Já estamos sentados, no avião. Estava um silêncio até uma aeromoça chegar ao nosso lado.
― Bom dia! ― ela sorri, embora eu tenha a impressão de que estava sorrindo mais para Nathan do que para mim. ― Vão querer alguma coisa? ― enquanto ela fala, o mala que chamo de chefe olha-na com uma cara de quem não está querendo fazer pedido de comida, pelo menos não literalmente...
― Será que eu poderia pedir você?
Céus! Será que eu ouvi mesmo isso? Estou surda ou alucinando? Mas que babaca esse cara é. Dou-lhe uma cotovelada, e, dessa vez, não manero na força. Quero que ele sinta dor. Muita dor. Como tem coragem de flertar com uma mulher bem na minha frente? Ah, poupe-me.
― Ele só está brincando. ― forço um sorriso e tento ser educada. ― Por acaso teria hambúrguer no cardápio?
― Tem sim, senhora.
A aeromoça parece escutar alguma coisa, pois vira a cabeça para trás. Então, depois, com cara de quem está ressentido, fala para nós dois:
― Desculpem-me, estão precisando de mim. Já volto.
Quando a aeromoça está suficientemente longe, Nathan vira-se para mim.
― Por quê você fez aquilo? ― pergunta, com as sobrancelhas arqueadas.
― Porque você é meu noivo e não tem que olhar para nenhuma mulher... a não ser eu, claro.
Nathan revira os olhos, ajeitando o travesseiro branco na nuca.
― Eu já disse que não estamos perto da minha família.
― E eu já disse que estamos treinando. ― falo. ― Se é para desempenharmos um bom papel, é bom começar a interpretá-lo desde cedo.
Nathan não parece muito feliz. Mas o que eu disse é fato.
― E por um acaso do destino essa seria a regra número 2?
― Sim, seria. ― falei, tentando conter um sorriso.
A aeromoça retorna, com um sorriso nos lábios. Olha para mim por um segundo, e mais dois para Nathan, e, depois, pergunta:
― Então, os senhores já escolheram o pedido?
― Eu quero um uísque, por favor.
― E eu um hambúrguer com bacon e refrigerante.
Nathan olha para mim com divertimento:
― Você come muito, não?
Meus lábios tornam-se uma linha reta.
― Deixa eu te avisar... não gosto de caras que ficam regulando as coisas que eu como.
Ele balança os ombros.
― Nossa, não está mais aqui quem falou, ruiva.
E logo em seguida a aeromoça volta com os nossos pedidos. Eu começo a comer logo porque estou com muita fome e o Nathan me olha em espanto. Ele termina de beber seu uísque e chama a aeromoça, de novo.
― Você poderia me trazer outro uísque?
― Sim, senhor.
― Um uísque duplo ― falou rapidamente.
*******
Termino de comer o meu lanche e o Nathan começa a falar:
― Imaginei até que você ia comer os seus dedos, de tanta fome que estava.
― Vou ignorar o que você disse. Vamos à regra número 3.
Ele me olha com a mesma cara idiota de sempre.
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Noiva de Mentirinha
RandomSinopse Meu nome é Dylan Carter. Moro em uma das cidades mais famosas do mundo: Nova Iorque. O meu maior sonho é ser professora. Por conta de dificuldades financeiras que tenho passado, tive que abandonar a faculdade; mas enquanto eu não volto a est...