Changes happen - Part 1

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Dias depois...

Tin

Hoje eu acordo mais um dia disposto a condenar a vida daquele garoto irritante.

(...)

Chego na empresa e vejo meu secretário esperando calado ao lado da minha porta, o que era estranho já que ele sempre estava conversando com meu chefe de operações, todo feliz e distraído.

- Bom dia senhor. Cumprimentou formal e eu estranhei franzindo o cenho.

- Bom dia... Retribui confuso, destrancando a porta. Está tudo bem? Perguntei entrando e ele logo me segue.

- Tudo sim senhor. Ele responde ser reação aparente. Ele pisca algumas vezes e olha pro lado. - Ah algo de errado comigo? Questiona confuso.

- Tem certeza que está tudo bem? Repeti com certo medo, me sentando na poltrona.

Ele sorri fechado. - Senhor, meu bem estar é minha responsabilidade, a sua é assinar esses papéis sobre o orçamento balanceado pelo diretor de operações. Exiplicou ao meu lado gracioso, simples e direto, totalmente focado nas folhas.

O que aconteceu com ele?! O Can que conheço é irritante, esquentado e problemático, esse aqui parece um robô programado pra trabalhar sem hesitar. Então vou testar, só pra garantir.

- Can. Chamei e ele me olha. Fique de joelhos e beije meu sapato. Ordenei girando a cadeira na sua direção e cruzando as pernas.

- Isso é necessário senhor? Perguntou depois de olhar baixo a cima e eu assenti.

Eu achei que ele teria uma reação agressiva como de costume, me xingando e outras coisas, mas ele nem teve reação, nem um murmúrio, ou um punho cerrado. Nada. Era como se fosse outra pessoa na minha frente se ajoelhando pra beijar meu sapato. Ninguém muda assim da noite pro dia.

No instante que ele ia tocar os lábios no couro, eu recuo o pé.
- Esqueça, não é mais necessário. Digo hesitante, desviando olhar e girando a cadeira.

Droga. O que tá acontecendo comigo? Eu queira ve-lo comer na minha mão, mas não desse jeito. Quero ele xingando, sendo rebelde e hesitante. Eu quero ele sendo ele.

- Como quiser senhor. Diz ele enquanto levanta. - Gostaria de mais alguma coisa? Sua fala parecia de um robô humanoide.

Se continuar assim, não vai ter graça nenhuma mandar nele. Vai ser como qualquer outro empregado. Não sei mais por quanto tempo vou ficar me enganando, é ele quem faz essa empresa não ser cinza e monótona. É seu comportamento que muda o clima solitário da minha sala. É ele que me faz querer vir trabalhar...

- Senhor? Está tudo bem? Perguntou ele levemente preocupado.

- Por que?... Murmurei de cabeça baixa. Por que está assim?... Você não é desse jeito?! Me levanto da cadeira e agarro seus ombros. - Vamos, me xingue, bata, desobedeça. Faça alguma coisa! Qualquer coisa! Implorei irritado e desesperado, sacudindo seu torso. Ele me olha um pouco assustado.

- Mas o senhor é meu chefe, eu jamais faria algo assim. Falou um pouco hesitante, olhando nos olhos. - Por que está me pedindo isso?! Perguntou preocupado.

- Por que eu... Quando ia explodir, pude conter rapidamente cerrando forte o punho e pressionando-o nos lábios, pensando que seria alguma brincadeira do menor, ou talvez um medo de não ser correspondido. N-não é nada, é.... pode tirar uma folga hoje, parece estar cansado. Contornei a ocorrido mudando de assunto, desviando o olhar e engolindo saliva.

- Mas senhor...

- É uma ordem. O cortei antes de qualquer pedido, apoiando os dedos na mesa. Ele assente, arruma seu paletó e saí da sala.

Merda, não pode ser real, eu estou me apaixonando por ele... nunca achei que isso iria acontecer comigo... preciso dar um jeito de resolver esse dilema, caso contrário, pode ser que ele nunca mais volte a ser o garoto por quem eu...

AutumnOnde histórias criam vida. Descubra agora