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Sentamos todos na mesa e como sempre a conversa era barulhenta e fluída nos seus tópicos diversos, começamos com quadribol e agora estamos no quão macacos-narigudos são fascinantes e só Merlin sabe onde vamos parar. Observei a minha família participando com algumas frases, entre mastigar e cortar a bisteca tentando a todo custo não olhar para Blasio que eu sentia ter toda a sua atenção em mim.
— Rony me passa a mostarda — Giny pediu.
O pote com o molho estava do lado esquerdo de Blasio, os seus dedos longos se envolveram na superfície redonda e o alcançou para mim, foi um erro levantar a minha visão, os seus olhos profundos totalmente sérios pelo mau-humor me distraíram e eu deixei o pote cair todinho em cima de mim.
— Porra! — exclamei me levantando com a camisa manchada pelo molho, a conversa parou e logo em seguida risadas soaram estrondosas, vindas é claro das gargantas dos meus irmãos.
— Ronald querido vá se limpar antes que isso caia no meu tapete — mamãe avisou numa ameaça, sutil e foi só ela terminar a frase que uma gota gorda de mostarda deslizou por minha calça, direto para o chão — Ronald Wesley!
— Corra por sua vida cara! — disse George fazendo uma careta de horror.
— Ronald Wesley! — ouvi mamãe gritar enquanto subia aos tropeços escada a cima — Não manche a casa inteira!
Cheguei no banheiro do terceiro andar de frente para o meu quarto e tirei a camisa a colocando na pia, liguei a torneira vendo a água adquirir um tom amarelo forte.
— Espero mesmo que o tapete não manche — soltei um suspiro esfregando e torcendo a camisa retirando o excesso não me surpreendendo com a bola amarelada que ficou para trás — tudo bem deve existir um feitiço para esse tipo de coisa.
Me virei para sair e encontro Blasio me encarando com o cenho franzido.
— Porque está me evitando? — questionou apontando a varinha para a camisa resmungando algo que a limpou por completo.
— Eu não estou — respondi passando por ele entrando no meu quarto do outro lado do corredor.
— Não falou comigo a noite toda — ele me seguiu pela porta, cruzando os braços parado no meio do cômodo.
— Não cabia mais nenhum tópico naquela mesa — dei de ombros.
Senti a sua mão no meu braço e fui virado a força de frente para ele.
— Não dificulta as coisas para mim Rony!
— Me solta! — puxei o braço, mas ele não cedeu.
— Só me diga, que bicho te mordeu!? Está agindo como uma criança birrenta!1
— Birra? — puxo o meu braço com mais força dessa vez escapando das suas garras — Não tenho direito de me zangar com o cara que claramente está se divertindo com os meus sentimentos?
— De que merda está falando? — me olhou como se eu fosse um centauro de ferraduras.
E eu me senti um idiota.
Sem motivo! Porque ele é que é a porra do centauro com ferraduras! Ele está sapateado com as ferraduras!
Inferno.
— De Nott! De você me seguindo por todos os lados como se estivesse interessado e depois saindo do quarto dele quase sem roupas! De você me beijar e três dias depois se trancar com ele no quarto novamente! — o empurrei quando tentou se aproximar — Do que você está brincando?
— Você está confundindo as coisas... — suspirou esfregando a testa.
— Então o que estava acontecendo aquele dia do corredor? — ergui as minhas mãos da forma mais teatral possível — Hem?
— Aquilo foi diferente... — os seus olhos encontraram os meus e eu soube que não tinha sentido cobrar dele seus antigos relacionamentos, aquilo foi antes do beijo, antes de qualquer coisa que possa ter acontecido entre nós, antes mesmo de eu imaginar que teria qualquer "nós".
— E hoje? — abaixei os meus braços mantendo o contato visual falhando em esconder o desamparo na voz.
— É complicado — suspirou novamente bagunçado os seus cachos.
— Sai — as minhas mãos se fecharam em punhos cerrados, o meu corpo tremendo de frustração.
— O quê?
— Sai do meu quarto — digo empurrando seu peito o fazendo recuar dois passos — Sai!
— Aí está a birra outra vez — revirou os olhos — podemos fazer isso como adultos civilizados?
As minhas bochechas se inflamaram de raiva e eu pulei nele, como da última vez ele focou somente em me prender enquanto eu só queria desfigurá-lo com as unhas. O resultado foi o mesmo, eu com o rosto colado no chão com ele segurando os meus braços nas minhas costas.
— Você é realmente feroz! — brincou a sussurrar perto do meu ouvido — é agora que parte para os insultos?
Mordi os meus lábios sem ter outro lugar para irradiar a minha raiva pelo arrepio que desceu a eletrizar minha coluna. Depois de alguns momentos em silêncio ele me vira tomando o cuidado de continuar me segurando.
— Assim vai se machucar — disse passando o dedão sobre os meus lábios e dentes e eu relaxei em reflexo sem nem mesmo perceber. Nós encaramos por um tempo ele ainda acariciando o meu lábio inferior até que eu virei o meu rosto me afastando do seu toque.
— Pare de brincar comigo!
Ele abaixou o rosto cheirando a curva do meu pescoço.
— Eu não estou brincando — um beijo casto na minha pele e mais alguns após dizer — eu juro para você.
— Então o que isso tudo significa? — sussurrei sem força.
— Que eu te quero — subiu a visão até encontrar a minha — E você Rony? Você me quer?
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