CAPÍTULO 39

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Uma coisa que preocupou o grupo inteiro foi que quando o relógio marcou meio-dia e o céu continuava coberto por nuvens e tudo estava cinza. Exatamente como no dia em que a tempestade aconteceu e Luna, e Miguel...

Maitê se sentia mal por conta de Emily também, elas duas realmente se amavam e perder alguém que se ama é uma ferida que pode nunca sarar. Maitê sabia muito bem disso. E Miguel, ele era um dos mais leais, obedecia Maitê sem questionar, mas sempre tinha uma opinião realmente boa que no final fazia ela repensar sobre algumas coisas. Também havia Victor. O que a incomodava era o CRUEL ter nomeado ele como sombra, como se ele não tivesse personalidade ou algo parecido, mas aquilo não chegava nem perto de ser verdade. Nunca chegou.

Podia ser tímido e reservado quando o conhecesse, porém, ele tinha o coração mais puro que ela já viu em toda a sua vida.

Lembrar deles só fazia um sentimento de vingança crescer dentro do corpo dela. Estava convencida de que mataria os responsáveis exatamente como tinham feito com a mulher que conversou com eles quando saíram do Labirinto.

- Maitê -- Chamou Minho levando a mão ao seu ombro e apontando para o lado esquerdo com a outra - Olha aquilo -- Maitê se inclinou para perto dele com o objetivo de olhar na direção precisamente então viu um grupo de pessoas riscando a terra plana ao longe.

- Se for outra multidão de Cranks...

- É melhor que não seja -- Maitê concordou com a cabeça e se afastou de Minho. Ela olhou por cima do ombro e percebeu que vários Clareanos se entretiam em conversas animadas, então ela adentrou no grupo, se aproximou de Diego, Lebre, Luiza e Carlos. Logo Emily, Lucca e Isac se juntaram a eles também.

- Sabe do que eu tô sentindo falta? -- Soltou Terê - Das noites que o Carlos fazia A Queima.

- Meu Deus! -- Exclamou Emily - Eu também! -- As garotas fizeram um comprimento com os punhos cerrados, dando uma batida em cima, em baixo e no centro.

- Caramba! -- Disse Isac - Vocês lembram do dia que o Diego tomou Queima com limão? -- Todos eles soltaram gargalhadas e começaram a falar um por cima do outro. Só naquele momento Maitê percebeu que o mundo não estava tão cinza assim como ela pensava.

- Que Queima é essa? -- Indagou Newt que passava pelo grupo.

- Álcool -- Respondeu Carlos. Newt se aproximou deles.

- Vocês tinham álcool no Mural?

- A gente fazia -- Respondeu Isac e depois apontou para Carlos - Aquele cara fazia. Era bom demais -- Maitê olhava para Isac com um sorriso no rosto enquanto destampava uma garrafa d'água. A forma que eles falava as coisas era realmente divertida, aquela era a intenção, na verdade.

- Gastava um punhado de açúcar -- Completou Lebre - Mas no final ficava bom.

- Vocês são umas figuras -- Disse Newt dando batidinhas no ombro de Lucca e se afastando com um sorriso no rosto.

Ele se aproximou de Minho que ainda tinha os olhos nos Onze. Lucca se inclinou para Maitê com o braço estendido, ela recuou e Lucca disse "calma, calma" com um sorriso no rosto, então ele se inclinou e apertou o nariz dela com os nós dos dois primeiros dedos e depois os mostrou e disse:

- Parece aquela cebola, não é? -- Então Maitê quase cuspiu a água que tinha acabado de levar a boca, todo o grupo riu daquilo, então ela engoliu a água e depois começou a rir também.

Deveria ser algum tipo de piada interna que Minho não entendia, mas ele sentiu vontade de entender. E de fazer ela rir como Lucca tinha feito.

Minho nem havia percebido que tinha um pequeno sorriso enquanto fitava Maitê até que ele foi embora quando Diego trocou um olhar com ela e o sorriso dela se reduziu, mas não desapareceu, então Diego começou a gargalhar e ela fez o mesmo, logo os Onze estavam em um coro de gostosas risadas outra vez. Então Luiza ergueu as mãos e apontou para eles dois.

- Olha só esse casal -- Ela falou rindo, Diego passou o braço pelo ombro de Maitê e beijou sua bochecha, depois apontou para ela.

- Dêem uma olhada na minha namorada -- Então todos eles caíram em gargalhadas. No fundo Minho desejou que aquilo fosse apenas mais uma piada interna.

- Aqueles dalí são quase a nossa fonte de energia -- Disse Newt para Minho.

- Quê?

- É. Quando eles se juntam para ficar rindo de seja lá que bobagens sejam aquelas, todo o grupo fica mais animado.

- Eu nunca tinha pensado nisso -- Admitiu.

𝑬𝑼 𝑬𝑺𝑷𝑬𝑹𝑶 𝑵𝑼𝑵𝑪𝑨 𝑻𝑬𝑹 𝑸𝑼𝑬 𝑪𝑹𝑬𝑺𝑪𝑬𝑹 / 𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶Onde histórias criam vida. Descubra agora