fatinha, eu sinto muito pelo que aconteceu, logo logo ela vai acordar e vai estar por aí de novo sorrindo, dançando, você vai ver!
- Tomara Gabriel, tomara! - Ambos se abraçaram com esperança até que ouvem um alarme e veem vários enfermeiros correndo inclusive o médico que está cuidando da Ayla, todos vão para o mesmo lugar - O que está acontecendo?? Pra onde estão?? - Ela corre na mesma direção em que eles estão e vê que estão no quarto de sua filha - Ayla, meu Deus minha filha, o que ela tem??? Meu Deus minha filha! - Alguns enfermeiros a pegaram e a tiraram de lá rapidamente - Gabriel, Gabriel! - Gritava ela em lágrimas
- Meu amor, o que houve? Porque está chorando? - Disse ele abraçando-a
- Eu não sei, só sei que eles entraram lá, alguma coisa está acontecendo com minha menina! - Dizia em lágrimas
- Calma meu amor, calma - Ele abraçava com amor e ternura

Não muito depois, com a situação já amenizada, o médico voltou, e conversou com os dois.

- Senhora, tenho que lhe falar sobre a situação da sua filha!
- Diga, pode dizer!
- Ela teve mais uma hemorragia externa, a boa notícia é que conseguimos controlar novamente, a notícia ruim é que descobrimos uma anemia nela, mas que pode ser curada com uma doação de sangue, porém o sangue dela é raro, precisa ser de alguém que tenham o mesmo sangue que ela.
- Bom, nesse caso tem eu e o Leví!
- Podemos testar!

Fatinha e Leví testam o sangue para saber se é compatível, porém nenhum dos dois tem o sangue compatível.

- Essa não Gabriel!
- E agora amor?
- Só tem uma pessoa que pode nos ajudar!
- Já sei quem é - Ele fala desanimado
- É nossa única esperança!
- Eu sei, quer que eu vá atrás dele?
- Não, deixa que eu vou e vou agora mesmo!
- Mas querida, você vai agora pela madrugada?
- Madrugada não, já é quase de manhã, vou chegar lá quando eles já tiverem acordados, e isso é uma emergência!
- Nesse caso tudo bem! Eu vou pra casa com o Leví, ele está caído de sono e eu também!

Fatinha foi até a casa dos pais de Bruno, chegou lá por volta das 5 da manhã batendo na porta.

- Meu Deus, mas quem é que está batendo na porta desse jeito e a essa hora da manhã! - Dizia a mãe de Bruno ao abrir a porta - Você? Mas o que é que...
- Antes que a senhora diga qualquer coisa estou aqui por motivos de força maior!
- Como assim, o que você quer?
- Onde o Bruno está? Cadê ele??
- Mas pra quê você quer saber onde está meu filho?
- Não interessa, só me diga onde ele está
- Não sem antes saber o que você quer com ele - Na mesma hora Fatinha se senta no sofá chorando
- É minha filha, ela está internada, com anemia e precisando de doação e só ele pode ajudar
- Afinal, o que é que meu filho tem haver com isso?
- Ele é o pai dos meus filhos!
- Pai dos seus filhos?
- Sim, aqui olha, - Ela pega uma foto deles que tinha na carteira, esses são Ayla e Leví!
- Como assim são filhos de Bruno!
- Eu engravidei deles antes do acidente, só fui descobrir quando cheguei a Madri!
- Não acredito eu tenho mais dois netos!
-A senhora não sabia?
- Não!
- Enfim, onde está o Bruno? Cadê ele?
- Ele... Foi para Madri atrás de você!
- Essa não!

"Como o Bruno foi para Madri?
Vou explicar, depois que descobriu as cartas e lembrou-se de tudo, o rapaz ficou decidido a encontrar seu amor, ao passar numa banca viu uma revista famosa que dizia que a modelo morava em Madri e especificava bem seu bairro, após isso, arrumou as malas e se mandou para lá."

Horas depois de saber que o rapaz foi a sua procura em Madri, a moça decidiu que iria também, fez as malas e se foi, mas os dois se desencontraram, após passar dois dias inteiros a procura dele, descobriu que ele havia voltado, então pegou o próximo avião e voltou para sua cobertura no RJ.

- E aí meu amor, nada dele?
- Nada Gabriel!
- Melhor você descansar princesa, está exausta!
- Estou mesmo, a dias que não durmo direito!
- Então, melhor dormir um pouco exausta assim você não vai conseguir nada!
- Não Gabriel, não vou descansar, a vida da minha filha está em jogo, só vou descansar quando estiver com ela aqui, em meus braços, sorrindo novamente!
- Olha, faz assim, vou buscar o Gabriel hoje deixo ele aqui com a Cornélia, a babá e vou atrás do Bruno ta? E você descansa, pode ser?
- Certo Gabriel!
- Beleza!

Ela disse que ficaria em casa, mas em vez disso foi ao hospital visitar a filha. Mesmo exausta, não descansaria e estava decidida a encontrar Bruno custe o que custar.

- Oi meu amor! A mamãe sente tanto a sua falta! Lá em casa não é o mesmo sem você, seu irmão também sente sua falta, pergunta de você todos os dias. Olha, a mãe não vai descansar enquanto não encontrar seu pai verdadeiro e conseguir o sangue pra você! Eu prometo viu? Não importa o quão cansada a mamãe esteja, só vou parar quando tiver com você em meus braços, sorrindo, alegre, brincando!

Após se encerrar o horário de visitas, sem saber onde procurar o Bruno, Fatinha decide tentar um último lugar. O antigo kitnet, ela tinha guardado a chave, por isso conseguiu entrar lá, ao chegar encontrou tudo como havia deixado, porém, em cima do colchão ela observou uma camisa do amado, sentou-se a pegando, a cheirou e sentiu o perfume dele, deitou-se abraçada a camisa...
- Onde você está Bruno? Porque é tão difícil te encontrar? Porque?? - Em seguida dormiu, pois estava exausta

Enquanto isso, Bruno estava em um hotel, pois havia se separado de Rebeca e não queria olhar para seus pais por enquanto. Estava com uma das cartas nas mãos e uma fotografia de seus filhos ainda pequenos junto com Fatinha, foi então que decidiu visitar o kitnet mais uma vez. Pegou a chave que tinha e foi até lá. Ao chegar notou que a porta estava destrancada. Ao entrar observou tal moça deslumbrante adormecida num colchão velho e encardido com sua camisa encostada ao rosto enquanto a abraçava. Seu coração batia acelerado nesse momento.









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