+18| Dulce, uma garota completamente quebrada por dentro, ingressa em uma nova faculdade. Carregando um grande trauma do passado, ela precisa lutar contra ele todos os dias para conseguir voltar a viver a vida normalmente. Dulce, que já não acredita...
Deitada no meu quarto, escutando música, começo a me lembrar de ontem. Que loucura, meu Deus.
Depois que Anahí me chamou, fiquei um pouco mais na festa. Percebi que o ucker me encarou durante todo o tempo. Já odeio aquele cara.
Não consigo entender por que ele mexeu tanto comigo. O simples fato de ele estar presente no ambiente me deixava... estranha. Toda aquele troca de olhares e aquele turbilhão de sentimentos que eu senti. Eu simplesmente não tenho explicação pra isso.
Também já não suporto ele. Prepotente e riquinho. Além de ser um safado.
Por isso, tenho que tirar ele desse pedestal. Nós nunca vamos ter nada. Toda essa situação parece muito infantil, mas eu meio que tô gostando desse joguinho. Vai ser muito bom ver ele perder. Tenho esse ano todo pra pensar na minha recompensa.
Acordo dos meus devaneios quando escuto meu celular tocando. Número desconhecido... estranho. Decido atender.
📱
-Alô? - Pergunto olhando pro teto branco do meu quarto.
-Oi minha princesa.- Reconheço na hora aquela voz. Meu corpo todo se arrepia e eu me sento na cama. Por que meu corpo precisa reagir assim, pelo amor de Deus, se controla Dulce María.
-Como? - Pergunto atônita.
-Consegui seu número? Fácil. Você sabe que minha irmã encheu a cara ontem, hoje ela passou o dia dormindo. Acordou agora pra ir comer e deixou o celular no quarto. O resto você já pode adivinhar.
-Pode excluir, agora. - Falo brava.
-Qual é Dulce, por que você me trata assim? Eu só quero ser seu amigo. - Ele diz inocentemente.
-Eu não quero ser amiga de um libertino que nem você.
-Libertino, eu vou matar a Anahí, o que ela colocou na sua cabeça?
-Ela só me contou a verdade sobre você.
-Eu não sou libertino coisa nenhuma. Pelo menos com você não. Não quero ser. - Ele diz intenso.
-Eu já falei pra você me deixar em paz, não? Você tem um brócolis no lugar do cérebro? Não entendeu?
-Eu já entendi melhor que você, Dulce. Pode ter certeza. - Ucker solta um suspiro.
-Vou desligar agora. Tchau.
-NÃO. Não desliga. - Ele diz desesperado.
-Hm, desespero, é?
Ucker solta uma risada, meio nervoso.
-Desespero, você é que se acha, María.
-Por que, eu quero um motivo plausível, eu não desligaria a ligação agora?
-Por que você não quer. E eu quero muito conversar com você. - Ele diz tudo muito rápido.
-Você não sabe o que eu quero.
-Tudo bem, eu não sei, eu só acho. Mas eu tenho certeza sobre o que eu quero.
-A gente não tem nem assunto, Ucker. - Digo me deitando novamente, com um frio na barriga.
-Qual sua cor predileta?
-É sério isso? Qual minha cor predileta? - Começo a rir.
-Sério. Eu quero saber. - Percebo pela maneira que ele fala, que ele está sorrindo.
-Branco.
-Branco. Por que Branco? - Ele me pergunta curioso.
-Eu... não sei ao certo. Até uma época da minha vida, era vermelho. Mas depois de um tempo, eu percebi como aprecio coisas claras em minha vida. Em todos os aspectos, entende? Acho que acabei levanto isso ao pé da letra. - Solto uma risada. -Era só um pergunta sobre minha cor predileta e eu fiz todo um discurso.
-Mas agora sou eu, qual é a sua cor predileta? - Devolvo a pergunta.
-Preto. - Ele responde prontamente.
-Somos realmente contrários em tudo, Ucker. - Falo sorrindo.
-Dizem que os opostos se atraem, Dulce querida. - Ucker diz com a voz meio rouca. - Talvez sejamos como yin-yang.
Respiro fundo e tento controlar meus sentimentos, muito confusos.
-Dulce querida? Não começa com apelidos idiotas. E vai fazer 24 horas que te conheço, Ucker. Menos. - Falo rindo e ele solta uma risada, mas o peso de sua fala ainda paira no ar.
-Qual sua flor predileta? - Ucker pergunta.
-Agora flor, é? Hmmm. - Penso por um instante. - Eu não tenho uma flor predileta. Mas eu amo aqueles buquês de flores do campo. Já ganhei um e ficou guardado na minha memória. - Sorrio, me lembrando. - Agora sou eu que pergunto. Qual sua música predileta?
Ele demora um tempo pra responder.
-Vai sempre ser Stay, do U2. Escutei essa música em um dos momentos mais difíceis da minha vida, e me marcou. - Nós dois ficamos em silêncio por um momento. - E a sua, Dulce querida?
-Já falei pra você parar com esse apelido. - Falo com raiva. - Muito difícil, eu respiro música. Tô literalmente escutando música todo momento. Eu amo muitas músicas, mas acho que Bitter Sweet Symphony, do The Verve, vai ser sempre a grande música da minha vida.
-Nós dois gostamos de rock. Um ponto em comum. - Ele diz feliz.
Reviro os olhos e sorrio.
-Tenho que ir, Ucker. Nem sei por que continuei aqui com você.
-Você tem algum compromisso? - Ele pergunta curioso.
-Tenho e não te interessa.
-Tudo bem, sei que não me interessa. Só queria saber. - Ele diz tentando se desculpar. - Bom compromisso. Até amanhã, Dulce querida.
-Eu te odeio. Faz 24 horas que eu te conheço e já te odeio, isso não é normal.
-Odeia? Mesmo? - Ele diz me provocando.
-Muito.
-Também tô gostando cada vez mais de você, Dulce. Querida.
Desligo a ligação e grito no meu travesseiro.
✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Esse dois...🥺
Se gostaram, não se esqueçam de comentar e deixar seu voto! É muuuito importante pra mim! 🌟
