Capítulo 17

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Uma música pra embalar o capítulo, rsrs...

Já estou dentro da casa do Nathan e ele está logo atrás de mim. Consigo sentir sua presença e respiração. Vamos para o centro da sala, onde estão a maioria dos convidados, e falo bem alto - o som de música tocando era baixo, então eu podia ser ouvida sem muito esforço:

― Desculpa, pessoal, mas eu gostaria da atenção de vocês. ― depois de um minuto, acho eu, todos estão olhando para mim e quem ficava perto da caixa de som desligou o aparelho. Pude sentir a mão de Nathan na minha cintura, e a sua barriga encostava-se nas minhas costas. Quase prendi minha respiração, mas eu tinha que continuar. Vejo que Alicia está olhando para mim também. Bingo! Era ela quem eu queria chamar a atenção. ― Todos aqui sabem que estou noiva do Nathan. Mas, como a única pessoa presente neste lugar que presenciou o noivado foi o Steve, nós dois - eu e Nathan -, resolvemos ficar noivos de novo. Só que aqui. ― todos, agora, estão bobos. Até Nathan. Eu dou uma cotovelada discreta na sua barriga para ele se dar conta disso, e ele resmunga alguma coisa inaudível. ― Bem, antes de colocarmos nossas alianças, eu gostaria de dizer umas palavras sobre o meu noivo, Nathan. Eu quero dizer... ele é um homem maravilhoso! É amigo, bondoso, amoroso, inteligente, lindo ― dou ênfase ao "lindo", olhando para Nathan, e o meu coração se aquece quando vejo um sorriso pequeno no seu rosto. ― Tenho sorte de tê-lo encontrado; ele me entende e está comigo nos momentos mais difíceis. Obrigada por ter entrado na minha vida e por ter feito ela mais alegre. ― Nathan está me olhando, agora, com uma expressão que não consigo decifrar. Não sei se está confuso, grato, irritado ou se está tudo isso ao mesmo tempo. Então, é a vez dele falar:

― Eu sei que sou tudo isso, meu amor. ― lá vem ele! ― Você é divertida, linda, inteligente, doce e meiga. Com você ao meu lado, tudo ganha vida. ― pego a sua mão e coloco a aliança no seu dedo, e ele faz o mesmo comigo. Então, ele me pega desprevenida, pois me tasca um beijo. Mas não é um beijo qualquer. É um beijo rebatador, iguais aos de cinema e sinto o meu rosto arder, como se estivesse em brasas. Sinto-me segura com seus braços envoltos na minha cintura, seus lábios macios contra os meus e sua língua dançando com a minha. Sinto minhas pernas bambas, mas não caio pois ele é o meu sustento. Meu corpo todo queima. Ele me solta, ainda com uma mão na minha cintura, e todos começam a aplaudir e vejo que Alicia está um pouco sem jeito. Nathan pega minha mão e entrelaça seus dedos nos meus, e leva-me até outro canto da casa. Ele abre uma porta e entramos numa espécie de escritório, que ainda não tinha visto antes. É um cômodo bem espaçoso, com um mesa de madeira enorme com um computador em cima e muitos porta-retratos. Logo atrás tem uma estante com vários livros e, ao lado, uma lareira. É um lugar realmente encantador.

― Por que você fez aquilo? ― ele me olha de uma forma tão intensa que sinto o meu corpo tremer.

― Eu já disse, foi uma forma de eu me vingar dessa Alicia por você.

― Eu não precisava que você se vingasse. Estou ótimo!

― Pode até estar ótimo. ― falo. ― Mas ela tinha que ver que você seguiu em frente e que está muito feliz sem ela.

― E o que ela vai achar quando souber que nós "terminamos"?

― O que ela achar ou deixar de achar é problema dela, não nosso! ― sei que meu tom de voz aumentou um décibel. Assusto-me quando vejo que Nathan está se aproximando de mim, e meu coração falha algumas batidas, enquanto dou passos para trás e ele me acompanha no mesmo ritmo. Ele está com aquele sorriso debochado no rosto, aquele sorriso, que agora gosto tanto. Não tenho como avançar mais para trás, pois eu encostei na lareira. Ele encosta seu braço esquerdo contra a parede ao lado da minha cabeça e  segura forte minha cintura com o outro. Minhas pernas tremem, mais ainda, e a situação só piora quando Nathan toca seus lábios na minha orelha e eu sinto sua respiração quente contra minha pele, enquanto sussurra cada palavra seguinte:

― Obrigado pelo que você fez por mim. Você é incrível, Dylan... ― Nathan vira o seu rosto para mim, acaricia minha bochecha com o nariz até os seus lábios estarem próximos aos meus, e sinto sua barba por fazer me arranhar, de leve... Ai. Meu. Deus. Ele vai me beijar! De novo! Mas, antes que ele possa dar qualquer outro passo, a porta se abre e Nathan dá um pulo para trás, assustado. E quem aparece é nada mais, nada menos do que a tal da Alicia.

A loira cora.

― Desculpem-me por interrompê-los! Mas eu gostaria de conversar com vocês. Será que posso?

― Você me desculpe, mas eu não quero falar contigo. ― Nathan fala, e com o tom de voz ríspido.

― Deixa de ser grosso, Nathan! ― falo com calma. ― Pode falar.

― Você deve saber que eu sou a Alicia, certo? ― ela pergunta e faço que sim com a cabeça. ― E, com certeza, deve saber da minha história com ele.

― Sim. Eu sei.

Alicia olha para Nathan.

― Fico muito contente em saber que você seguiu com a sua vida e conseguiu encontrar outra pessoa. Sei que você não deve ter esquecido o que fiz e sei que você sofreu muito por isso. E, acredite, eu também sofri. Eu sofri por ter perdido uma ótima pessoa e por ter-lhe proporcionado dor. Doeu muito saber que lhe machuquei. Eu sei que você não deve ter me perdoado, mas espero que, um dia, você me perdoe. ― ela olha para mim. ― Dylan, não é? ― afirmo com a cabeça novamente. ― Não deixe esse homem escapar. Outro igual a ele é difícil de encontrar. Falo isso por experiência própria. ― ela vira seu rosto para Nathan. ― Olha, eu não me arrependo de ter terminado com você, mas me arrependo por ter te deixado daquele jeito.

Alicia começa a voltar para a porta, mas para, e olha para trás.

― Nathan... eu espero do fundo do meu coração que, ao lado dela, você possa ter a família que sempre quis. A família que eu nunca poderia te dar. ― ela sai, finalmente, deixando-nos a sós. Ela parece realmente ter se arrependido e sinto que é uma boa pessoa. E, se eu fosse o Nathan, acho que depois dessa a perdoaria. Mas eu não sei o que está se passando na cabeça dele agora, muito menos seus sentimentos. Só sei que está com uma cara muito pensativa...

Noiva de MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora