Acordei meio atrasada pra aula e chamei Johnny, que era lindo dormindo. Ainda com os cabelos bagunçados, ele se levantou e me beijou, depois eu saí e deixei ele se trocando.
Tomamos um breve café da manhã, e saímos em seguida, cada um em seu carro, no caminho percebi que Mary não estava em casa, não sabia se ela havia saído mais cedo ou se não tivesse voltado pra casa.Já no colégio, vi ela e a mesma me explicou que havia dormido na casa de Tommy mesmo, peguei meu uniforme e fui me trocar com as meninas no banheiro, Moon também foi, para colocar o uniforme do time.
> Eu acho que hoje aquela tal de Melanie não vai fazer nada comigo de novo. - Ela disse.
> É, mas se ela fizer algo, a gente arrebenta ela - Susan diz - Não é mesmo Sam?! - Ela ri.
> Com certeza - Rimos juntas.
Estava longe, mas estávamos meio receosa em relação ao torneio, já que umas das nossas colegas, Akyra, havia sido expulsa do Presas de Águia pois ela estava arrumando muitas confusões e brigando à toa.
Ela estava na escola hoje, andando com as meninas do Cobra Kai, então logo percebi o que tinha acontecido, cutuquei Susan com o cotovelo e mostrei a ela Akyra.> Traíra! - Ela diz - Vai ser muito ruim acabar com a amiga dela no torneio.
> Mas e se ela estiver naquele dojô agora? Vamos ter que acabar com ela também- Claire diz sorrindo.
Akyra nunca andava com a gente, nem pra ir num bar, nem nada, ela era na dela, andava com outras pessoas da pesada. Então como ela nunca se enturmou no dojô, ela sair não foi nada muito triste.
> Sabe, hoje eu vou jogar futebol com você Moon - Claire diz.
> Eu super jogaria com você também Moon, mas futebol não é a minha praia. - Susan diz - Mas a Claire vai proteger você, relaxa.
Saímos de lá e fomos para o campo, Johnny não estava lá ainda, o que era estranho, mas logo vi ele encostado no muro, pouco perto da arquibancada. Perto dele estavam os meninos e uma fumaça um tanto estranha, eles abanaram aquilo e voltaram ao campo.
Johnny veio até mim e selou nossos lábios e só então eu percebi que ele estava fumando lá, empurrei de leve ele para me soltar do beijo, e ele não gostou.> O que foi? Dormimos juntos ontem e hoje você tá assim? - Ele diz meio confuso e indignado.
> Quer falar mais alto que dormimos juntos ontem? E esse cheiro de fumaça, hein Johnny? O que você tava fazendo ali? - Apontei para o local que ele estava.
> Você sabe o que eu tava fazendo ali, se não, não teria parado de me beijar. - Ele diz isso e simplesmente sai, tirando sua camisa logo em seguida, esse garoto me provoca.
Terminamos o ensaio e depois fomos embora, na saída Johnny venho até mim querendo conversar.
> Gata, minha mãe quer que você vá jantar com a gente hoje. Você vai? - Ele diz passando a mão pelo meu ombro.
> Se é pela Sra. Laura então eu vou. Mas não ache que estou boa com você. - Eu respondo cruzando os ombros.
> Ah, qual é - Ele me puxa pra mais perto - Eu sei que você me ama. - Ele ri metido - Mas se não quiser ir tudo bem, não precisa ir só por causa da minha mãe. - Ele diz, com tom mais sério.
> Por que? Não quer que eu vá? - Paro de andar e olho pra ele.
> Não é isso.... É que o Sid é meio inconveniente as vezes, e eu não quero que ele seja assim com você. A gente vive brigando, não quero que você veja isso. - Ele diz meio triste.
> Johnny, relaxa, eu vou tentar não falar muito com ele. E outra, eu já vi outras brigas antes, mas dessa vez eu vou estar lá pra te defender. - Dei um selinho nele e logo já estávamos em casa.
Entro e espero a hora de eu me trocar para ir a casa de Johnny, a minha mãe chegou logo em seguida acompanhada de um cara alto que estava de terno. Minha mãe estava com ar de alegria, sorrindo com esse homem, olhei para eles e ela me apresentou ele.
> Filha... - Você não se lembra mas, esse é o Victor... Seu pai. - Eu fico chocada, pois sempre pensei que ele tivesse nos abandonado.
> E.... Vocês estão juntos? - Eu digo me levantando.
> Olha Samantha, aconteceu muito coisa desde que eu e sua mãe nos separamos. - Ele diz.
> Pode me chamar de Sam - Eu respondo - Achei que você tinha abandonado a gente. Como assim mãe? - Eu digo
Depois de uma longa explica sobre tudo, vejo que Mary estava ali o tempo todo ouvindo a história. Ela se senta perto de mim, e nos conversamos sobre o que realmente aconteceu: Meu pai e minha mãe se separaram quando eu e Mary tínhamos uns 5 anos, por isso eu não me lembrava bem. Minha mãe nos deixou com Carmem, quando tínhamos uns 14 anos, pois estava endividada e com problemas na herança de nosso avô. Eles estavam tentando reatar o relacionamento deles de novo, Mary ficou bem feliz, e, apesar de ser estranho para mim, eu estava feliz se minha mãe estivesse também.
Coloquei um vestido de cor clara e desci para esperar Johnny, meu pai me olhou e disse.
> Dá uma volta, preciso ver o tamanho do vestido - Eu me viro e ele aceita.
> Victor - Minha mãe diz a ele - Deixa a menina.
> Não é só por que elas cresceram que deixaram de ser minhas filhinhas. - Ele passa a mão no meu cabelo.
Johnny bate a porta e quem atende é o meu pai, que olha intensamente para o garoto. Depois de quase matar ele com o olhar, meu pai me chama.
> Sam! Filha! Seu namorado está aqui. - Ele grita.
> Ah... Eu sou Johnny Lawrence - Ele estende a mão - Muito prazer.
> Sou Victor, pai das meninas. - Ele pega na mão de Johnny - O prazer é todo seu mesmo.
Me despeço deles e saio com Johnny para o outro lado da rua, que era onde sua casa ficava. Conversamos no caminho, ele fez perguntas sobre o meu pai, e ele disse pra mim não ligar para o Sid.
Cumprimentei todos, e vi que Sid me olhou de cima abaixo com um ar de superioridade, já Laura, me tratou como se fosse da família já.