CONFIANÇA

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- Sam's Pov

Acordei meio de ressaca da noite passada e me levantei para me trocar, pois, infelizmente, hoje ainda tinha aula. Coloquei qualquer roupa confortável e peguei o carro, passei na casa de Clara e as meninas do Karatê e fomos todas juntas. No caminho, Clara se apresentou as meninas e c conversaram bastante.

Já na entrada da escola, vejo Johnny e sua turma, junto com as garotas do Cobra também. Aceno a ele, e o mesmo vem até mim.

> Ah, Sam... A gente pode conversar? - Disse num ar pouco nervoso.

> Tem que ser agora Johnny? Eu estou a atrasada pra aula de história... - Eu disse olhando pro meu relógio.

> Ah, não tem problema. A gente se fala mais tarde então. - Me deu um beijo vazio na bochecha e saiu.

Segui para a minha aula pensando em como Johnny estava sério e meio perdido, meio vazio. Seu olhar era vago, parecia estar preocupado ou com medo. Terminei minha lição bem rápido, e fui ver se Johnny ainda estava no pátio, por sorte eu o encontrei perto de sua moto.

> Podemos conversar agora se quiser - Eu digo olhando firme em seus olhos.

> Tudo bem, vamos até ali? - Ele me levou pra um canto qualquer.

> Bom, sei que pode estar chateada comigo por ter ficado no fliperama com Melanie, mas a gente não fez nada demais lá. Só que.... - Ele respirou fundo.

> Só que, o quê, Johnny? - Eu estava preocupada.

> Ela me beijou. Nós nos beijamos na porta da minha casa, estávamos muito perto, ela iniciou o beijo, eu me afastei dela em seguida e pedi desculpas. Eu não queria que aquilo acontecesse, eu juro. - Ele disse tudo meio rápido.

Eu estava muito irritada, mas mesmo assim estava triste pois Johnny parecia estar muito mal, eu não sabia o que havia acontecido direito. A gente se esbarrar no bar, ela falar tudo aquilo pra mim, ela me odeia e disso eu tenho certeza. Sai dali sem dizer uma palavra, ele ficou parado me olhando sair.

Me dirijo até o meu dojô, para mais um treino. Não tirava Johnny da cabeça, mas eu estava sobrecarregada, então precisava descontar em algo.

- JOHNNY'S POV

Depois que ela saiu me deixando completamente sozinho, decidi sair por aí, ir a praia, sei lá. Eu estava começando a querer chorar, meus olhos já estavam molhados e eu ainda sim dirigindo. Me sentia completamente culpado, por que eu só faço ela sofrer? Por que eu sempre tenho que estragar tudo? Com minhas mãos no acelerador, olho para a aliança que usávamos, estava observando muito aquilo, e não vi um carro vindo na direção oposta à minha. Batemos de frente, fui parar em cima de seu carro.
Só me lembro de quando o cara do carro veio até mim, depois disso, apaguei profundamente. Abri meus olhos e estava num quarto de hospital deitado numa maca, não sabia o que aconteceu direito, meu corpo doía um pouco, minhas costelas, minha cabeça nem se fala. Não havia ninguém para me visitar no hospital, talvez eles estivessem me esperando acordar para me perguntar algo. Uma enfermeira velha chegou e disse.

> Olá rapazinho, estava doendo muito? - Ela diz apertando um pouco meu braço.

> Aí! - Logo ela percebe que sim, está doendo.

> Preciso do número da sua casa, tenho que falar com seus responsáveis.

Dei a ela todas as informações necessárias, e logo minha mãe já estava lá, passando a mão pelos meus cabelos e me dando atenção, pedi a ela que não falasse para Sam o que tinha acontecido, não queria preocupa-la. Mas minha mãe tinha que avisar Kreese e o diretor da escola.

- No dojô - Sam's pov

> Foi algo grave? Ele é um dos meus melhores alunos, não quero que ele se machuque. - Kreese diz a mãe de Johnny.

> Ele vai ficar bem, pelo visto não quebrou nada. - A mãe dele diz.

> Atenção turma, o Johnny está no hospital, acidente de moto - Todos se entre olham -  Portanto ele não ficará conosco até se recuperar totalmente.

Os meninos tratam de me avisar rapidamente sobre o que havia acontecido.
Fiquei muito preocupada e me troquei para ir ao hospital, chegando lá percebo que Johnny já tinha uma companhia pouco melhor.

> Estou meio preocupado com ela agora - Johnny diz a Melanie, se referindo a mim.

> Tem que preocupar com você mesmo agora, ela decidiu te deixar lá, plantado. Não é culpa sua, foi minha, eu não deveria ter te beijado. Me desculpa, de verdade. - Melanie diz.

> Não foi culpa sua Mel, você não fez de propósito. - Ele consola ela.

Vou até o quarto e adentro o mesmo, Melanie nos deixa sozinho para conversarmos e eu desculpo ele, mas digo que não consigo gostar dela.
Na hora de sair, Melanie me segura pelo braço e me dá um "aviso"

> Viu o que fez com ele? Se não fosse mimada e não tivesse deixado ele falando sozinho, ele não teria saído daquele jeito.

> Tá dizendo que a culpa foi minha? - Digo me soltando da mão dela.

> Sim, esse foi o meu aviso, deixe ele em paz. Se ele nunca mais puder lutar, o cobra vai atrás de você, então toma cuidado.

> Espere só até o torneio, caso contrário, podemos resolver em qualquer lugar - Digo apertando o punho.

Saio sem olhar para trás, para não demonstrar medo algum, mas eu estava destruída por dentro. Ver Johnny naquela situação me cortava inteira, quando conversamos, não houve muita intimidade, parecia só mais uma pessoa indo visitar ele, só que com a Melanie foi diferente. Eu sentia que deveria deixar ele ficar com ela, pois nós não estávamos dando certo de forma alguma, não era por medo dela, era por medo de magoar ele e me magoar também. Lá fora do hospital, encontrei a mãe dele, que me olhou como se me agradecesse. Seus olhos estavam molhados, e ela parecia ter chorado muito.

> Olá senhora Lawrence. - Digo colocando minha mão em seu ombro. - Você não parece muito bem, quer conversar?

> Oi Samantha, sim. Eu esqueci muito do meu filho, deixo ele por aí a hora que quer e quando quer, parece que não me importo com ele. Mas eu o amo, e faço de tudo para ver o meu filho bem. Muito obrigada por ter vindo ver ele, saiba que você é muito especial para todos nós. Percebi que você e aquela amiga dele mãos se da o muito bem, vocês já brigaram?

> Não, por enquanto não. Ela vive implicando comigo, mesmo antes de eu me apresentar a ela.

> Cuidado, não se suje de sangue por quem não merece. Você pode até perder a luta, mas nunca perca a razão, pois você pode se dar mal. Mas saiba que você é uma das minhas noras preferidas - Deu um leve sorriso.

> Obrigada, sra. Laura. Bem, eu preciso ir, se cuida e cuida do Johnny pra mim.

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