Changes happen - Part 2

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Enquanto isso...

Pete

Me pergunto o que eu posso fazer para me vingar daquele garoto abusado. Vou fazer ele rezar por clemência.

(...)

Logo após meu intervalo, subo e vou direto para a sala do verme chamado Ae. Entretanto, quando ia invadir seu espaço, a porta é aberta por ele.

- Bom dia senhor. Cumprimentou ele sorrindo fechado. Posso até dizer fofo.

- É... bom dia... Retribui confuso. Pensei que ele iria me tratar rudemente. Assim eu entro e me sento no sofá a frente da sua mesa.

- Em que posso ser útil? Perguntou fechando a porta e voltando para sua poltrona.

- Bom... na verdade não é nada, apenas senti saudade. Sorri bobo mudando de assunto abanando a mão. Espera... por que eu estou tão desconcertado perto dele?

- Entendo. Bom, pode ficar avontade, qualquer coisa pode me chamar. Ponderou ele de foma serena, dando um fraco sorriso descontraído. E ele volta a escrever no Macbook.

Alguns minutos depois...

Parando pra analizar, ele me recebeu de maneira calorosa, não me expulsou da sala e ainda foi receptivo comigo. O que está acontecendo??

- ...Ae, você está bem? Questionei constrangido. É estranho perguntar isso a alguém que me rebaixou a plebeu no primeiro contato.

- Por que não estaria? Eu pareço doente? Perguntou me encarando parecendo preocupado.

- É que você sempre me expulsa do seu escritório. Então eu achei estranho você deixar eu ficar. Expliquei gesticulando as mãos, mas com um leve receio de encara-lo.

- Serio? Como pude ser tão imprudente com um superior dessa maneira! Ele fala balançando a cabeça visivelmente desapontado consigo mesmo, não parecia ser falso, ele estava mesmo arrependido. - Senhor Pete, por favor, mil desculpas, eu garanto que não irá se repetir. Ele se desculpa e eu assenti em retribuição.

Por que estou assim? Antes queria tortura-lo até ele se demitir... agora eu mal consigo olhar nos olhos dele. É como se meu cérebro soubesse que estava fazendo uma maldade, mas viu que não surtiu efeito nele, então está se envergonhando.

- Senhor?... Senhor! A voz dele me tira dos pensamentos. Ele me segurava pelos ombros. - Parece um pouco distraído. Tem algo de errado? Perguntou preocupado e me encarando pleno.

Ele parece estar tão bem perto de alguém que o fez sofrer tanto, como se ele estivesse me perdoando de tudo o que fiz a ele,... mas por que eu me sinto tão ruim. Parece que eu matei uma criança na frente dos pais.... será que isso é... culpa?

- E-então... Iniciei baixo, com vergonha. e-eu... Engoli saliva e pressionei os lábios. é q-que eu estava sendo muito cruel com você. Abaixei a cabeça e sentindo os olhos marejarem, cerrei os punhos nas coxas. - Desde que chegou eu te tratei como se fosse lixo... Soltei um soluço choramingando. - A verdade é que eu estava com inveja,... Funguei novamente, tremulando a voz. e-eu tinha inveja de você se dando bem com o Can. Inspirei e expirei. - Eu nunca tive uma boa relação com o Tin, as vezes eu acho que sou descartável pra ele.... Engoli saliva mais uma vez. - E-e ver vocês dois sempre conversando, dando risadas e despreocupados... me fez criar um ódio tão grande. Deixei o ar sair por um tempo, me acalmando. - Agora eu me sinto culpado por todo o mal que te causei. E-e essa culpa vem me consumindo desde que entrei aqui, com você me tratando de uma forma tão gentil e acolhedora... só fez essa dor e esse peso crescerem ainda mais. Choraminguei finalmente tendo coragem para encara-lo. Seu olhar definiu-se em preocupação e surpresa, com algumas lágrimas descendo pelo seu rosto moreno. Eu agarro seu paletó. - Me perdoa Ae, me perdoa por tudo o que eu te fiz passar. Finalizei deitando no seu peito e desabando em lágrimas...

E mesmo assim... ele afagou minhas costas e me abraçou até o fim...

Muitos dizem que o dinheiro muda uma pessoa, mas na verdade não, o que acontece é que floresce um lado sombrio da sua alma. O mal sempre fez parte de nós, cabe a você decidir se o prende ou o deixa controlar seus atos...

AutumnOnde histórias criam vida. Descubra agora