back to the world

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Jennie Kim P.O.V

A vida não é tão fácil quanto parece ser para aqueles que não saem de seus confortos para desbravar o mundo. O mundo sem sombra de dúvidas era algo inevitável e bastante cruel. Com isso, toda a imundície dos humanos revisitaram, eles eram capazes de fazer qualquer coisa por qualquer coisa, dinheiro, prazer, costumes, política, religião ou desejo. Eram cruéis ao ponto de não sentir remorso algum quando se faziam tais atrocidades.

Eu nasci e me criei em um castelo imenso, meus pais sempre foram um tanto rígidos ao me educarem para que eu pudesse ter total racionalidade e compreensão, deu certo, minha mãe sempre me ensinou que eu nunca deveria julgar o livro pela capa, eu nunca deveria dar as costas a quem precisava e muito menos dar as costas ao meu inimigo, pois eu seria morta. Foi nesses embarques que eu vi os olhos do meu pai morrer enquanto silenciosamente ele me pedir perdão, e até hoje eu me pergunto se eu fui capaz de perdoar ele. Aquilo me doía sempre que eu lembrava aquele maldito dia, o dia que Rosé conseguiu puxar o castelo pelo espelho de transmissão e quando matamos há todas as tropas de vampiros que ele tinha e, eu tive que enfiar uma estaca no peito dele.

Eu não sei se eu seria capaz de abraçar meu pai depois de tudo o que eu passei, mas, eu sabia que ele precisava se libertar de todo aquele ódio que ele sentia após a morte da mamãe.

Os meus pensamentos às vezes eram engraçados. Eu conheci uma garota que me fez ficar irritada e, em simultâneo, bastante feliz, eu sentia que alguém gostava de mim mesmo que não falasse nada e eu me pergunto andando por esse caminho de lama, com minha melhor amiga do meu lado. E se a Momo estivesse viva? Pelo visto eu já sei da resposta, Momo foi alguém especial para mim alguém que eu com certeza teria tido mais oportunidade de proteger se não fosse pega tão desprevenida, mas, Lalisa sempre me mostrou ser alguém muito diferente do que eu conheci nos olhos da Momo, ela não precisava ser salva e não precisava ser protegida, ela estava disposta à qualquer coisa para dar a vida por mim.

Talvez Momo tivesse essa capacidade, mas nem naquele tempo, eu sabia se tudo que eu sentia era tão vivo quanto que eu sinto agora. Parece tão diferente, é como se eu sentisse que se Lalisa morresse eu enlouqueceria como meu pai enlouqueceu. Eu sinto que eu posso perder a sanidade se eu não puder ter mais ela nos meus braços, a diferença da intensidade do amor que eu sinto pela Lisa e a intensidade na qual eu sentia pela Momo são totalmente diferentes e talvez eu saiba que o que eu sentia antigamente, talvez não fosse aquele amor. Aquele que me deixaria sem palavras, aquele que me deixaria de pernas bambas e fizesse sentir como se estivesse soltando fogos de artifício dentro do meu estômago. O que eu sentia antes era apreciação e o carinho que eu tinha por uma mulher forte e humana que não sentia nenhum desejo por se tornar alguém como eu. Imortal.

Dias antes de sua morte, eu perguntei a Momo se ela sentia à vontade de ser como eu, de se tornar alguém como eu, de ser um vampiro. Lembro dela olhar bem nos meus olhos e dizer que se fosse para viver algo concreto comigo, que fosse em sua forma humana por que ela não queria perder a oportunidade de viver todas as coisas humanamente possíveis e depois ir embora. Como nasceu, totalmente humana.

Ela me disse saber que eu viveria por muito mais tempo e continuaria bela, continuaria forte o suficiente para matar quem eu quisesse e que sabia plenamente que quando chegasse sua hora, tempos depois o meu coração iria ceder aos encantos de alguém que realmente iria ficar na minha vida. Ela sempre me disse adorar o que tínhamos, sempre me disse que se sentia feliz comigo, mas ela também sempre fez questão de dizer que o que sentiamos era passageiro, nos amávamos ali, mas talvez o amanhã não chegasse para o nosso amor, e eu lembro de ficar muito chateada quando ela falava isso, mas, depois ela pedia para que eu parasse, porque amor de verdade não é passageiro, você faria qualquer coisa, você seria qualquer coisa para a pessoa que amava, seus olhos denunciavam que eu e o meu para sempre não seria ao lado dela e ela nunca demonstrou a raiva ou algum ciúme excessivo quando ela falava que alguém me faria sentir algo tão poderoso, que eu não conseguiria mais chamar aquilo de amor, teria que ser algo maior do que aquilo.

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