Meu Professor Prostituto • Kth + Jhs [Concluída]

9- Ações inesperadas

Hoseok

— Eu quero muito te beijar agora — Taehyung confessou, sem tirar os olhos dos meus lábios.

Nós estamos sentados no sofá da sala de sua casa, exatamente da mesma forma em que estamos desde que a conversa começou. Nós falamos sobre seu motivo para ter a "profissão" que tem, e depois ele confessou nunca ter beijado ninguém até aquele dia, assim como está confessando que quer me beijar de novo, e eu não sei se quero impedir que ele faça isso.

Seria ruim se eu dissesse que também quero beijá-lo? Ou melhor, seria muito ruim se eu mesmo o beijasse de uma vez?

Hipoteticamente falando, era para eu o afastar e dizer que o que ele queria estava totalmente fora de cogitação. Mas, o problema é que meu cérebro nem pensou na possibilidade de afastá-lo, e nem queria pensar nisso. A vontade do meu corpo foi maior que a vontade do meu lado consciente.

Tendo todo o meu corpo dominado por uma vontade que eu sei que ele também tinha, eu me inclinei subitamente, colando nossos lábios, fazendo apenas pressão de início. Eu pensei que talvez meu movimento brusco fosse lhe acordar do transe que ele parecia estar enquanto olhava para meus lábios, mas isso não aconteceu, e isso apenas provou que ele quer aquilo tanto quanto eu, de verdade. E ele não deixou nosso beijo ficar apenas naquilo, ele o aprofundou, adicionando sua língua.

Seu beijo realmente não é experiente, mas eu não ligo para isso, porque mesmo que essa seja a segunda vez que ele beija alguém, ainda sim é muito bom, e se eu não soubesse, diria que ele era experiente, sim.

Não sei como eu fui parar em seu colo, mas sei que fiz por vontade própria. Estar sobre si me dava uma sensação diferente, e eu confesso que gostava disso.

Com um movimento inesperado, inconsistente e não calculado, eu rebolei em seu colo, conseguindo sentir seu membro ainda mole em minha bunda. A sensação de tê-lo por baixo, pressionando seu membro contra minhas nádegas, me deu arrepios, e posso dizer com certeza que se pudesse ficaria aqui durante o restante do dia.

A força que ele usava para apertar minha cintura era deliciosa, tanto que eu acabei deixando um gemido baixo escapar, esse que não lhe passou despercebido, julgando pelo sorriso que ele deixou escapar por entre o beijo.

E, conscientemente, lembrei que eu tinha uma vontade por trás da atração por ter sentido seu membro. Eu queria, realmente, dar para ele, assim como tive vontade de sentar nele dias atrás, na nossa primeira vez. Perceber isso mais uma vez teria me assustado, se eu já não estivesse envolvido demais nesse beijo.

Mas então, como um aviso de que não poderíamos fazer isso, eu escutei Yeontan latindo, o que nos tirou parcialmente daquela bolha de excitação na qual estávamos envoltos.

— Nós não deveríamos estar fazendo isso — eu ouvi a voz de Taehyung, mas não senti nenhuma resistência de seu corpo. Assim como eu, ele não queria parar.

— Não mesmo — eu respondi, não conseguindo resistir à vontade de roçar nossos lábios.

Nós ficamos nos encarando por mais um tempo, mas apenas até que Yeontan latisse de novo, nos arrastando totalmente daquela bolha, dessa vez.

Sem muito jeito, eu me afastei de seu colo, sentindo meu próprio membro fisgar dentro de minha calça. Ao olhar para ele, notei que eu não era o único duro ali, e além de excitante e da vontade de continuar, eu achei graça da situação, foi sem pensar quando eu comecei a rir.

— Eu acho que não podemos ficar sozinhos — eu disse, ainda rindo.

— Concordo. O mais estranho é que não era para ser engraçado, era para estarmos em uma tensão ruim — ele disse, enquanto eu sentava no sofá, ao seu lado.

— Pois é — eu encostei no encosto do sofá, pensando em toda a situação. — Obrigada por confiar em mim e me contar sobre a sua vida, eu estava preocupado em relação a isso. E muito obrigada por me deixar tirar uma foto sua com o Tannie, ele é uma gracinha.

— Você pode vir brincar com ele o quanto quiser — ele disse, me fazendo voltar a olhar para si. Em resposta, eu sorri em agradecimento, mas achei que talvez não fosse a melhor resposta.

— Se por você não tiver problema, por mim tudo bem — eu fiquei feliz por isso, porque eu realmente gostei do cachorrinho. E como se soubesse o que eu estava pensando, o cãozinho pulou em meu colo, lambendo uma de minhas bochechas.

— Sem problemas, e ele também gostou de você, aparentemente.

Eu não fiquei muito mais tempo ali, sabia que Yoongi estaria atrás de mim, e sabia que Namjoon queria saber o que aconteceu. Dessa forma, eu fui embora, aceitando seu convite de voltar ali mais vezes para visitar Yeontan, e eu realmente voltei.

Durante um mês inteiro eu o visitei aos fins de semana, e até mesmo em alguns dias da semana. Eu acabei adquirindo um carinho muito grande pelo cachorrinho, e queria sempre poder vê-lo. Por isso, Taehyung me passou seu número, e eu recebia fotos de Yeontan com frequência.

E durante esse tempo, eu conheci mais de Taehyung, assim como o deixei conhecer mais de mim também. Ele me contou que seus pais sofreram um acidente de carro, que provavelmente não tenha sido realmente um acidente. Tae acha que foi de propósito, porque seus pais deviam muito, eram viciados em jogos, e além de terem pago com a vida, ainda obrigaram Taehyung a pagar a dívida que não era dele. Se eu pudesse, eu com certeza o ajudaria.

Sobre a minha vida, eu lhe contei o motivo de ter vindo morar aqui, contei sobre quando descobri não me interessar por mulheres, e contei sobre meu primeiro e breve relacionamento e em como ele havia sido bom enquanto durou.

No meu aniversário, ele me deixou ficar o fim de semana todo com Tannie em minha casa, e eu cuidei tão bem dele que ele mal quis voltar para casa depois. E também, como eu queria, pintei meu cabelo no dia em que completei dezenove anos, e confesso que a nova cor realmente caiu bem em mim.

Mas é claro que, para algo dar errado, só basta estar certo.

Eu descobri recentemente que, na verdade, eu estou apaixonado por Taehyung, e mesmo que eu soubesse que seria impossível, eu queria poder ficar com ele.

Então, eu venho tentando lhe convencer a ficar comigo, porque eu queria ao menos uma chance para lhe fazer feliz. Mesmo assim, ele é mais consciente e mais maduro com escolhas importantes que eu, e independente da quantidade de vezes que eu lhe disse que quero lhe fazer feliz, ele continua negando.

— O que eu preciso fazer para ter você? — eu perguntei, quase desesperado depois de tantas tentativas.

— Nada, eu não fico com alunos, e você deveria saber disso — ele me respondeu, ao que continuou guardando suas coisas depois das aulas.

Eu sabia que parte de seu receio em ceder ao que eu estava propondo era por causa de seu emprego de prostituto, o que significava que ele não cederia fácil. Então, tomei uma medida desesperada, e me arrependi no mesmo instante em que as palavras deixaram a minha boca.

— E se eu pagar? — vejam bem, eu sou um adolescente, e adolescentes são inconsequentes. Antes de dizer, eu não imaginei que poderia magoá-lo, mas um segundo depois de dizer eu percebi a burrada que fiz.

— Eu preferiria que você nunca tivesse dito isso — seu tom de voz era baixo, e revelava toda a sua mágoa.

— Tae, eu não pensei antes de dizer, eu...

— Não, Hoseok, não adianta querer se explicar. Eu não fico com alunos de graça, muito menos pagando.

— Desculpa, Tae. Olha, eu não queria ter dito isso, eu disse no momento do desespero. Eu gosto de você, muito, e no fundo sempre soube que não teria chances com você. Mas então, depois que ficamos tão próximos e depois que eu entendi o que você faz, eu pensei que...

— Que fosse me ter fácil? — ele perguntou, indignado.

— Não! Claro que não. Quando eu descobri o que você faz, eu pensei que talvez você não fosse tão inalcançável quanto eu imaginava, pensei que talvez pudesse ter uma chance — eu terminei de explicar, esperando que ele me entendesse.

— Nós não vamos ter nada, Hobi, não enquanto ainda frequentarmos o mesmo colégio.

E com essas palavras, ele foi embora, me deixando ali, totalmente destruído por dentro, uma destruição que eu mesmo provoquei.