CAPÍTULO 30

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O facão escapou de suas mãos e rolou para o lado. O homem a sua frente se aproximou e ergueu a mão, com o punho cerrado, para socá-la.

- Se afasta dela! -- Berrou Minho, porém Maitê levou um murro do mesmo jeito.

Ouve uma movimentação as suas costas, enquanto se erguia do chão. Minho havia ido para cima do Crank e estava com o facão no seu pescoço.

- Se afastem ou mato esse aqui! -- Ele gritou e então o Crank se afastou, emparelhando com a mulher ao seu lado.

- O que é que vocês querem? -- Maitê perguntou apanhando o facão.

- Um bom rango, é isso que queremos -- Respondeu a mulher - Qualé gente, estamos morrendo de fome.

- Vão embora! -- Exclamou Minho lentamente - Não quero ver a cara de vocês e se foram inteligentes vão seguir nosso conselho então é melhor vocês correrem daqui bem rapidinho.

Não precisou falar duas vezes, os dois a sua frente viraram as costas e saíram correndo. O último Crank foi solto por Minho e também correu para o outro lado. Ambos foram para as saídas do beco e observaram os Cranks se afastarem. Só quando foi seguro, eles se viraram um para o outro novamente.

Ela se aproximou do Clareano para abraçá-lo. Deitou a cabeça em seu peito, escutando o coração dele bater.

- Obrigada -- Disse com a voz pesada, pois finalmente soltou o ar que prendia por conta do medo.

No momento que ergueu a cabeça e os seus olhos se encontraram. Ouve um silêncio entre eles enquanto tudo que ambos podiam sentir era a respiração do outro.

O estômago de Maitê queimou quando uma das mãos de Minho se soltou do abraço, enquanto a outra ainda estava ao redor de sua cintura. Porém, ela foi mais rápida e pôs uma das mãos em seu peito e a outra no ombro dele, enquanto afastava qualquer pensamento de dúvida sobre se deveria beijá-lo ou não.

- Você me odeia, lembra? -- Minho sorriu de lado em resposta e se afastou dela.

- É, odeio -- Ele disse endireitando a mochila e saindo do beco.

Retornaram para o lugar em que deveriam ficar de vigia e Minho disse que ela poderia dormir no primeiro turno. Sem reclamar, ela usou a mochila como travesseiro e mirou a rua atrás de Minho até que o sono viesse.

- Ei. Maitê! Acorda -- Sentiu o corpo dar um pulo de susto e abriu os olhos, ela piscou algumas vezes, quando a visão focalizou ela viu Minho com um breve sorrisinho nos lábios.

Se ergueu para se sentar enquanto bocejava.

- O Caçarola encontrou eles. O Thomas e a Brenda, temos que ir -- Maitê apanhou o facão que havia deixado no chão e se levantou.

O céu estava claro, quando checou o relógio viu que já eram oito da manhã. Ele a ajudou a se levantar e então eles partiram em direção ao do ponto de encontro do grupo.

- Valeu por me deixar dormir a noite toda. Da próxima vez eu fico acordada.

- Acredite ou não, mas você é uma ótima companhia enquanto dorme.

- Engraçadinho -- Murmurou ela com um sorriso de lado.

Passaram o resto do caminho em silêncio, porém não era o mesmo de antes, onde dava para sentir a tensão no ar.

Eles viraram uma esquina e encontraram todos os vinte juntos com Jorge, o grupo esperou que Maitê e Minho se aproximassem em silêncio.

- Tá, onde é que eles estão? -- Quis saber Minho.

- Em uma boate -- Respondeu Jorge - Junto de um grupo de Cranks que se uniram para aproveitar a vida antes que ficassem completamente loucos.

- Porque o Thomas tá com essa gente?

- Eles foram obrigados -- Respondeu Caçarola - Um trio de Cranks os encurralou e os levou para o clube.

- Então vamos logo, buscar eles -- Disse Maitê, porém Jorge ergueu a mão.

- Eles podem ser bem desagradáveis quando querem. Devem ter visto as placas pela cidade e quando ele contou o nome o levaram.

- Espera -- Interrompeu Maitê - Que placas?

- Haviam placas grandes de metal pela cidade onde se lia "THOMAS, VOCÊ É O VERDADEIRO LÍDER" -- Maitê olhou para Minho que fitava o chão, mas logo ele ergueu a cabeça para Jorge - Temos de invadir aquele lugar de surpresa, manter todos da festa presos enquanto procuramos pelos dois, ouviram bem? -- Todos concordaram com a cabeça e Jorge deu um suspiro, animado.

Os levou para uma escada que dava para uma grande porta de metal. Havia espaço para duas pessoas atravessarem lado a lado. Maitê deu três toques na porta com os nós dos dedos, mas ninguém abriu então ela chutou a porta, na tentativa de arrombá-la, mas não deu certo, ela se mecheu, mas não abriu. Emily chegou ao seu lado e ambas a chutaram ao mesmo tempo. A porta se abriu tão rápido que foi possível ouvi-la bater na parede interior.

O grupo passou pela porta, todos com armas em mãos. Havia uma multidão de quase trinta para se enfrentar. Um deles tentou atacar Maitê, ele segurava um facão também e deu-lhe um golpe. Ela desviou para o lado e agarrou sua jaqueta, pondo o facão em seu pescoço.

𝑬𝑼 𝑬𝑺𝑷𝑬𝑹𝑶 𝑵𝑼𝑵𝑪𝑨 𝑻𝑬𝑹 𝑸𝑼𝑬 𝑪𝑹𝑬𝑺𝑪𝑬𝑹 / 𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶Onde histórias criam vida. Descubra agora