59 • Paz

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Dezembro, 2018 • Boston – MA Chris Evans

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Dezembro, 2018 • Boston – MA
Chris Evans

O sol já estava acima da linha do horizonte em algum lugar de Boston, mas com a chegada precoce do inverno, o frio tomava conta da cidade. A claridade pelas brechas da cortina incomodou os meus olhos, me fazendo despertar antes da mulher ao meu lado.

Scarlett dormia sobre o meu peito. O edredom cobria o corpo despido e os fios loiros descansavam sobre o travesseiro de penas. Minha mão espalmada na linha da sua espinha, meu olfato inebriado pelo cheiro de baunilha.

Era o nosso melhor cenário e eu adorava assisti-la daquela forma. Tranquila e protegida em meus braços.

A sensação de acordar ao lado de Scarlett era a melhor que eu poderia sentir dentre os meus trinta e sete anos. Um filme movia-se em minha cabeça: dois jovens pelos corredores do colégio, escondendo toda paixão que sentiam um pelo outro por medo. Era inevitável não rir. Tudo aquilo havia os levado até ali, até a minha cama, até os meus beijos, até os meus braços.

Teve a sorte do destino os juntar novamente.

Eu poderia ficar por horas ali, ouvindo a sua respiração funda, admirando o rosto sereno, sentindo o seu corpo nu e quente colado no meu.

Com a ponta dos dedos, deslizei pelo perímetro do seu rosto até a marca arroxeada abaixo da sua orelha, que surgiu graças a nossa empolgação na noite passada. Sorri ao lembrar da pequena aventura que foi transar com Melanie e Karsten no quarto ao lado. Parecíamos dois adolescentes tentando abafar os gemidos e tapas, para não escutarem o que acontecia ali.

Ao lembrar de alguns detalhes do sexo que tivemos, senti a região abaixo do meu abdômen latejar, desejando um pouco de dopamina matinal.

— Parece que alguém acordou animado — a voz rouca de Scarlett me fez sorrir, ao ouvi-la se referir ao meu pênis ereto sob a sua coxa estirada.
— Você nem faz ideia — rocei meu nariz com o dela e depositei um selinho, notando ela se afastar logo em seguida — Não começa com esse negócio de não escovei os dentes ainda.
— Mas eu não escovei.
— Você não tem bafo, my love.
— Todo mundo tem.
— Eu tenho? — ela me olhou e omitiu um sorriso — Ei! Eu não tenho bafo.
— Se você está dizendo... — levei a mão até a boca e expirei na palma para sentir se algum odor surgia.
— Não tenho.
— Tá bom — ela se ajeitou no travesseiro, com a barriga para cima.
— Você nunca reclamou disso.
— Deveria?
— Se te incomoda...
— Você sabe que estou brincando, né? — apoiei a cabeça na mão e o cotovelo sobre o travesseiro.
— Engraçadinha — beijei sua têmpora a fazendo sorrir — Sobre alguém acordar animado...

Subi em cima de Scarlett e minhas mãos foram até a sua cintura, fazendo-a rir alto. Afastei alguns fios loiros desgrenhados do seu rosto e fitei seus olhos verdes acompanhados de um sorriso travesso.

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