26 • Estamos bem?

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Novembro, 1998 • Boston – MA Christopher Evans

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Novembro, 1998 • Boston – MA
Christopher Evans

A semana após o baile seguiu normalmente, mas o meu novo normal era evitar Scarlett Ingrid Johansson de qualquer maneira. Imaturo? Talvez. Mas como era a maneira correta de agir após beijar a sua melhor amiga, que respectivamente era a mesma pessoa pela qual era apaixonado?

Eu não conseguia mais parar de pensar naquele beijo, ou nos motivos que o ocasionaram. Ela gostava de mim? Foi apenas uma reação do álcool? Ainda poderíamos ser amigos? Ela gostou do beijo tanto quanto eu?

Eu estava enlouquecendo.

O mais próximo de Scarlett que eu cheguei foi na aula de história, com duas cadeiras entre nós. Eu percebia seu olhar sobre mim enquanto eu tentava, falsamente, me concentrar na professora Carter. Zoe e Brie agiam como se não soubessem de nada, mas eu duvido que, sendo melhores amigas de Johansson, ela não tivesse comentado algo.

Meu almoço era no auditório e Sebastian sempre me questionava o que estava acontecendo. Minha desculpa era que não me sentia bem. Porque eu realmente não me sentia. Além disso, ele sempre comentava de Scarlett perguntar sobre mim e eu nunca sabia o que dizer.

Os Wild Wolf's estavam nas semifinais das Regionais e eu tinha me esquecido completamente que hoje era dia de treino das animadoras no campo quando decidi me esconder na arquibancada com o caderno de desenho. A banda treinava a música de abertura, os jogadores repassavam alguns lances, e no meio das acrobacias das animadoras sob os apitos de Elizabeth, estava o pontinho flamejante. Eu era capaz de reconhecê-la há quilômetros de distância.

Scarlett estava parada, com as mãos na cintura, olhando diretamente para mim. Sua feição estava impassível, sendo difícil definir seus sentimentos. Porém eu conseguia definir os meus: eu sentia a falta dela.

— Quando você vai parar com essa greve? — Sebastian apareceu ao meu lado, me assustando.
— Você pode parar de aparecer do nada? — fechei o caderno em meu colo.
— Estamos preocupados com você. E quando eu digo estamos, isso inclui a ruivinha ali — ele apontou para a Scarlett, que agora tinha a atenção voltada para as suas subordinadas.
— Só estou passando por uma fase difícil.
— Fase difícil por causa de um beijo? — eu revirei os olhos — É, eu sei, e não é por sua causa — Stan cruzou os braços, encostando-se nos bancos de trás — Pode me explicar o que realmente está acontecendo?
— Eu não sei como reagir com a Scar — admiti, derrotado e vi o meu amigo rir — O quê?
— Você é um idiota, sério! Essa é a sua preocupação?
— Eu não deveria me preocupar?
— Não! Estamos falando da Scarlett! Ela é nossa amiga, independente de usar saia rodada e balançar pompons.
— Eu não sei porque ela me beijou, Stan. Isso está me tirando do sério.
— Não é mais fácil conversar isso com ela? — eu neguei com a cabeça — Então a greve de silêncio é a sua melhor escolha?
— Podemos por favor parar de falar sobre isso?
— Não, Evans. Não podemos! — exclamou, Sebastian — Eu não aguento mais a Johansson choramingando pelos cantos e você afastado da turma. Eu não sei porque ela te beijou, mas eu nunca vi, em toda a minha vida, um beijo significar algo ruim.
— E não significa.
— Então por que isso tudo?
— Porque eu estou apaixonado por ela e não sei o que esse beijo significa! — minha fala saiu tão rápido que Sebastian precisou de um minuto para absorver — Estamos falando da Scarlett, ok? Todo o colégio a venera. Ela tem todos aos seus pés, mesmo não ligando para nada disso. Olha só! — eu apontei para os jogadores que fingiam jogar, mas na verdade estavam observando a Lizzie e a ruiva — É isso o que ela causa. Me diga como ela poderia se interessar por alguém como eu?
— Não confia no próprio taco, Evans? — meu amigo brincou — Scarlett sempre provou ser diferente. Ela é nossa amiga.
— Isso não justifica o porquê dela ter me beijado.
— Olha, eu não sei porque ela te beijou, mas você vai continuar sem saber se não falar com ela.

Uma sombra nos cobriu e precisei respirar fundo antes de levantar a cabeça. Era impossível não reconhecer o tênis vermelho.

— Você sabe porque ela te beijou, Evans. Só não quer admitir — Renner estava uniformizado. Sobre os seus ombros estava parte da proteção de futebol americano — Para me fazer ciúmes — Sebastian balançou a cabeça, deixando claro a sua ironia.
— É mais fácil ela ter beijado o Christopher para se livrar de você.
— Isso não muda o fato dele ter sido usado — Jeremy exclamou, e eu sentia o meu nervosismo crescer — Você achou mesmo que a Scarlett iria gostar de alguém como você? — engoli em seco – Ela é muita areia para o seu caminhãozinho, Evans!
— Algum problema, Jeremy? — a voz de Scarlett estrondou na arquibancada, enquanto ela subia os degraus.
— Nenhum, Scar. Estamos apenas conversando, não é? — ele esperou um retorno, mas eu e Sebastian continuamos em silêncio — Além do mais, eu já terminei aqui.

Jeremy pegou o seu capacete sobre o banco e desceu as escadas como um vitorioso, mas antes dele passar pela co-capitã das Wolf's, ela segurou o seu braço.

— Não ouse brincar comigo, Jeremy! — ela extremamente nervosa.
— Não sou eu quem brinco com as pessoas aqui, Johansson! — Renner se livrou dos dedos da ruiva, e continuou o seu caminho para o campo, onde seu capitão Hunter o esperava.

Pude observar Scarlett fechando os olhos e respirando fundo, sentindo a fala de Jeremy em suas costas. Ela realmente tinha me usado? Eu me recuso acreditar nisso!

— Vocês estão bem? — ela perguntou e Seb assentiu antes de se levantar.
— Acho que vocês precisam conversar.
— Não, não precisamos! — me levantei, me prontificando a subir os degraus da arquibancada, mas Scarlett segurou o meu pulso.
— Qual é, Christopher! — eu a olhei e fitei uma Scarlett triste — Você é meu melhor amigo. Eu sinto a sua falta! — senti o meu coração bater mais forte — Será que podemos ao menos conversar?
— Está tudo bem, Scarly — ela suspirou, soltando o meu pulso, desapontada — Nos vemos no auditório? — fui o mais gentil que consegui, a vendo assenti.
— Estamos bem?
— Estamos. Eu só... precisava de um tempo — ela assentiu novamente.

Uma parte de mim se sentia usado. Mas havia uma outra parte que também sentia a falta dela. Eu não conseguia mais ficar longe dela, independente do que aconteceu entre nós. Eu amei o beijo e não iria perder a minha melhor amiga por isso.

 Eu amei o beijo e não iria perder a minha melhor amiga por isso

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