CAPÍTULO 45

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Comida quente. Bebidas geladas.
Cuidados médicos. Banhos maravilhosamente longos. Roupas limpas. Durante esse processo, Maitê percebeu que tudo estava se repetindo. Fazer parecer que estavam seguros só para arrancar isso deles depois, exatamente como fizeram antes.

- É o seguinte -- Disse Maitê para os Onze - Aproveitem isso. Comam até não aguentar mais, durmam, aproveitam as roupas limpas e toda essa paz. Não há o que fazer por enquanto então aproveitem, todos vocês são sobreviventes e merecem isso.

Limpos e bem alimentados, eles se sentaram em um cômodo do Berg, ela e Minho em um dos três sofás do cômodo e a sua volta colchões cobriam o chão onde os Grupos A, B e C dormiam. Poucos ali estavam acordados, embora fosse evidente que estavam cheios de sono. Certo momento, Maitê parou de resistir e se deitou no colchão com Diego, usando os próprios braços como travesseiro. O colchão era tão macio que ela logo dormiu.

Estava de volta no Mural, feliz, sentada na grama com as costas e a cabeça apoiadas no peito de Rian, ele tinha as pernas abertas, passadas em cada lado de seu corpo e segurava um bloco de notas com cerca de 20 cm de altura e 15 de largura. De frente para ele, haviam vários riscos, marcações que ela se lembrava muito bem, a respeito da contagem de semanas, estavam a dois meses no Mural.

- Tá chegando mais comida do que precisamos ultimamente, no geral? Agora temos uma mesa farta e a cozinha -- Ele apontou na direção de uma cemi construção de tijolos que formavam paredes - Ficará pronta logo, logo -- Rian soltou um suspiro - Não concordo em criar raízes, mas estamos fazendo um bom trabalho -- Maitê sorriu de lado, seu rosto não tinha a tatuagem ainda. Rian passou a página do bloco de notas e entregou a ela - E enquanto a isso aqui?

Na folha havia escrito em letras garrafais "CATÁSTROFE E RUÍNA UNIVERSAL EXPERIMENTO LETAL"

- O que é isso?

- Encontramos hoje no Labirinto, Emily encontrou na verdade. Estava em uma enorme placa de metal, lá dentro -- Maitê passou alguns segundos em silêncio, pensativa, até que ela se lembrou dos besouros mecânicos.

- CRUEL -- Ela murmurou.

- O quê?

- É o que tem nos besouros mecânicos e nos Línios, lembra? Está escrito neles, é uma sigla, C-R-U-E-L -- Ela ditou apontando para a primeira letra de cada palavra.

- Nossa! Como eu não percebi isso antes! -- Ele lamentou, depois passou a mão pelo rosto - Passei o dia inteiro pensando nisso -- Maitê sorriu de lado outra vez, quando Rian viu, agarrou o seu queixo e a beijou, ela retribuiu, mas não foi muito longo - Eu te amo tanto.

- Você me ama? -- Questionou como se não acreditasse. Ele abriu um largo sorriso e concordou com a cabeça.

- Amo, amo demais -- Então ele começou a dar vários beijos em seu rosto e ela começou a rir enquanto tentava afastá-lo embora fosse claro que o quisesse por perto.

Ela acordou suando frio, o peito arfando, ofegante. O que chocou Maitê foi não dar de cara com o Berg em que tinha cochilando. Estava em um lugar que não conhecia, deitada em uma cama, cercada por quatro paredes de vidro, e a sua volta haviam pessoas vestidas de jalecos brancos, cientistas que ela reconheceria em qualquer lugar. Do CRUEL.

𝑬𝑼 𝑬𝑺𝑷𝑬𝑹𝑶 𝑵𝑼𝑵𝑪𝑨 𝑻𝑬𝑹 𝑸𝑼𝑬 𝑪𝑹𝑬𝑺𝑪𝑬𝑹 / 𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶Onde histórias criam vida. Descubra agora