Capítulo 16° - "Você não tem mais saída, Ally";

3.7K 224 4
                                    

Me movi para o lado, sentindo algo quente embater contra meu braço, mas não fiz nada. Apenas enlacei meus braços no tronco do indivíduo que ficou com a respiração ofegante e o coração acelerado.

Abri os olhos e fiquei estática por uns segundos, tirando em seguida meu braço  rapidamente do corpo do Leandro.

- Bom dia para você também. - Disse com a voz ensonada. Olhei para ele, que tinha a cara amassada, seus fios de cabelo claros espalhados de uma forma sexy e seus olhos inchados por causa do sono. Deixa eu dizer aqui, ele é um gato até acordando. - Vai continuar me olhando dessa maneira ou vai levantar para irmos tomar café? - Perguntou retoricamente levantando da cama cambaleante. Dei um risada escandalosa quando ele quase caiu ao topar seu dedo mindinho do pé na poltrona que estava do lado da porta da casa de banho. Leandro me lançou um olhar imortal, enquanto eu levantava. Ouvi à porta do banheiro bater e eu soltei um suspiro de alívio agradecendo por não ter que trocar de roupa para ir a faculdade na frente dele.

Espera...

Faculdade?

Arregalei os olhos, vendo à hora no meu celular que estava numa mesa ao lado da cama. Nem adiantava eu correr e cair, rolando escadas abaixo depois, eu já estava atrasada de qualquer jeito perdendo duas aulas na manhã.

Foda-se.

Meus pais vão me matar.

Não posso ficar matando aulas desse modo. Apesar de que não era mais criança de ficar dizendo o porquê de ter faltado para meus pais, mas ele pagavam a outra parte da minha faculdade.

Viu, Allyssa? Foi dormir com o charmoso do doutor e acabou se ferrando no final.

Por um lado era verdade, mas no outro não.

Eu não mandei ele ir e me tirar do balcão, muito menos me levar para casa dele.

Me virei e encontrei Leandro com uma toalha na cintura e a outra na mão secando seu cabelo loiro claro. As gotas de água escorrendo pelo seu tronco, seus músculos fortes se movimentando de uma forma prazerosa e sem falar no seu peitoral malhado.

- Irá continuar me secando de novo? Se for me fale, pois não irei precisar de uma toalha. - Gozou com a minha cara que no momento deveria está com uma expressão idiota olhando um cara gostoso. Qual era a graça de ter um bofe desse quase nú na sua frente e não poder aproveitar nenhum cadinho?

- Cadê meu vestido? - Perguntei, enquanto vi ele passear no quarto a procura de algo, até parar na porta do seu ármario pequeno que ali tinha. Abriu à porta do mesmo e me tacou o vestido na cara.

- Se essa blusa não tivesse sido o preço do meu salário, eu te daria ela. - Mordeu o lábio inferior se aproximando de mim.

- Fique longe de mim, Leandro. - Avisei e me afastei, vendo ele jogar a toalha do cabelo na cama.

- Eu pensei que você queria que eu me aproximasse mais de ti. - Murmurou de uma forma baixa.

Dei mais um passo para trás, embatendo minhas costas na parede. Naquele instante eu vi que estava encurralada entre a parede e suas duas mãos que estavam de cada lado da minha cabeça.

- Você não tem mais saída, Ally. - Sussurrou meu nome de uma maneira excitante, esbarrando seu nariz na minha bochecha. - Seu cheiro me deixa louco. - Deixou um beijo molhado no meu pescoço, me fazendo arrepiar. Eu não conseguia mover um músculo, há não ser suspirar. - Diga algo. - Pediu aproximando seu rosto do meu.

- Eu... Eu... Anh... Preciso ir. - Passei por debaixo de seu braço, abrindo a porta do quarto e saindo logo em seguida. Peguei meu salto que estava na porta do seu apartamento e saí. Não poderia me entregar de mão beijada para os homens, já sofri na mão de um e não admitiria sofrer na de mais nenhum.

A Aposta - Volume 1 (revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora