Capítulo 12° - "De mim?";

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Rolei, novamente, pela cama. Eu não conseguia dormir. Eu me batia mentalmente, por ter pensado alto e deixado escapar o "eu te amo". Era para aquilo ser a porra de um segredo meu e do subconsciente, mas acabou indo por água abaixo o segredo de supostamente amar Dylan.

Claro, como não pensei nisso antes. Aquele imbecil não amava ninguém, só pegava e deitava fora, assim como iria fazer comigo se eu não estivesse pensado alto e dito a besteira que eu disse.

Fui burra.

Me deixei levar por impulso, por um simples beijo, que deixa eu falar, era muito bom, do mesmo jeito ele iria para cama comigo e no dia seguinte iria se gabar para os outros, seus amigos, eu odiaria ser o centro das atenções por causa da mentira dele.

Grunhi de raiva.

Se arrependimento matasse, eu estaria morta, e não jogada na cama feito um patinho dentro da banheira. Comparação bosta, eu sei. Mas, o que valia era o sentido da palavra, dava uma cena dramática.

Olhei o relógio da parede e daqui a quatro horas eu teria que levantar para ir para faculdade. E eu aqui me matutando para conseguir dormir ou tirar Dylan da cabeça.

Seus olhos azuis, seu cabelo negro como a noite, seu belo sorriso encantador...

- AHHHHHHHH. - O grito saiu abafado por causa do travesseiro que estava na minha cara.

E para colaborar, o barulho estridente vindo do outro lado da parede me atormentava por demais. Rolei mais uma vez pela cama, disposta a dormir, ou pelo menos tentar para acordar daqui à quatro horas.

Ranc. Ranc. Ranc.

Ah, sério? Levantei bufando da cama, calçando minhas pantufas do bob esponja e indo para a sala. Peguei o molho de chaves, indo para a porta, abri a mesma e fui para o apartamento ao lado.

203.

Por que não me surpreende muito?

Bati na porta com força, a raiva me consomia por dentro, tanto por fora. Esse filha de uma boa mãe me paga por tirar meu sono, por ter feito eu pensar alto, por ficar fazendo barulho uma hora dessa... E ainda por cima deixar uma ruiva descabelada abrir a porta com um lençol em volta do corpo.

- Pois não? - Perguntou, quando abriu a porta. Colocou o corpo desnudo para fora da porta. E se fosse um cara? Ela iria se importar de aparecer dessa maneira? Vulgar?

- Poderia chamar o Dylan? - Pedi com toda delicadeza do mundo e a possível que eu tinha naquele momento de insônia, pois minhas olheiras e olhos vermelhos sem dormir, não me agradecem muito hoje.

- Quem é você? - Eu pedindo para a ruiva desdentada chamar o idiota do Dylan e ela vem me fazer um interrogatório.

Por acaso você é alguma coisa dele?

- Diz à ele que é a puta da Allyssa. - Bom, totalmente, é o que ele achava de mim, uma puta qualquer, igual essa ruiva.

- Dylan, meu amor, é a puta da Allyssa. - Gritou bem ali, da porta, me deixando surda e fula da vida. Ainda por cima fez um favor ao meu ouvido, não é? Ele já estava entupido, ficou pior.

- Puta é a senhora sua vó. - Resmunguei, quando ela começou a me olhar de cima à baixo.

- Queridinha, se você está com raiva de eu estar com o Dylan e você não, não é problema meu. - A voz dela me deixava louca para estapear sua cara.

- Ah, sim? - Njnha voz saiu mais fina que dá Britney Spears. - Então, você avisa à ele que essa queridinha aqui, mandou ele se fuder, porque ele sabe quem é, e ainda por cima, jogar você fora quando acabar. Porque não é? - Zombei retoricamente com sua cara, a olhando de cima a baixo. Saí dali, rebolando e divando, porque eu podia tudo, ainda mais com negas que tentavam me rebaixar. Antes de fechar à porta, consegui ouvir Dylan dizendo "Ué, quem era?". Bati a porta com tamanha força, que fez o chão vibrar. Suspirei fundo e não ouvi mais o barulho, e possivelmente, irei conseguir voltar a dormir. Mas não era só o barulho que me fez ficar sem pregar os olhos, foi o Dylan também.

A Aposta - Volume 1 (revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora