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Estou com raiva.
Chega a ser um contraste assustador o quanto o chão parece gelado contra a sola dos meus pés, já que estou fervilhando.
Ando rápido, quase correndo a procura de Harry. É nisso que tenho que focar agora, não em Blasio ou em Nott. Não. Em Harry. Meu amigo, irmão, companheiro de batalha que esconde bem a dor que sente até explodir, que invade meu quarto totalmente alterado e some no segundo seguinte me forçando a caminhar pelos corredores gélidos de Hogwarts até encontrar lagartos idiotas e tarados se agarrando por eles!
Inferno!
Acredito que ouvi meu nome ser gritado atrás de mim, não tenho certeza, o barulho do meu sangue bombeando só de imaginar que essa voz pode ser de Blasio é esmagador.
Eu o odeio.
Mas isso não importa agora, e sim encontrar Harry.
Desço as escadas, pulando dois degraus de cada vez, o barulho de conversas paralelas na sala comunal era baixo e resguardado pelo horário vindo de grupos dispersos e pequenos.
Hermione estava de pé de costas para a lareira explicando pela centésima vez para Malfoy o porquê de ser importante a libertação dos elfos domésticos e como ele poderia ajuda-la a seguir com esse projeto assinando o abaixo assinando que enviaria para o ministério.
— Hermione! — gritei chamando a atenção de todos na sala para mim, o vermelho nas minhas bochechas não era só de raiva agora — Harry passou por aqui?
— Harry? — seu senho franziu e seus braços cruzaram na frente de seu peito — Não. O que está acontecendo? Parece tão desesperado!
— Harry saiu do meu quarto todo estranho...
— O que Potter fazia no seu quarto as 6:40h da manhã? — interrompeu Malfoy se levantando contendo uma expressão difícil de decifrar.
— B-bem eu não sei — seu olhar me deixou acanhado como se eu estivesse fazendo algo muito errada — ele tava muito alterado, tentei conversar, mas aí ele simplesmente virou e foi embora e...
— Ronald! — veio Blasio puxando meu braço e me virando, tentei afasta-lo, mas ele firmou mais o aperto — Não fuja de mim!
— Hermione! Rony! — Giny entra gritando — Harry caiu da vassoura! — seus braços se agitam e o rosto mostra um pânico assustador — Na floresta negra!
Por um segundo todos nós paramos pelo choque piscando os olhos e absorvendo o que minha irmã acabou de falar. Então corremos para fora da sala.
Meu coração bateu tão rápido contra meu peito que doeu, senti cada centímetro do meu corpo entrar em pânico.
