Seja lá o que for que Cris tenha ido resolver, está demorando demais. Achei aquela sua conversa estranha demais e não aguento mais esperar por ela. Só espero que esteja mesmo tudo bem com ela.
O interfone toca e vou louco até o monofone ver quem é, manobrando a cadeira de rodas o mais rápido que posso.
— Oi, Lucas? Dá pra abrir pra mim? — Ela diz no monofone.
— Até que enfim você chegou! Não estava aguentando mais.
Aperto o botão para a abrir o portão lá embaixo e depois de colocar o monofone no lugar volto para a sala, abro a porta e espero ansioso por ela. Fico pensando o porquê dela ter pedido para que eu abrisse, já que tem chave. Bom, pelo visto agora ela não tem.
Ela finalmente sai do elevador e se minhas pernas funcionassem juro que sairia correndo e ergueria seu corpo do chão com um abraço apertado.
Ela para na minha frente. Está usando a roupa do trabalho e seu rosto me parece um pouco abatido.
Como se lesse meus pensamentos, ela me abraça forte e sem hesitar envolvo meus braços no corpo dela. Um sentimento de extremo alívio me enche por ter Cris em meus braços e por saber que ela está bem. Como é bom apertar seu corpo e sentir seu cheiro novamente.
— Onde você estava? Eu morri de preocupação.
— Eu senti tanto a sua falta. Enquanto eu estava longe só pensava no momento em que eu te veria de novo.
— Eu já estava pensando em ligar para a polícia, sabia?
— É bom saber que se preocupa comigo.
— É claro que me preocupo, pois você é a pessoa mais importante pra mim.
— Me desculpa por eu ter sido tão grossa com você. Você cantou aquela música pra mim na melhor das intenções e eu reagi daquela maneira. Por favor, me desculpa.
— Tá tudo bem.
Ela desfaz nosso abraço, anda alguns passos entrando no apartamento e vai se sentar no sofá. Vejo que algumas lágrimas escorrem no rosto dela.
— Por que está chorando? — Fecho a porta e, preocupado, me aproximo ficando de frente a ela e pego uma das lágrimas com o dedão. — O que foi que aconteceu, Cris? Por que você sumiu assim?
— Aconteceu tanta coisa que estou assustada até agora.
Sinto meu estômago se esfriar.
— Você disse no telefone que estava na casa de uma amiga.
— Sim. Essa mulher foi um anjo que apareceu na minha vida. Se não fosse por ela eu... — ela se cala com um suspiro.
— Está me assustando, Cris. Diga logo o que foi que ouve — pego em suas mãos. Pelo visto havia acontecido algo ruim e meu coração se afligia mais com o silêncio prolongado dela.
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Apartamento 301 (Série Apartamento - Livro 4)
RomanceCom o fim doloroso de seu noivado, Cris mergulha em noites regadas a bebidas e homens, mas quando seu ex-noivo se muda de frente para seu apartamento, arrependido e querendo outra chance, o que Cris fará? Lucas inventou a pior mentira para terminar...