Autumn

Miraculous rewards

No final do turno...

Can

Quem diria que isso podia funcionar, não é? Mas eu me sinto diferente, como se tive no começo era pra ser uma leve tortura psicológica prolongada, pensamos que a culpa deles iria atormenta-los por um certo período. O problema é que eles se arrependeram de tudo logo no primeiro dia, parecendo que nunca tiveram que sentir as consequências dos seus atos na vida. Porém pode ter outros motivos. Ae pode mesmo estar certo sobre eles, ainda é uma possibilidade.

Ae me chamou pro seu escritório e assim tentar planejar algo novo.

- Está tudo dando errado! Exclamou Ae ansioso, passando a mão na nuca. - Não sei mais o que fazer! Continuou alterado, andando de um lado pro outro.

- Ae, se acalme, assim vai ter um ataque cardíaco. Pedi com baixo tom e em choque com seu comportamento. - Eu andei pensando no que você disse. Ae me olha confuso com minha fala. Pode ser que Tin não seja ruim por natureza. Continuei, sorrindo bobo em seguida.

- Can, você está passando bem? Perguntou ele, me encarando desconfiado.

- Por que todos estão me perguntando isso hoje? Ponderei franzindo o cenho.

- Você sorriu quando disse "Tin"... Do nada ele faz uma cara de surpresa, mas logo muda pra um sorriso traiçoeiro. - Hum, acho que alguém está apaixonado. Jogou as palavras hesitando sorrateiro.

- Apaixonado minha bunda! Explodi desconversando totalmente confuso. - Por que eu iria gostar de alguém que me trata tão mal? Desanimei me sentando na cadeira e finalmente compreendendo a verdade.

- Pode ser por convivência. Você não conseguiu ver algo que estava na sua frente o tempo todo. Cogitou ele, se escorando na mesa e olhando pra algum lugar a frente. - Muitos dizem que o amor verdadeiro é aquele que não consegue ser explicado. Talvez seja o seu caso. Ele se apoia na palma e me encara sorrindo. - Por que você gosta dele?

- Eu... eu não sei. Reclamei abaixando a cabeça coçando o cabelo com as mãos em nervosismo. - Ele é tão arrogante, metido, egocêntrico, ainda acho que ele tem uma aura tão suja, pode ser capaz de depressiar qualquer um que chegue perto. Citei apoiando os cotovelos nas coxas e encarando o chão.

- Isso foi bem específico. Falou andando até a poltrona.

- É mas... parece que com o tempo aquela aura me atraiu tanto a ponto de eu não poder resistir mais. Sorri fraco. - Se o que diz é verdade, então eu não posso deixar ele descobrir isso. Tin pode usar isso para acabar de vez com a minha sanidade. Completei negando em desapontamento. - O que nos resta agora é resistir, não é Ae? Sem resposta. - Ae? Ergui a cabeça em sua direção e noto ele em choque olhando para a porta.

Assim eu olho para frente e vejo aquela pessoa a qual eu realmente implorei pra não ser ela. Tin.

- Tin! Me levanto ansioso. - A-a quanto tempo está parado na porta? Pergunto enrolando as mãos com medo.

- Tempo suficiente. Respondeu sério de braços cruzados.

- T-tin eu posso explicar. Sugeri tremendo um pouco a voz. Acho que nunca senti tanto medo quanto agora.

- Na minha sala. Agora. Ordenou agravando a voz e me fez engolir saliva.

Ele se vira e sai, me deixando completamente sem reação e suando frio, Ae teve que me arrastar para a sala devido ao meu medo incalculável do futuro não tão distante. Sabia que dali pra frente minha vida seria um completo inferno na Terra e eu já me sentia no purgatório.

(...)

Ae praticamente me joga pra dentro da sala dele e fecha a porta murmurando "boa sorte" no final. E lá estava eu, de cabeça baixa, brincando com dedos e tentando pensar no que dizer sem gaguejar de vez.

- Primeiro eu gostaria de saber quem é o homem arrogante, metido e egocêntrico. Fechei os olhos com força. Merda, ele ouviu.

- O-olha... é.... bem... Não dá, não consigo respirar direito, estou com muito medo.

- Responda..

- M-mas....

- Responda! Ele bate as palmas na mesa e eu solavanco de susto.

- É você. Disse num fio de voz, mas foi audível, pois ele se aproxima.

- E... de quem é a aura suja pela qual você se atraiu? Seu tom muda pra um mais calmo e acolhedor. Sua voz parecia um cobertor aconchegante.

Eu ergo a cabeça e finalmente pude sentir a lágrima descer pela minha bochecha. - Você.. ouviu. Não consegui olhar em seus olhos por muito tempo, estava devastado mentalmente. Porém, quando ia desviar o olhar, ele segura meu queixo e sorri fraco.

Aquele sorriso não era maligno, ou tinha segundas intenções, era completamente sincero. Sera que...

- Não sabe por quanto tempo tive que esperar para ouvir isso. Completou alegre e logo selando nossos lábios. Deixando meu ser em uma confusão absoluta...