Capítulo 13 - "Uma árvore muitas histórias "

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A estreita e quadrada janela pela qual estou observando o anoitecer está coberta por pequenos rabiscos talhados por galhos ou canivetes que eu e cada um dos meus irmãos ganhamos ao completar doze anos, até mesmo Giny tem o seu decorado com figurin...

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A estreita e quadrada janela pela qual estou observando o anoitecer está coberta por pequenos rabiscos talhados por galhos ou canivetes que eu e cada um dos meus irmãos ganhamos ao completar doze anos, até mesmo Giny tem o seu decorado com figurinhas inanimadas de um caderno trouxa nomeado de "Relatos diários da princesa Ginevra", lembro de gostar de apagar o "Ginevra" da capa e colocar "Meleca" no lugar. Tantas lembranças guardadas nesse cubículo de madeira, fico pensando, como foi que conseguíamos entrar todos aqui? Agora eu sozinho ocupo todo o espaço.

- a nossa faz um tempo que não venho aqui - disse George entrando rastejando pela porta - não parecia ser tão apertado.

- Pensei que não ia subir, chutar as raízes das árvores lá em baixo pareceu te entreter bastante.

- Bem, eu só estava decidindo se era uma boa ideia ou não, você sempre corria para cá quando queria ficar sozinho.

- isso quando éramos crianças!

- Então você não veio se esconder por estar chateado com a visita inesperada que chegou para Blasio? E não esta remoendo o seus ciúmes mal disfarçado nessa minúscula, porém aconchegante, casa na árvore?

Virei o meu rosto arqueando a sobrancelha, George apenas apoiou o queixo com as duas mãos, as pernas balançando de um lado para o outro do lado de fora da porta, ele está tentando parecer fofo? Revirei os olhos focando novamente no sol que ia embora.

O horizonte brilhava em amarelo, laranja e rosa, a luz do sol lutando para iluminar o azul-escuro que tomava o céu sem piedade. Se eu olhasse para o outro lado da casa na árvore pela porta, poderia ver algumas estrelas darem as caras.

- Não estou com ciúmes - sussurrei cruzando os braços.

- Sim, está! - ele respondeu afinando a voz numa imitação irritante da nossa tia Cilene que Fread sempre fazia para irritar Giny e eu quando insistimos em brincar com eles, assim ela iria embora quando perdesse a paciência e me arrastaria para uma festa do chá em qualquer canto do jardim.

- Não, não estou! - joguei uma das almofadas espalhadas no chão nele.

- Sim, sim está! - ele a devolveu do mesmo jeito.

- Mas é claro que não! - eu confesso que já estou perdendo a minha paciência assim como era quando criança e só não fui em busca de algumas xícaras de porcelana ainda por ele estar barrando a porta e a janela é pequena de mais para poder me arremessar dela.

- Obviamente que sim!

- Mas que merda Fread eu não estou com ciúmes dele! - congelei apertando meus braços ainda mais ao meu redor um pânico cheio de culpa faz o meu corpo estremecer - sinto muito, eu só...

- Está tudo bem Rony - ele suspira se sentando ainda com as pernas para fora, o seu sorriso se torna triste e pequeno, uma das suas mãos chega até o meu cabelo e bagunça os fios me consolando - Eu ainda dou bom dia toda a vez que acordo, só percebo o erro quando não o recebo de volta - Apertei os meus olhos segurando as lágrimas - as vezes olho no espelho e tento sorrir como ele, só para não esquecer de como era.

Um amor para Ronald WesleyOnde histórias criam vida. Descubra agora