66 • Christmas Eve

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Dezembro, 2018 • Boston – MA Scarlett Johansson

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Dezembro, 2018 • Boston – MA
Scarlett Johansson

O momento de finalmente voltar para casa chegou. Após onze dias em coma induzido e nove dias lidando com as consequências do incidente – como a falta de mobilidade, a tipoia no braço direito e as longas sessões de fisioterapia que eu precisaria durante os próximos meses –, os médicos finalmente decidiram assinar a minha alta para que o tratamento contínuo e prolongado pudesse ser feito de modo domiciliar.

Por coincidência, era véspera de natal.

Minha mãe insistia que a liberação repentina e precoce tinha algo relacionado a algum tipo de  milagre de natal. Obviamente meus irmãos não perderam a oportunidade de usar aquela hipótese maluca como uma nova forma de me irritar. Miracle era o meu mais novo apelido.

Após a última avaliação e a alta hospitalar assinada, deixei o quarto em que passei os últimos dias acompanhada por Adrian e meus pais, sendo arrastada em uma cadeira de rodas. Ficar em pé ainda era algo complicado, então até segundas ordens, eu teria que usar a cadeira para me locomover.

As enfermeiras que me atenderam durante todos os procedimentos, vieram se despedir e torceram pela minha melhora, sendo inevitável segurar as lágrimas. Melanie, como uma boa anfitriã, entregou pequenas lembranças a todos os envolvidos, como forma de expressar a sua imensa gratidão pelos cuidados árduos em me manter viva.

Atravessei todo o hospital com um sorriso molhado no rosto, ainda sem acreditar que tinha conseguido escapar com vida. Ainda sentia dor em certas regiões do corpo e era assombrada com as imagens da perseguição e do incidente, mas naquele instante, esses empecilhos não eram tão importantes.

Estar em casa era o meu único desejo.

Quando a porta da entrada principal do edifício revestido de vidros finalmente se abriu, contemplei o ar gélido de Boston do lado de fora. Tudo era branco e congelante, mesmo com o sol morno apontando no meio do céu entre nuvens.

Eu nunca fui uma pessoa que gostava do inverno. O calor do verão sempre foi a melhor sensação.o toque do sol intenso na pele; a brisa quente abraçando o corpo; o céu azul celestial... no entanto, pela primeira vez, aquele frio sobre a minha pele se tornou tão gratificante quanto voltar a respirar.

Eu estava viva.

Não precisei de esforços para avistar uma mulher e três homens próximos a um Jeep Compass entre os outros carros do estacionamento. Todos com balões coloridos inflados com gás Helio, alinhados em uma comitiva de boas vindas para mim. Ao notarem a minha aproximação, Vanessa, Christian, Hunter e Christopher sorriram tanto quanto eu, aliviados por finalmente não precisarem mais se preocupar com a minha sobrevivência.

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