Autumn

Does this just happen to me?

Algumas semanas depois...

Estou completamente esgotado, minha cabeça pulsava e os pés me matavam. Como ele pode ser tão cruel? Eu nem fiz algo tão ruim assim. Mas agora ele me trata como se eu tivesse matado alguém importante pra ele.
Não sei mais quanto tempo vou conseguir aguentar, ele não para de encher meu horario com coisas fúteis ou que poderiam ser feitas por ele, mas o pior é que eu sou obrigado a aceitar tudo, se não serei demitido e não poderei pagar as contas. Por que isso só acontece comigo?

Agora eu estou carregando meu pequeno pote de morangos, mas meu demônio pessoal, o Tin, pôs o pé na frente dos meus, fazendo eu cair e derrubar todas as frutas no ato.

- Devia olhar por onde anda, assim não cairá o tempo inteiro. Sugeriu ele me olhando esnobe, antes de sair rindo de forma debochada, junto com o resto do bando de empregados interesseiros.

Eu me calo e começo a recolher meu almoço junto com a dignidade que me resta. Porém, um par de sapatos para a minha frente e se agacha, me dando a visão de um moreno bem vestindo e cabelos penteados.

- Ei, você tá bem? Perguntou baixo, antes de por a pasta embaixo do braço e recolher o resto dos morangos. Assenti. - Aquele cara... Rosnou baixo, olhando por cima do ombro.

- Obrigado. Dei um sorri fraco.

- Você é o secretário novo, não é? Perguntou o moreno, voltando a atenção e me entregando o pote.

- É, sim, mas não era pra esse ramo que fiz a entrevista. Acontece que eu me candidatei pra um cargo maior, mas o chefe da empresa teve outros planos.  Expliquei gesticulando as mãos.

- Que mal, sinto muito. Desculpou, acenando a cabeça levemente.

- Ta tudo bem, eu ja tô me acostumando com isso. Reconfortei-o simples. - Eu nem me apresentei, sou Can, o secretário do diabo. Estendi a mão, rindo fracamente.

- Eu sou Ae, o novo diretor de operações. Ele retribui o ato mostrando seu dentes retos e brancos.

- Oh... entendi. Falei melancólico e forçando um sorriso.

- Não diga que... foi esse o cargo? Assenti envergonhado. - Ah, merda. Soltou ele decepcionado.

- Relaxa, eu sei que vai dar o seu melhor...

- Eu sei e obrigado pelo apoio, mas é que... bem, quando eu vim pra entrevista, estava voando um boato de um cara que veio para ser diretor de operações e acabou virando "cadelinha" do chefe. Explicou o moreno passando a mão pelo cabelo, claramente desconfortavel com a conversa.

- O que? Quem falou isso? Perguntei rapido, sentindo o ódio crescer.

- Um tal de Pete não sei o que. Assim que ele falou o nome do dito cujo, eu saí em busca do cara.

(...)

- Então é você que anda espalhando mentiras sobre mim, não é Pete? Acusei o tailandês, que estava conversando com outros funcionários, mas se vira e faz a cara de espanto.

- Eu? Por que eu faria isso? Questionou ele fingindo estar ofendido.

- Eu não sei, me fala você. Disse incrédulo e confuso.

- Can por favor para, tem um monte de gente olhando. Pediu o moreno, abaixando a voz.

- Oh, então esse é o novo chefe de operações? Que gracinha. Elogiou Pete, se aproximando do outro, que desviou o olhar envergonhado abraçando sua pasta.

- Fique bem longe dele, sua víbora. Não vou deixar você corromper alguém importante como fez com o Tin. Ameacei entrando no meio de ambos, estendendo o braço pra protege-lo.

- Se enxerga garoto. Xingou ele fazendo cara de nojo.

- Por que não vai destilar seu veneno em outro lugar? Sugeri o encarando sério.

- Fique sabendo que isso não acabou. Citou ele indignado, virando a cara, empinando o nariz como um rico esnobe e saindo em seguida.

Me viro e noto sua cara de confuso. - Olha, acho melhor ficar longe desse cara, não quero te ver em problemas, já basta os que ele tem tem comigo. Ri fraco e toco seu ombro. - Acho que agora esse prédio vai ter um clima menos tóxico. Seja bem vindo a M.C. Ae. Estendo a mão sorrindo simples.

- Obrigado pelos avisos. Ele agradece, retribuindo o cumprimento. - Será um desafio e tanto...