Deixo o copo de água cair na pia.
-Você me assustou! - Falo brava, me virando para encará-lo.
-Já falei que você fica absurdamente mais linda bravinha? - Ele diz cruzando os braços, se apoiando em um armário.
-Não. Essa é nova. - Volto a encher o copo.
-Por que você não foi hoje?
-Ficou preocupada? - Sinto sua aproximação.
-Definitivamente não. Aposto que foi algum capricho seu. Deixou o trabalho todo pra mim. - Começo a beber a água.
-Enxaqueca. Não consegui levantar da cama a tarde toda. Você sempre me julgando errado. - Ele coloca suas duas mãos na pia, entre meu corpo, me "prendendo".
-Se afasta. - Me viro no lugar e o encaro de frente. Seus cabelos estão molhados e sua blusa está um pouco colada em seu corpo por causa da água, como se ele tivesse a vestido depressa, sem nem se secar. Ele se aproxima ainda mais, me olhando fixamente. Pega em minha cintura e me puxa, juntando nossos corpos. Sinto meus mamilos ficarem eretos ao entrar em contato direto com seu peitoral. Ele percebe e olha pra baixo, por um momento. Então, morde os lábios e levanta a cabeça novamente, me olhando com profundo desejo e alguma coisa mais que eu não soube distinguir.
Nós continuamos assim, com os corpos colados um no outro, se encarando intensamente.
-Me solta. - Falo fracamente. Quero realmente que ele me solte?
-Se for isso que você quiser, realmente, te solto agora. Mas se não, por favor, me deixe te beijar. - Ele diz colocando uma de duas mãos em meu rosto e juntando nossas testas. Fecho meus olhos.
Um momento depois os abro novamente e afasto um pouco nossos rostos, o olhando. Tão lindo. Ele começa a piscar os olhos repetidas vezes. Sorrio e coloco minha mão em sua bochecha.
-Que foi?
-Você me deixa nervoso. - Ele sorri sem graça.
Solto um suspiro e decido me entregar ao momento que tanto desejo. Ele aproxima sua boca da minha, mas antes que elas se toquem, escuto o grito de Maitê.
-Dulce, vem, vamos subir! - Me desvencilho de seus braços e me apoio um momento em uma bancada da cozinha, respirando.
-Merda. Que merda, merda. - Ucker diz, desarrumando seus cabelos e olhando pra mim.
Decido ir embora, sem falar nada. Começo a sair da cozinha quando escuto sua voz.
-Você vai simplesmente fingir que não aconteceu nada? Que não está acontecendo nada entre nós dois? - Paro por um momento no lugar.
-É. - E saio quase correndo, antes que ele fale mais alguma coisa.
Meus sentidos se confundem quando vejo ele. Sinto o cheiro dele, o toque dele. Converso com ele. Eu não sei como controlar isso. Não sei até quando vou conseguir controlar.
Na manhã seguinte
Acordo sufocando um grito, tremendo assustada. Lembro onde estou e com quem estou e tento me tranquilizar. Acho que nunca vou parar de ter pesadelos.
Levanto quieta, pegando minha bolsa e entrando no banheiro da Anahí. Ontem, depois que subi, ficamos conversando até tarde e assistindo filmes. Nós rimos bastante e eu conheci ainda melhor cada um deles.
Tomo um banho, escovo os dentes e penteio meu cabelo. Me visto com um vestido que trouxe e saio do banheiro, juntando as minhas coisas espalhadas pelo quarto.
Preciso ir embora agora mesmo. Quero fazer uma coisa essa manhã. Olho para os três dormindo tranquilamente quando fecho a porta e desço as escadas. São sete da manhã e eu duvido que algum deles ou o Ucker vá acordar por agora.
Decido passar na cozinha só para pegar uma maçã, e sinto o cheiro de café.
-Hum, oi. - Vejo Ucker lavando uns pratos, sem camisa, vestindo somente uma calça de moletom. Ele se vira pra me olhar e rapidamente o desvia, focando novamente nos pratos.
-Não vai me dar bom dia? Oi? - Pergunto me sentando na mesa.
-Bom dia. - Ele responde seco.
-Ucker. - Me dirijo ao seu lado. Pego um pano e começo a secar as louças que ele está lavando. - O que eu fiz? - Eu sei muito bem o que eu fiz.
-Nada. - Ele fecha a torneira e se vira em minha direção.
-Presta atenção. Eu ... você sabe o que tá acontecendo? Tudo isso, entre nós dois?
Ele não me responde.
-Nem você sabe! Eu sei que não posso... não... ter nada com você! Eu não sei o que é isso, você não sabe, a gente... - Percebo que estou tremendo um pouco somente quando ele decide me abraçar. Ele segura minha cintura e me aperta com força, enterrando seu rosto em meus cabelos. Fecho os olhos e passo meus braços por sua nuca.
-Eu não sei, Dulce. Assim como você, eu também não entendo. - Ele fala em meu ouvido.
-Eu não tô preparada pra... alguma coisa. Eu não posso. Não consigo e não quero isso.
Ele pega meu rosto com suas mãos, me obrigando a olhá-lo nos olhos.
-Eu prometo que vou te conquistar. Te fazer feliz. Tão feliz. E que não vai ser nada, Dulce, nada parecido com qualquer coisa horrível que você tenha vivido. Eu prometo. Pelo sentimento que eu sinto. Se abre pra mim, Dulce. O resto eu faço. - Ele limpa algumas lágrimas que saem dos meus olhos.
Passo um minuto olhando para ele e ele sustenta firme o olhar.
-Tudo bem. - O abraço de novo e ele me segura firme, me tirando do chão. - Nos meus termos. Com calma. Paciência. Sem ninguém saber. Enquanto nós dois descobrimos o que é isso. - Seguro suas mãos.
-Tudo que você quiser. Tudo que você precisar. Sempre. Tudo. Eu vou estar aqui.
Aceno com a cabeça e aperto suas mãos uma última vez. Pego minha bolsa em cima da mesa.
-Eu preciso ir agora. Tenho um compromisso. - Ele confirma com a cabeça.
-Te ligo mais tarde. - Ele diz e eu me aproximo uma última vez, depositando um beijo em sua bochecha. Ele sorri e beija minha testa.
Me dirijo a garagem e abro meu carro. O portão se abre e vejo ele sorrindo pra mim enquanto vou embora.
Sinto uma felicidade, tantas borboletas no estômago, um sentimento surreal. O que era pra ser muito errado, na verdade, parece o contrário cada vez mais. Como se tudo finalmente tivesse se encaixado.
✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨
Paz e felicidade no mundinho vondy, ahhh, que lindo🥺🥺🥺
A pergunta é: até quando? kkkk
E o beijo, cadê, pelo amor de Deus hahahaha
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Beijinhos,
Lia💋
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DESTINY
Romance+18| Dulce, uma garota completamente quebrada por dentro, ingressa em uma nova faculdade. Carregando um grande trauma do passado, ela precisa lutar contra ele todos os dias para conseguir voltar a viver a vida normalmente. Dulce, que já não acredita...