Castlevania - Jenlisa

I'm Lalisa

Lalisa Manoban P.O.V

    Era uma sensação um tanto estranha na qual eu conseguia sentir na palma das mãos, uma formigação nos pés e minha cabeça girava um pouco, deixando um tanto turvo tudo o que eu tentava focar. 

   Para ser sincera parecia mais que eu havia enchido a cara uma noite inteira, eu tentava me levantar... foi a única lembrança na qual eu conseguia ver em minha mente depois que eu entrei aqui.

   Era escuro, eu não conseguia ver absolutamente nada, dava para ouvir o barulho dos corvos. A única coisa que eu era capaz de ver era um ponto branco bem acima de mim, parecia algo distante como meteoro que iria cair a qualquer momento, ele parecia se aproximar mais e mais e aquilo estava me dando um frio na barriga, eu não sei como chamar aquilo, não faço ideia de como chamar isto.

   Estou me perguntando agora constantemente em minha própria cabeça se isso se passa de um pesadelo, magia, ou um sonho. Eram três coisas extremamente diferentes, eu não fazia ideia que para achar minha prima eu teria que me enfiar em um lugar escuro com um ponto branco no meio de tudo, A sensação que eu sentia, era de que eu ainda era uma garotinha de 12 anos, com medo do escuro porquê aquilo me lembrava constantemente da sala de castigos da minha mãe.

   Me lembro de que chegava a ter crises de pânico todas as noites quando eu sonhava com um lugar assim, parecia fechado, escuro, ficar em um lugar que me lembrasse disso deixava o meu coração pesado demais, batia descontroladamente e parecia que a qualquer momento minha cabeça iria explodir.

  Era horrível aquele lugarzinho cheio de sofrimento. Estou me perguntando agora se isso faz parte do meu pesadelo, se isso não é só uma alusão ao meu próprio medo ou todo o meu desgosto em minha família. Por que eu não conseguia sentir mais nada além de solidão? Porque não me sentia eu mesma? Parecia tão triste e melancólico, era de dar calafrios.

   A pior parte é que eu não tinha a Rosé para me acalmar do outro lado da porta, não tinha as palavras idiotas da Jisoo para me fazer rir um pouco, e muito menos o cheiro e o calor importante que Jennie me dava. Eu não tinha absolutamente ninguém ali comigo, era só eu e eu mesma.

─ Tem alguém aí?

   Minha voz ecoava por todos os lados, eu estava com frio, era como se eu não sentisse mais meu lobo interior, como se eu tivesse perdido ele dentro de mim ou então como se ele tivesse morrido. Mas aquilo deveria me matar, não? Sem ele eu sou nada? Sem ele não sou a Lalisa?

─ Na verdade, ele só é o que é, graças à Lalisa. ─ a voz parecia retumbante, não ecoava só no espaço e no tempo, ecoava na minha cabeça, era como se aquilo fosse gritado na minha mente mas, eu tinha certeza que alguém disse aquilo, era uma voz estridente, algo como demoníaco e assustador.

─ Quem está aí?

─ Você é a única pessoa aqui.

─ E por que eu estou te ouvindo? ─ Perguntei tentando me levantar, forcei meus pés no chão, mas parecia instável, como se eu estivesse em uma corda bamba.

─ Porquê eu, sou você... Você se lembra de mim?

─ Eu não faço ideia de quem você seja, saia da minha cabeça!

─ Então eu acho que eu vou ter que te lembrar... mas, vai doer.

   Eu senti tudo vir muito rápido, aquela voz sussurrou no meu ouvido antes de cravar três garras afiadas na minha nuca, me fazendo arquear o corpo em meio a escuridão pela dor na linha direta da minha coluna até vir para meu cérebro. ─ Olhe para o ponto branco! Contemple a lua do seu mundo.