Capítulo 15

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Não dormi nada nessa noite, pois a cena de Cris com aquele cara seminu não saiu da minha cabeça. Eu queria contar toda a verdade a ela, mas depois do que vi não sei se quero mais. Fiquei bem chateado. Será que Cris está namorando com aquele cara ou está só ficando com ele? De toda forma, estas duas opções me enfurecem profundamente.

Meu serviço acaba não rendendo muito também e ao contar para meu amigo sobre o que vi ele me diz que eu não devo desistir e manter a calma – o que acho bem difícil de fazer. Agora, por exemplo, ainda estou tão bravo que não percebi que o saco de lixo estava frágil e então a merda toda caiu no chão antes de eu colocar na lata de lixo, e agora eu realmente estava soltando espuma pela boca. Quero dizer, não literalmente, mas no mínimo eu tinha vontade de matar alguém.

Subo de volta ao meu apartamento para pegar uma pá e uma vassoura e tento recolher o lixo espalhado. Só que, claro, tenho muita dificuldade em fazer isso e demoro mais tempo que uma pessoa normal para recolher tudo.

É muito complicado, pois tenho que segurar a pá com a mão direita enquanto arrasto o lixo com a vassoura na mão esquerda, e sempre quando tento fazer algo com a mão direita ela treme bastante, por isso é praticamente inútil. Esses tremores são uma merda. Os médicos não conseguem explicá-los e todo tratamento que faço para contê-los parece ser ineficaz.

Aos poucos vou pegando todo o lixo e colocando em um saco plástico novo e resistente. Alguns restos voltam a cair no chão, mas tenho que ter paciência.

— Que péssima coincidência.

Uma voz feminina surge atrás de mim e quando viro vejo longas pernas perfeitas e nuas. Cris usa um shortinho curto e uma regata, já o cabelo está amarrado num coque. Mesmo vestindo uma roupa simples de casa ela continua maravilhosa e minha mente logo volta àqueles momentos em que essas longas pernas envolvem minha cintura, enquanto eu arranco gemidos fortes e excitantes ao penetrar fundo nela.

Só que também vem à minha mente que essas mesmas pernas poderiam estar envolvendo o corpo de outro homem ontem, e então uma fúria colossal sobe até a minha cabeça.

Cris segura um saco preto nas mãos, se aproxima e o joga dentro da lixeira do prédio.

— Acho que também posso dizer o mesmo — respondo enquanto viro a pá com a mão esquerda dentro do saco, mas a mão direita que segura o saco dá um leve tremor e alguns grãos de comida vão ao chão.

— Quer ajuda?

— Não.

— Tem certeza?

— Já disse que não.

Com a pá na mão direita e a vassoura na esquerda pego os grãos que caíram no chão. Fico nervoso por Cris estar olhando para mim e por isso minha mão treme mais ainda, então viro de costas para ela.

Mas ela vem e fica de frente para mim com um olhar intrigado, me dando uma bela visão de suas pernas.

Tento recolher o lixo mesmo assim, mas fracasso quando a pá se solta da minha mão e o lixo que estava ali volta para o chão.

Apartamento 301 (Série Apartamento - Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora