Love of work

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Ele está me beijando mesmo! Seus lábios finos são macios e quentes, como se estivessem hidratados o tempo todo, não havia resquício nenhum de ressecamento. Os movimentos são lentos, mas parecem ser friamente calculados, me senti na obrigação de acompanha-lo, pois agora sua presença me relaxava. Ficamos alguns segundos nesse estado, até ele nos separar e me encarar em silêncio.

- Por que isso, assim do nada? Murmurei desviando o olhar e corando no processo.

- Eu sei que te devo uma explicação. Respondeu mexendo no cabelo e eu retorno a atenção. - Mas para mim não precisa ter. E você também não quer, não é? Questiona ele, abrindo um sorriso e acariciando os lábios.

Engoli saliva. Tin, meu chefe, CEO desta empresa, o homem considerado frio e arrogante com todos a sua volta. É este homem que está se declarando pra mim no momento? Eu estou completamente chocado, mas e agora? O que eu faço?

- Vamos tentar de outro jeito. Ele me puxa pela cintura e segura a lateral do meu rosto. - Eu vou te beijar, vai depender de você se continuar ou não. Explicou serio, mas sorriu de canto no final.

Sua palavra final deu inicio a aproximação repentina, fazendo questão de vir bem devagar, me dando um certo desespero, afinal, seu rosto parecia estar pleno, parecendo ter total convicção de suas ações. Aqueles lábios, estavam me oferecendo um convite irrecusável, deixando nossos corpos se atraindo como imãs. Naquele momento minhas mãos se encontram puxando seu paletó, a respiração quente se mesclando com seu hálito de hortelã, ambos quase implorando para um ter outro.

De repente, a porta é aberta bruscamente, foi nesse momento que recobrei a consciência e retirei os membros da sua roupa o mais rapido que pude, dando direção a porta aberta por totalmente inconveniente.... Pete. Assim que olhei pro Tin, o mesmo estava claramente irritado pela interrupção.

- Oh, estou interrompendo algo? Perguntou ele em falsa surpresa.

- Não, n-na verdade eu já estava de saída. Respondi sacudindo a cabeça rapidinho e saindo da sala, mas quando passei pelo intruso não pude segurar o tímido sorriso.

- Não, Can, espera.. Foi tudo o que pude ouvir antes de sair do local.

Pete

Não era bem essa reação que eu tinha em mente, mas serve

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Não era bem essa reação que eu tinha em mente, mas serve. Havia chegado bem na hora do desastre quase acontecer, sorte minha ele ter deixado a persiana aberta.

- O que deu nele?... Perguntei curioso sinalizando para trás.

- O que quer Pete? Ele atropela minha pergunta com outra, depois de por as mãos na cintura. - Não viu que estava ocupado?! Perguntou retórico levemente alterado.

- Ei, calma, apenas vim te ver, senhor irritadinho. Sorri travesso e piscando o olho, depois da minha resposta. - Afinal, eu ainda sou seu melhor amigo. Continuei de forma redundante.

- Isso não te dá o direito de fazer o que fez! Retrucou ele irado, gesticulando a mão.

- Mas o que eu fiz? Questionei-o desentendido.

- Não se faça de bobo. Ordenou entre os dentes. - Você é o único sabendo que eu gosto dele. Ele fala se aproximando de mim. - O que fez foi ter uma crise de ciúmes, sendo que terminamos a um ano. Ele cutuca meu peito grosseiramente, já eu tive que piscar algumas vezes pra afastar as lágrimas. - Mas eu fui bem bondoso em te deixar ser meu co-proprietário. Pensei que assim poderiamos continuar nossa fiel amizade do passado. Revelou balançando a cabeça em desapontamento. Foi nesse momento que ele me feriu de vez.

- Como tem coragem de me tratar assim Tin?! Explodi com os olhos marejados e o empurrando. - Depois de tudo o que passamos juntos. Fui eu quem te deu a mão quando ninguém mais quis. Fui eu, está ouvindo?! Eu!! Choraminguei indo ao chão derrotado.

- Recomponha-se Pete, não quero suas lágrimas sujando meu carpete. Ele me trata de forma fria e seca, com seu olhar superior e julgador. - Jamais devia ter te aceitado aqui, fui fraco demais. Negou ele enquanto me encarava com nojo. - Saia deste prédio e não apareça na minha frente outra vez. Ordenou ele indicando a saída e se sentando na poltrona.

Fiz o que me foi mandado, porém, a cada passo que meus pés davam em direção a saída da corporação, meu coração ganhava uma nova rachadura...

AutumnOnde histórias criam vida. Descubra agora