Capítulo 11 - "Um frasco estilhaçado e dois corações em pior estado"

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Eu o beijei

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Eu o beijei.

Beijei e sai correndo como se a minha vida dependesse disso. Não pude evitar o sentimento que tomou o meu corpo era forte demais para suportar. Pensando agora foi a pior coisa que eu poderia ter feito! Merlin ele deve-me achar um idiota!

Ainda consigo sentir o gosto da sua língua invadindo a minha boca, o calor de seus braços envolvendo o meu corpo e a respiração compassada contra a minha bochecha. Isso foi tão diferente de tudo o que já experimentei antes.

Me sentei no corredor deserto que leva a sala trancada do falecido professor Snape para respirar.

Puxa o ar bem fundo e solta, puxa o ar bem fundo e solta, repita até a dor no peito parar - Madam Pomfrey me disse na minha última consulta, então por que raios não está funcionando?

Sacudi a minha cabeça tentando afastar o sentimento inquietante que a lembrança dos últimos momentos do professor fez crescer, as minhas mãos tremem e eu as coloco entre os meus cabelos.

É só respirar Rony! Respirar! Algo natural que as pessoas deveriam fazer no automático, você pode fazer isso!

Céus pense no beijo! Não naquele dia horrível!

Pense nas carícias leves que os dedos de Blasio fizeram nas suas costas, de como ele lhe puxou para mais perto enquanto sugava os seus lábios, dos músculos relaxando quase chegando ao ponto de derreter e como foi inebriante tudo isso acontecendo ao mesmo tempo.

Um forte estralar ecoou pelo corredor vindo direto da porta fechada no fim do corredor.

Merda.

levanto-me e seguro a minha varinha no bolso, tento deixar os paços o mais leve que consigo e me aproximo lentamente da antiga sala de Snape, as minhas mãos ainda estão trêmulas, mas meu cérebro de alguma forma entrou em estado de alerta e deixou o meu surto anterior para depois.

Giro lentamente a maçaneta e empurro a pesada porta de madeira, na sala está Harry que se assustou de tal modo que deixou cair outro frasco de poção ao lado do que já havia derrubado antes.

- Porra Rony! - exclama se abaixando pegando um dos cacos na mão - era a última!

Observo o líquido transparente e sem odor ser absorvido pelas pedras do chão franzindo o cenho.

- Para que você precisa de Veritaserum?

- Eu pensei que já deixei claro na nossa última conversa que não é da sua conta! - Harry se levantou e deu-me as costas para revirar os armários cheios de frascos lacrados com líquidos de diversas cores.

- Então isso tem a ver com o seu episódio homicida? - não consegui conter a minha língua sua atitude deu-me vontade de provocar.

- Vai procurar algo para fazer Rony - rebate suspirando como se falar comigo, sugasse toda a sua energia.

- Na verdade, estou bem entretido aqui, obrigad - cruzo os meus braços sobre o peito sem me deixar vencer por sua grosseria.

Os seus olhos me encararam do jeito que Hermione fazia quando queria que um de nós calasse a boca (se não ambos) e depois se arregalaram um pouco.

- O que está fazendo com um cachecol da sonserina?

Olhei para baixo, quando foi que o coloquei? Na hora do beijo? Blasio me sentiu tremer e resolveu me cobrir com o seu cachecol? Como consegui ignorar isso até agora?

- Be-bem - comecei incerto perdendo a marra que ensaiei por dias - Blasio me emprestou hoje mais cedo durante o café da manhã.

- Eu não os vi no grande salão - a sua sobrancelha arqueou.

- comemos na cozinha.

- E por que isso exatamente? - Agora ele também estava com os braços cruzados.

Parece até que fiz algo errado. E eu não fiz certo?

- Não posso tomar os meus remédios com a barriga vazia então ele cozinhou para mim.

- A comida daqui não é mais boa o suficiente para você?

Mas que porra?

- De onde tirou isso? Por que continua me atacando desse jeito? Quero te ajudar! Seja lá o que esteja acontecendo! Somos melhores amigos esqueceu?

- Não preciso da sua ajuda - ele voltou a se virar.

- Qual é Harry!? - avancei puxando seu ombro - Por favor o que está acontecendo?!

- Vai para a aula Rony! - ele empurrou a minha mão tentando me ignorar.

- Não! - voltei a puxa-lo - Eu não vou te deixar sozinho seja lá o que esteja a esconder!

Foi bem rápido, não tive tempo nenhum para o conter. Fui pressionado contra a mesa repleta de relatórios esquecidos e beijado com força.

A minha mente rodou de confusão dois beijos inesperados numa manhã é de mais para a minha cabeça!

- H-harry!

a sua boca liberou a minha indo para o meu pescoço, as suas mãos invadiram a minha camisa apertando a minha pele. Quando o chamei os seus olhos grudaram nós meus e eu notei aquela mesma névoa que vi na clareira ele parecia ensandecido, de certa forma aquilo tornou-se ainda mais amedrontador e eu desejei que mais uma vez Blasio chegasse de surpresa e o enviasse voando para longe de mim. O meu coração bate tão forte contra o meu tórax que fica difícil de respirar, tudo o que escuto é seu barulho martelando contra o meu peito, faz tanto tempo que não entro nesse desespero.

- Me larga! - empurrei o seu rosto e quando ele voltou mais uma vez sobre mim o soquei tão forte que o meu punho amorteceu.

Harry cambaleou para trás balançando a cabeça algumas vezes parecendo tonto, ele levantou o olhar para mim e paralisou completamente, os seus olhos encheram de lágrimas e elas escorreram por seu rosto que já começava a inchar.

- Perdão Rony - foi o que ele disse antes de sair correndo pela porta e desaparecer por ela.

E eu fiquei em cima daquela mesa, com meu uniforme aberto e desgrenhado ofegando entre as minhas próprias lágrimas.

E eu fiquei em cima daquela mesa, com meu uniforme aberto e desgrenhado ofegando entre as minhas próprias lágrimas

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Um amor para Ronald WesleyOnde histórias criam vida. Descubra agora