Outubro, 2018 • Boston – MA
Chris EvansMesmo sem lembrar de quando foi a última vez que realizei o maldito backup do meu celular, eu aguardava ansiosamente a barra de carregamento terminar o download de tudo o que poderia estar salvo na nuvem para o novo aparelho que eu tinha comprado antes de vir ao escritório. Eu estava curioso para saber quem era Brianne, já que não havia ninguém com esse nome em minha agenda de contatos do escritório, descartando assim, a possibilidade de ser algum cliente.
Aquilo estava me tirando do sério, mas não chegava nem perto do estresse que me possuía todas as vezes que o telefone tocava, aproximadamente de vinte em vinte minutos. Quando eu ouvi a voz de Jenny na primeira vez que o som familiar ecoou em minha sala, eu já sabia que o meu dia seria um inferno.
Decidi ir ao departamento de TI tentar achar alguém capaz de bloquear o número dela do sistema do escritório, já que estava sendo impossível bloqueá-la da minha vida. E para a minha incrível sorte, para que esse procedimento acontecesse, eu precisaria realizar um relatório de bloqueio para ficar registrado na empresa a razão daquele número não poder entrar em contato comigo. Agora toda a empresa iria saber que eu tenho uma ex-namorada maluca.
Voltando para a minha sala e a revisão dos contratos que já estavam perto da data limite, procurei ativar o modo advogado e esquecer os dois anos da minha vida que incluíam Jenny, e teria conseguido, se não fosse por uma invasão alheia em meu escritório.
— Desde quando você começou a deixar o celular desligado? — levei o olhar até o meu amigo Sebastian, que estava socialmente vestido, como um advogado deveria sempre estar.
— Bom dia para você também, Stan! — o provoquei — Ocorreu um acidente com o meu aparelho ontem, por isso está dando desligado.
— O que houve? Ele se jogou pela janela? — ele cruzou os braços, brincando com o próprio comentário.
— Jenny o jogou na piscina — sua boca formou um 'O' perfeito, incrédulo com a minha resposta. Não exatamente surpreso, já que ele melhor do que ninguém sabia do que Jenny Slate era capaz de fazer. Talvez Stan estivesse tentando absorver a informação.
— É sério? — eu assenti, digitando um comando no iMac em minha frente — Eu sabia que ela era doida, mas agora só provou que ela precisa ser internada em um manicômio — sem discrição, gargalhei.
— Eu terminei com ela ontem.
— E ela sabe disso? — o telefone sobre a minha mesa tocou mais uma vez — Aposto dez dólares que é ela.
— Te entrego agora ou mais tarde? — tirei a minha carteira do bolso, fazendo o meu amigo rir — Já é a décima quinta ligação do dia.
— Eu não sei como você aguentou quatro anos com ela.
— Sinceramente, nem eu sei — respirei fundo, voltando a minha atenção ao homem a minha frente — Veio apenas para saber porque não atendo as suas ligações? Sei o quanto é difícil para você sair da sua sala e caminhar dez passos até aqui — disse, entre risos.
— Também, mas quero saber se você vai para a reunião — eu olhei para o planner embaixo do teclado onde continha as minhas obrigações do dia, e não encontrei nenhuma reunião marcada.
— Eu tenho reunião hoje? — ele balançou a cabeça, risonho.
— Não, seu idiota. A reunião da turma de 1998, na sexta-feira — eu o olhei ainda sem entender. Por que diabos a classe de vinte anos atrás iria querer se reunir?
— Por que você acha que eu iria comparecer a uma coisa dessa? Você lembra que me agrediam?
— Lembro que eu apanhava por você também — eu revirei os olhos — Mas já fazem vinte anos, Chris. Você ganhou uns quarenta quilos de massa corporal, cresceu uns quinze centímetros de altura, ganha mais de 5 mil dólares por mês, treina e corre diariamente... e está um baita de um rapagão — eu gargalhei.
— Rapagão? Voltamos mesmo aos anos 90? — Sebastian deu de ombros.
— Qual é! Você não quer provar para os idiotas dos Wild Wolf que ninguém pode te abalar mais? — eu o olhei, como se a resposta fosse óbvia — Além do mais, os Johansson's devem ir.
— Até onde eu sei, Scarlett está em Nova York — surpreso, Stan sorriu.
— Está bem informado, em?!
— Anthony comentou algo da última vez que nos vimos — dei de ombros.
— Então você não quer vê-la?
— Eu nem sei se ela vai — retruquei.
— Mas também não sabe se ela não vai. Vai ser legal, OK? A Brianne insistiu que fôssemos.
— Brianne? — uma lâmpada acendeu entre meus neurônios.
— Sim, Brianne Larson.
— Brie? — ele assentiu — O nome dela é Brianne? — Stan gargalhou.
— Você achou o quê? Que os pais dela colocariam um nome como Brie em sua certidão? Em que mundo você vive?Após ter a resposta para o meu questionamento, eu imaginei Brie Larson tentando convencer Sebastian a participar da reunião com ameaças aleatórias e que nunca chegariam a acontecer. Ou poderiam acontecer, já que depois de vinte anos, ela deve ter encontrado o contato de todos da turma para elaborar essa reunião fora de hora. Seria fácil desovar um corpo após isso.
E nada melhor do que meu amigo, Sebastian, para me convencer a comparecer nessa loucura. Bastou um nome para o arrepio na espinha de anos atrás voltar a surgir, abaixando totalmente a minha guarda e trazendo a tona o adolescente de dezessete anos idiota que eu fui.
— Até sexta — Sebastian disse, abrindo a porta para sair.
— Eu não disse se vou.
— Então terei que falar isso para a Brie — eu arregalei os olhos.
— Você não faria isso!
— Pode ter certeza que farei — ele me deu uma piscadela e saiu do meu escritório.Agora eu quem precisava achar um modo de não ouvir ameaças horripilantes de Brianne. Tenho certeza que ela seria capaz de encontrar um lugar inabitável em Massachusetts para dar sumiço ao meu corpo.
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𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓
FanficFINALISTA THE WATTYS 2021 PRIMEIRO AMOR | evansson ***Não se assustem com os +80 capítulos. Parte deles são referências de imagens e mídias sociais. Enquanto Scarlett Johansson era uma cheerleader popular, sempre rodeada de pessoas e querida por t...