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Sexta-feira

E durante toda semana ficamos juntos. Comecei a conhecer ele. Descobri qual é sua cor preferida, o que ele gosta de comer, seus filmes prediletos, suas manias, seus medos. Descobri que ele ama e tem uma conexão muito especial com o mar, assim como eu, e que ele surfa (tá explicado a pela bronzeada). Não conversamos muito sobre nosso passado. Ele não quis tocar muito no tópico "a mãe dele" e eu não o pressionei. Assim como ele não se incomodou quando falei que não queria conversar sobre meus anos na minha antiga faculdade.

Todo dia de manhã ele me esperou na porta da sala, para o nosso toque de mãos. Começamos a almoçar juntos, dentro do meu carro, escutando música e conversando sobre várias coisas. Percebi que somos muito diferentes, mas ao mesmo tempo, muito parecidos. Como se fôssemos o encaixe perfeito. Na empresa, nós sempre acabávamos dando um jeito de nos aproximarmos durante o trabalho. Toda noite, ele me ligou. Claro que ninguém desconfia dessa nossa aproximação, não ficávamos próximos na faculdade.

Durante todos esses dias, ele não me beijou nem uma vez. Nem. Uma. Vez. Nos abraçamos algumas e ficamos de mãos dadas, mas não beijamos. Não sei por quê isso tem me incomodado tanto, mas tem.

Pedi pra que ele me encontrasse na biblioteca hoje, no começo da aula.

Estou parada em frente à uma estante, procurando um livro, quando ele me assusta, pegando minha cintura por trás.

-Te assustei. - Me viro para encará-lo, com suas mãos ainda em minha cintura.

-Claro que sim. - Falo baixinho, olhando para os lados. A biblioteca está praticamente vazia, a aula acabou de começar. Vejo que ninguém pode nos ver e coloco meus braços em torno de seu pescoço.

-O que a senhorita deseja, Dulce María, me chamado pra matar aula sete e dez da manhã?

-Te ver. - Comento balançando os ombros. Ele me puxa mais pra perto.

-Sou tão irresistível assim? - Ele roça seu nariz no meu.

-Não fique se achando. - Empurro ele, me soltando de seus braços e voltando a olhar a estante. - Você é muito pateta, isso sim.

Ele solta uma risada alta e eu o repreendo.

-Fala baixo. Daqui a pouco a louca da bibliotecária vai vir aqui te xingar.

-Por quê eu sou um pateta, Dulce? - Sinto sua respiração e o calor do seu corpo atrás de mim. Continuo virada pasando as mãos pelos livros, quando falo:

-Você ainda não me beijou. Ou você não quer, ou você é muito lerdo mesmo. - Falo calmamente.

Ele fica em silêncio por um momento, e logo depois, pega em minha cintura e me vira, me obrigando a encará-lo.

Ele continua em silêncio, me olhando, com uma cara confusa e meio brava.

-Então é isso? Você não quer? - Pergunto levantando as sobrancelhas.

-Dulce, eu quero te beijar desde a primeira vez que te vi. Eu sinto esse desejo louco, que nunca senti por ninguém. Você não imagina, não tem noção. - Ele junta nossos corpos, com a respiração mais rápida. Sinto meu coração batendo forte.

-Mas eu... tenho te respeitado! Eu não tinha ideia de você queria... me beijar. Eu não sabia, por isso não tentei nada, não quis te pressionar, fazer uma coisa que você não quisesse e te perder por isso, nunca. E outra, você é linda demais pra querer beijar um cara como eu. Não sei se eu acreditei que você realmente me  quissese em algum momento. - Ele me olha de uma forma intensa, molhando os lábios.

-Christopher. - Balanço a cabeça, sorrindo. - Você é absurdamente lerdo. E lindo. - Agora sou eu junto nossos narizes, passando o meu sob o dele, carinhosamente. Ele faz o mesmo, e segura meu rosto com uma mão. Ficamos olhando um para o outro por um momento, e antes que possamos encostar nossos lábios, escutamos uma tosse.

Viramos o rosto ao mesmo tempo e vemos a bibliotecária nos observando com os braços cruzados. Me desvencilho dos braços de Christopher e pego minha bolsa no chão. Ele faz o mesmo, mas antes que eu comece a caminhar desesperada em direção a saída, ele volta a segurar minha cintura.

-Nós não terminamos aqui. Só começamos. Te vejo no almoço. - Ele beija minha bochecha rapidamente e eu saio antes dele da biblioteca, indo em direção a minha sala, com as mãos ainda tremendo e o coração acelerado.

Christopher me faz sentir como uma adolescente. Me faz sentir coisas que eu nunca imaginei sentir na vida. Que eu achava que fossem invenções de filmes e canções de amor. Ele me faz sentir, todas.

✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨

Daqui a pouco tem capítulo novo! Vejo vocês lá❤️

Preciso avisar: se preparem para o tombo🤐 kkkk

Beijinhos,
Lia💋

DESTINYOnde histórias criam vida. Descubra agora