O acidente de Bruno

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- Ai, atende, atende, atende! - Logo alguém atende - Moreno? Cadê você que não veio pra casa até agora?
- Olá, Fatinha? - Uma voz feminina
- Quem é você? Uma amante por acaso? Passa pro Bruno agora sua piranha invejosa! - dizia ela em fúria
- Senhora, acalme-se por favor, aqui é do hospital Barão Boa Ventura
- Do... Hospital? - Seus olhos se encheram de lágrimas - Cadê o moreno? O que aconteceu com ele? Ele está bem? - Perguntou aflita

A voz ao telefone era de uma enfermeira que havia pego o celular de Bruno e atendeu a chamada ao ler o nome do contato "Fatinha ❤️" .

Acontece que na hora que Bruno largou do trabalho resolveu ir por outro caminho pois passaria por uma floricultura e assim poderia comprar um buquê de flores e uma caixa do chocolate favorito da esposa para dar-lhe ao chegar em casa, mas em vez disso ao sair da floricultura foi surpreendido por um carro esportivo que corria em alta velocidade numa avenida movimentada enquanto atravessava, além da velocidade errada o motorista ainda estava totalmente embreagado e falando ao telefone.

Após saber da notícia Fatinha simplesmente saiu de casa desesperada, sem nem se dar conta de que estava de camisola. Chamou um táxi e foi o mais de pressa possível ainda com lágrimas nos olhos. Chegando lá, ainda em desespero e gritando pelo marido, deu de cara com os sogros, Olavo e Marta.

- Cadê o Bruno? Cadê meu moreno? Onde ele está? Como ele está? - Ela gritava em desespero pelos corredores do hospital, até encontrar seus sogros
- Fatinha? Você está aqui? - A moça estava tão aflita com o estado de seu amado que não ligou para o deboche da sogra
- Ô Marta, ela é esposa do Bruno, lógico que viria!
- E isso é jeito de vir a um hospital? - Foi aí que a moça se deu conta que no desespero se esquecera de vestir uma roupa
- Ai meu Deus! Que vergonha, o que eu faço agora?
- Calma queria, calma, tome aqui meu paletó, isso vai te ajudar! - Disse doutor Olavo tirando seu paletó e colocando sobre seus ombros
- Obrigada sogrinho! - Disse a moça ainda nervosa com lágrimas ainda sobre seu rosto
- Tome aqui, um pouco de água pra te acalmar! - Disse Marta que não estava gostando nada nada do modo como ela chegou
- Obrigada sogrinha!

A moça conseguio se acalmar um pouco e foi o tempo de um dos médicos aparecem para lhes trazer notícias.

- Boa noite, vocês são parentes do paciente Bruno Menezes?
- Sim sim, esses são os pais e eu sou a linda esposa! - Se antecipou Fatinha sorrindo, tentando disfarçar as lágrimas
- Bem, as notícias não são as melhores - Disse o médico para o desespero de todos ali - Ele obteve uma pequena fratura no fêmur esquerdo, uma pequena lesão cerebral que achamos que pode lhe causar algum dano além de uma hemorragia interna nos pulmões que já cuidamos e felizmente agora ele está estável!
- Ah não! - Disse dona Marta se sentando para não cair enquanto chora
- Eu posso ver ele? Eu quero vê-lo!
- Fatinha, eu não sei a hora é propícia para isso! - Disse seu Olavo abraçando sua esposa
- Acho que ouvir uma voz conhecida pode ser bom para ele, pode ajuda-lo a voltar! - Respondeu o doutor
- Então eu posso ir vê-lo?
- Claro, me acompanhe!

Ela foi atrás dele, entrou no quarto e toda a calma que estava lá fora se tornou tristeza ao ver o amado todo entubado, haviam tubos passando por seu nariz, tubo na boca e em todos os lugares possíveis.

- Bruno? Moreno, você pode me ouvir? - Falava se aproximando - Eu estou aqui, Fatinha, sua maluquinha como você sempre diz - Sentou-se numa cadeira ao lado da cama e pegou na mão dele que estava fria por conta do frio do ambiente - Por favor, fica comigo, eu... Eu... Eu preciso de você moreno... - Deitou sua cabeça sobre o peito dele sentindo seu coração bater fraco e deixando que algumas lágrimas escorressem por seu rosto - Eu te amo!

Em seguida observou seu amado um tempo até que ele começou a se debater e as máquinas faziam barulhos muito altos, Fatinha começou a gritar assustada, então médicos e enfermeiros correram pro quarto, ela chorava e via todos eles falando em termos que ela não entendia

- Bruno! Bruno! Bruno responde, fica comigo, por favor, fica comigo! - Gritava ela por trás de todos os médicos e enfermeiros ali presentes

Até que sentiu como se alguém a puxasse para fora dali, ela saiu aos prantos de lá e foi para a sala onde estavam seus sogros.

- Fatinha? - Correu dona Marta ao encontro dela - Como ele está? O que houve?
- Eu não sei, ele estava lá, cheio de máquinas e tubos conectados, de repente - mais lágrimas invadiram seu rosto e a interromperam
- De repente o que? O que houve com meu filho? - Perguntou Olavo preocupado
- Fala logo Fatinha! - Resmungou Marta
- Eu não sei, os médicos chegaram na hora, foi tudo muito rápido!
- Ai meu Deus, ele teve uma convulsão! - Disse Marta preocupada

Um tempo depois o doutor voltou com notícias dele.

- Então, o rapaz acabou de convulsionar, conseguimos reverter a situação, agora ele está estável, como antes!
- Doutor, eu posso ir vê-lo? Quero ver o meu filho!
- Acho melhor não, o rapaz precisa descansar e se recuperar, talvez amanhã. Sugiro que vocês vão pra casa agora, descansem e qualquer coisa eu os aviso
- Tudo bem, vamos Marta?
- Claro!
- Vamos Fatinha?
- Eu não vou, quero ficar aqui, esperando o Bruno melhorar!
- Mas não vai adiantar ficar aqui, ainda mais com essas vestes! - Implorava seu Olavo
- Não adianta, eu não vou sair daqui! - Ela gritava e todos a olhavam

Foi neste momento que uma doutora se aproximou deles

- É você Fatinha? - E a moça logo reconheceu aquela voz
- É você?

Brutinha: Depois do casamento Onde histórias criam vida. Descubra agora