CAPÍTULO 12

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Acabou que eles usaram os sacos plásticos em que a comida viera, envoltos em pedaços das cortinas rasgadas para armazenar a água. Todos sabiam que uma hora eles rasgariam, mas havia sido a melhor ideia que tiveram. Os lençóis foram usados para transportar a comida.

Enquanto faziam tudo aquilo, um apelido foi dado a eles, implementado pelos Clareanos que os chamavam de Onze "os Onze". Descobriu isso quando foi discutir com Newt a respeito do Labirinto dele.

Maitê se deitou as oito horas. A cabeça doendo de tanto pensar. Sentia saudades do Mural por incrível que parecesse. Nem ela mesma esperava por aquilo, porém lá, ela conseguia reunir uma família em volta de uma fogueira e rir até a barriga doer. Mas agora não conseguia nem ao menos confiar no que via.

Haviam sido infectados com aquela doença que parecia pior do que a morte pelo que os Clareanos contaram e o Homem-rato (apelido que Minho dera a ele) disse que todos estavam infectados com aquilo. Maitê não sabia nem se isso era mesmo verdade, mas se não partissem poderiam ser machucados.

Ela sentiu as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Daria tudo para que não tivessem que passar por isso. Para que nenhum dos Onze precisassem. Todos ali já haviam sofrido demais. Será que eles não conseguiam ver isso? Os Clareanos e os Onze eram humanos. Mas enquanto aos Criadores? Enquanto ao CRUEL? O mundo estava mesmo tão ruim? Não haviam mais almas boas naquele lugar?

Até quando ela precisara fazer aquilo? Subir em cima de uma mesa e dizer aos outros o que fazer sendo que, na verdade sua cabeça ainda estava uma completa bagunça. Tudo em sua vida estava uma completa bagunça.

Maitê se levantou da cama e foi até o banheiro. Tomou um banho e enquanto ela lavava os cabelos tentava lavar aqueles pensamentos de desistência da sua cabeça. Aguentava tudo isso por eles. Pelos Onze.

Ela saiu do banheiro e pôs uma roupa limpa. Não sabia quando seria seu próximo banho então precisava aproveitar ao máximo o cheirinho bom do sabonete e dos cabelos lavados. Os cabelos... o shampoo e o condicionador... os frascos deles...

Maitê passou a toalha atrás do pescoço e apanhou os seis frascos que tinham de shampoo e condicionador. Os levou para a área comum, ocupada apenas por 4 dos Onze, Isac, Diego, Miguel e Luiza o restante conversava com os Clareanos nos quartos.

- Pessoal eu tive uma ideia. Usar os frascos do shampoo e condicionador pra água.

- Cada um só tem a capacidade de 500 ml -- Disse Isac checando o frasco - Estamos em trinta.

- Na verdade, não é uma ideia tão ruim assim -- Falou Luiza - É melhor do que aqueles sacos. Quando rasgarem usamos eles. Se no nosso quarto tem seis, quantos devem ter nos do Grupo A?

- Exato! -- Exclamou Maitê - O condicionador não é concentrado. Se lavarmos bem. Digo realmente bem, vamos conseguir usar.

- É melhor testarmos agora, esvaziar isso aqui e lavar -- Disse Diego e todos concordaram. Maitê pegou o frasco do shampoo e levou para o quarto, os outros levaram os seis frascos e se juntaram em volta dela enquanto despejava o conteúdo no colchão que sobrara do quarto. Ideia de Isac "Não iremos usar isso mesmo e ao menos daremos sujeira para o CRUEL limpar".

Luiza levou cerca de 10 minutos para tirar todo o resquício do shampoo, mas conseguiu.

- Fiquem aqui e esvaziem os shampoos primeiro. Depois nos concentramos no condicionador.

Pediu que Miguel chamasse os Clareanos para ajudarem e Minho levou cinco Clareanos para ajudarem a lavar os frascos do shampoo junto a Newt e Luiza, Caçarola e Thomas para esvaziar os outros fracos.

Os de condicionador levaram o dobro do tempo para serem limpos. Levaram quase três horas para fazer aquilo. No fim eles arrancaram os selos dos frascos e os colocaram dentro de dois lençóis que seriam uma espécie de mochila.

Quando Luna, Lebre, Lucca, Emily, Carlos e Victor chegaram no quarto e viram aquilo tudo concordaram em dormir nos quartos junto aos Clareanos já que os outros dormiriam mais tarde.

𝑬𝑼 𝑬𝑺𝑷𝑬𝑹𝑶 𝑵𝑼𝑵𝑪𝑨 𝑻𝑬𝑹 𝑸𝑼𝑬 𝑪𝑹𝑬𝑺𝑪𝑬𝑹 / 𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶Onde histórias criam vida. Descubra agora