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                    Sina Deinert

- Acorda vadia, vai trabalhar você já está atrasada - Sou acordada pelo meu pai batendo na porta do meu quarto enquanto gritava.

- Já estou indo - Digo baixinho mas acho que ele escutou, pois ele para de bater na porta e logo seus gritos ficam mais abafados pelo fato dele ter se afastado.

Me levanto e vou para o meu banheiro e escovo meus dentes, logo em seguida tiro minhas roupas entrando no box, ligo o chuveiro na água gelado já que não posso usar a água quente de casa, da última vez que usei meu pai me bateu com seu cinto de couro, o que me fez alguma marcas roxas pelo corpo e uma perna manca.

Depois que termino, visto uma roupa simples já que minha roupas não são lá essas coisas, e também não preciso me arrumar pra se humilhada mais uma vez na mansão dos Ureea's.

Eu trabalho lá a dois messes, tempo suficiente pra saber que se tivesse vidas passadas eu tinha sido a pessoa mais cruel da humanidade.

Termino de me "arrumar" e vou para a cozinha, pego um copo e coloco água, bebo aos poucos o líquido, não sou de comer de manhã, na verdade eu não sou de comer o dia inteiro.

- Vamos logo princesinha se não você vai demitida e não vai ter mais dinheiro para me bancar, ai eu vou ter que arrumar um emprego novo para você e eu posso garantir que não vai ser tão legal como esse que você tá - Ele fala, eu coloco o copo na pia e ele vai se aproximado enquanto eu vou dando passos para trás até me encostar na geladeira e logo sinto meu rosto arder.

Ele me bateu.

O olho com os olhos lacrimejando , meu rosto estava ardendo e com certeza tinha a marca de sua mão no meu rosto por minha pele ser clara.

- Você é tão patética e fraca, não aguenta um tapinha que já sai chorando pelos cantos. Vai logo puta antes que eu não faça só te dar um tapinha na cara - Ele fala indo pra sala.

Saio de casa chorando, porque ele me trata assim? Talvez por ele está certo, eu não sirvo pra merda nenhum.

Pego o ônibus que estava passando, entro e pesso pra ele parar em frente o condomínio, daí eu ia andando até chegar na "casa" o que ficava uns 1,5Km da portaria.

Chego na casa e passo pelos seguranças no portão para poder entrar, eles rodeiam a casa entera, eles tem cara de mal, eles me dão medo. Entro pela porta dos fundos, quando chego na cozinha a Senhora Wendy está me olhando com desgosto, e la vamos nós.

- Atrasada Deinert, será que sua mãe não te disse que é feio se atrasar pra coisas importantes? Ai não, me desculpe eu esqueci que sua mãe morreu, eu sinto muito meu anjo mais era o mínimo que você merecia, ele deve ter sofrido tanto com a filha estúpida que tem, que prefirio morrer do que ter que te aturar - Ela diz tudo com sua voz calma e com um sorriso de lado, acho que ela gosta de me machucar.

Isso me destruí mais um pouco por dentro, eu queria chorar mas não podia, eu queria poder dizer que tudo era mentira, dizer que minha mãe me amava mais que tudo, dizer que o homem que eu chamo de pai o cara que me trata com lixo matou minha mãe na minha frente quando eu era apenas uma criança, mas eu não podia dizer tudo isso e correr o risco de ser demitida, sabe-se lá o que meu pai faria comigo.

E como ela sabe de tudo isso? Bom meu pai contou tudo pra ela, segundo ele eles eram amigos a muito tempo - uns dois ou três meses, o tempo que eu trabalho aqui - então não viam problema em contar coisas da minha vida para ela mesmo que isso seja usado contra mim.

- Você vai limpar a casa intera e quero ela brilhando até o fim da tarde - Ela fala simples.

- Eu não consigo limpar essa casa sozinha e terminar ainda hoje - Como eu sou curiosa e não cala a boca, pergunto - sei que não é da minha conta, mas quem vai vir?  - Falo engolindo o choro e deixando a curiosidade falar mais alto.

A descoberta do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora