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Seu olhar passa por nossos rostos e desce, observando nossas mãos juntas. Seguro a mão de Christopher mais forte. Não vou fugir disso.

-A gente pode explicar tudo com calma. - Christopher fala. Concordo com a cabeça.

Ela continua nos olhando, estática, sem reação. Decido chegar perto dela.

-Any... - Antes que eu consiga pegar em sua mão, ela se afasta.

-Vocês estão escondendo isso a quanto tempo?

-Nós não estávamos escondendo, foi tudo de repente... - Anahí me interrompe.

-A quanto tempo? - Ela pergunta novamente, levantando a mão para nos silenciar.

-Uns meses... - Christopher fala. Ela abre a boca, balançado a cabeça negativamente e colocando a mão na testa.

-Inacreditável. Quem mais sabia disso? Só eu que sou a trouxa que não sabia? - Ela fala nervosa.

-Você não é trouxa, não foi assim, nós nunca escondemos isso de você propositalmente, foi tudo culpa minha. - Falo desesperada.

-A Dulce não tem culpa nenhuma, Anahí, eu que sou o culpado por toda essa confusão. - Christopher fala firmemente.

Anahí simplesmente vira e começa a voltar para a parte de baixo do restaurante. Minhas mãos começam a tremer e eu começo a perder o ar. Christopher nota e pega em meu rosto.

-Olha pra mim. - Ele pede, quase suplicando, assustado com meu estado. Consigo levantar meu olhar, embaçado pelas lágrimas e olha-ló nos olhos. - Meu amor, nada vai acontecer. Nós vamos explicar tudo pra ela e ela vai entender. - Fecho os olhos balançando a cabeça, e ele me abraça. Quando Christopher percebe que estou mais calma, nós decemos juntos as escadas.

Vemos May e Chris ainda sentados na mesa, conversando, mas Anahí e Alfonso não estão mais.

-Ah, chegaram. - Maitê solta uma risada sarcástica.

-Eu sinceramente não desconfiava. Fiz a Dulce sentar no seu colo aquele dia porque sabia que iria irritar ela, não porque desconfiava que vocês estavam envolvidos. Se bem que, faz muito sentindo. Os olhares de vocês um pro outro, a tensão sexual constante no ar, o ódio exagerado, que na verdade é amor, tava bem óbvio o tempo todo, na verdade.
- Christian diz nos observando atentamente.

-Sobrou pra mim. Ela me perguntou se eu sabia, óbvio que eu não menti. Eu não vou mentir, tô com raiva. Eu avisei que isso acabaria dando merda, vocês adiaram até o último minuto pra resolver e deu nisso. - Maitê cruza os braços. Não consigo segurar e o choro volta. Ela fica confusa, mas logo levanta e me abraça, afastando Christopher. Choro em seu ombro.

-Ela nunca mais vai me perdoar.

-Dulce, que drama. - Maitê fala enquanto faz carinho em meus cabelos. Abro meus olhos e vejo que Christopher sumiu. Me afasto um pouco de May, para procurar ele.

-Ele saiu quase correndo daqui. Deve ir atrás da irmã. Se eu fosse você, iria atrás dele. - Chris bebe um gole do vinho. Corro em direção ao quarto de Any, me desvincilhando de Maitê.

Corro sem olhar pra trás, e me assusto quando percebo que já estou na porta do quarto de Any. Tento abrir a porta e percebo que ela está destrancada. Entro no quarto e escuto discussão.

-Como você pôde fazer isso? Ela não é qualquer uma, Christopher. Ela se tornou uma das minhas melhores amigas, ela é praticamente a irmã do Alfonso, madrinha do meu filho! - Anahí quase grita com ele.

-Você não me escuta! Eu nunca tratei Dulce como qualquer uma, Anahí. - Any ri debochada.

-Até parece, você só pensa em aproveitar, curtir, você nunca se apaixonou por ninguém, Christopher, você... - Christopher interrompe Anahí.

-A Dulce é o amor da minha vida. Eu me apaixonei por ela desde o primeiro momento em que a vi. Desde o primeiro, Anahí. Você não sabe de porra nenhum e fica falando merda! - Ele mexe nos cabelos, nervoso. Anahí fica sem reação. Ele me vê.

-Dulce, você não precisa passar por isso meu amor, me espera...

-Christopher. Me deixa sozinha com a Anahí. - Soa mais como uma ordem. No começo ele reluta, mas depois de um tempo, ele acaba cedendo. Christopher suspira, me abraça e me dá um selinho antes de sair do quarto. Agora somos nós duas.

-Eu posso falar? - Anahí me observa atentamente por um momento. Ela se senta na cama, ainda me olhando, e concorda com a cabeça em silêncio. Respiro fundo e começo a falar sem parar. Conto tudo, desde o nosso primeiro encontro, a primeira vez que nossos olhares se encontram, tudo, tudo que aconteceu. Defendo May e Poncho, para que ela não brigue com eles. Ela acompanha a história sem dizer nada, esboçando reação algumas vezes, mas calada.

-E agora tudo isso aconteceu. Sei que foi por minha culpa, culpa da minha insegurança que não permitiu que eu tivesse coragem de assumir nosso amor mais rápido, minha covardia e prepotência, em não conversar com você e achar que tudo não ia passar de um beijo. Mas Anahí, eu preciso ser sincera com você, não sei se, as coisas não tivessem sido dessa maneira, nós estaríamos juntos hoje. Me arrependo de não ter conversado com você. Mas não me arrependo de ter me apaixonado pelo seu irmão. - Começo a chorar. -Eu sinto muito. Eu não quero perder sua amizade. Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida, que eu não quero magoar de jeito nenhum, Anahí. - Não consigo continuar falando, choro compulsivamente.

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Voltei!!!! Estavam com saudades? Hahahaha, perdi muita coisa? Não se esqueçam de comentar e deixar a estrelinha!

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