CAPÍTULO 36

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- Como pôde deixar uma coisa dessas acontecer? -- Perguntou Newt novamente. E junto dele vieram Minho e Diego.

- Como pode ser assim? -- Minho perguntou - Foi por sua causa que começaram isso, eu e Newt vimos. Quando o Crank te empurrou no chão, Emily pediu para que Lebre te ajudasse, mas ela estava paralisada.

- Assim que Emily deu um jeito no Crank, partiu pra cima do que tava com você, brava -- Completou Diego.

- O quê me diz? -- Falou Newt, com raiva - São suas amigas -- Maitê suspirou e cruzou os braços.

- Percebeu como nenhuma delas se virou para nós pra pedir apoio? Não nos metemos em brigas alheias, Newt. Nunca. Cada um tem que saber lidar com os seus problemas -- Newt a olhou alguns segundos enquanto piscava, perplexo.

- Isso também lhe diz respeito! Ela ficou brava porquê...

- Não, não diz -- Cortou Diego - A raiva de Emily é por um bocado de pequenas coisas. Maitê tem razão. Não espero que entendam mas...

- É claro que não entendemos! -- Newt se virou para ela novamente - Deixou que Emily falasse tudo aquilo! E a Lebre também! Tem que por um limite nas pessoas, é isso que uma líder faz!

- Lebre deveria por esse limite. Era a ela que as palavras estavam sendo dirigidas e no fim ela fez isso -- Maitê saiu de perto dos três e se encaminhou para Lebre.

Minho e Newt foram deixados em meio a confusão e Diego começou a explicar.

- Apenas a líder pode interferir em uma briga. Mas Maitê só interfere quando existe injustiça ou quando a confusão é com alguém de fora do Mural. Mas isso é pessoal demais. Elas discutiam a respeito de algo que ocorreu quando elas duas foram uma dupla lá na cidade para procurar pelo Thomas. É muito mais do que vocês pensam. Nunca achamos que Emily a carregava nas costas, mas não cabe a mim, dizer se ela está exagerando, tanto como não cabe a Maitê. Lebre é quem deve dizer.

Depois disso, Newt e Minho chegaram a conclusão de que era melhor não se meter nesses assuntos do Grupo C e logo as coisas foram postas na caverna. Todos estavam lá, exceto Emily.

Maitê foi procurar por ela e o que viu lhe encheu de pena. A amiga estava sentada em um buraco no exterior das paredes da caverna, abraçando os joelhos e fitando o chão com um olhar vago, triste e o rosto riscado por lágrimas.

- Sabe que passou dos limites, não sabe? -- Emily concordou com a cabeça sem tirar os olhos do chão enquanto Maitê se sentava - O que aconteceu? Você não é assim.

- Tive outra daquelas malditas crises de raiva. Estou cansada disso, é sempre a mesma coisa, despejo coisas que nem eu mesma acredito só porque estou... estou... -- Maitê esperou que ela continuasse a falar mas ao invés disso a garota começou a soluçar - Explodi com todo mundo desde que perdi a Luna e não suportei a ideia de perder você, é isso que está acontecendo e agora todos eles me odeiam!

- Te odeiam?

- É claro que me odeiam! -- Ela exclamou limpando o rosto embora as lágrimas viessem a medida que ela falava - Não sou de fazer drama. Eu sei o que eles pensam, principalmente os Clareanos. "Você é maldosa, ignorante e eu não gosto de você. Você nos machuca e no fim só consegue pedir desculpas, mas depois faz de novo!"

- E desde quando você liga para o quê os Clareanos pensam?

- Eu não me importo mas... é verdade. Lebre também sente isso, está claro.

Maitê a abraçou. Ela nunca tinha desabafado antes. Em mais de dois anos Maitê nunca a viu daquele jeito embora já tivesse passado por coisas muito ruins.

𝑬𝑼 𝑬𝑺𝑷𝑬𝑹𝑶 𝑵𝑼𝑵𝑪𝑨 𝑻𝑬𝑹 𝑸𝑼𝑬 𝑪𝑹𝑬𝑺𝑪𝑬𝑹 / 𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶Onde histórias criam vida. Descubra agora