Capítulo 4

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― Você o que? ― Jessie está gritando comigo.

― Já disse: eu vou fingir ser noiva do Nathan...

Jessie olhou para mim como seu eu tivesse sido abduzida por Ovini's. Ela suspira, jogando-se na cama, e massageando as têmporas; de nervoso.

― Mas você não o suporta!

― Eu sei, Jess! Estou fazendo isso porque estamos precisando de dinheiro!

Deito-me ao seu lado.

― Você está fazendo isso por dinheiro! Por minha causa... ― ela diz, tristonha, com os olhos marejados.

Meu coração falha uma batida. Vê-la assim, desse jeito, me destrói. Fito seus olhos castanhos e digo:

― Não estou fazendo isso só por sua causa. ― aperto sua mão, e ela corresponde. ― É por minha causa também. Ambas precisamos desse dinheiro: para quitar as minhas dívidas e continuar pagando o seu tratamento. Só o meu salário e o dinheiro que você ganha na empresa que trabalhava não ajuda. Entende?

Jessie fecha os olhos, e suspira.

― Entendo, Dy.

― Você vai deixar eu ir? ― pergunto, receosa.

Ela revira os olhos.

― Você não tem que ficar pedindo permissão à mim para fazer as coisas.

― Eu não quero ir contra sua vontade.

― Se você vai ficar melhor indo... por mim tudo bem.

Quase salto da cama. Aproximo-me e beijo sua testa, em agradecimento. Saber que vou poder continuar pagando o seu tratamento me revigora. Então, num gesto impensado, abraço-a.

Jessie se solta, afofando o travesseiro sob sua cabeça. Então, com um sorriso leve, pergunta:

― Quando você vai?

― Amanhã e voltaremos no domingo de manhã. O Nathan me ligou e passou umas informações sobre o voo.

O brilho do olhar da minha Jessie muda. Torna-se algo mais atrevido, e eu me encolho um pouco, com medo do que poderia ouvir.

― Talvez você saia de lá, finalmente, com um namorado. ― ela solta, o sorriso expandindo-se pelo rosto em questão de segundos.

― Do que você está falando?!

O sorriso ainda está lá.

― Você detesta o seu chefe... Quem sabe nessa viagem vocês se conheçam melhor e você começa a sentir algo por ele?

Jessie está pirando, sinceramente! Dou um tapinha de leve no seu braço, olhando-na com a melhor cara da garota do filme Exorcista, e tudo que recebo é sua gargalhada de volta.

― Você está maluca, não é, Jessie? ― digo, apressadamente. ― Ele não é o tipo de pessoa pela qual eu me apaixonaria. Aliás, e aliás, nem sei se vou conseguir aturá-lo.

― Você nunca ouviu o ditado que onde tem ódio tem amor?

Olho para ela, bem séria, e bufo.

― Quer saber, Jess? Eu vou arrumar a minha mala, é o melhor que posso fazer.

Saio do quarto dela, deixando ela rir sozinha. Até parece que eu me apaixonaria por ele. Se um dia acontecer, podem me mandar para um hospício!

Esse capítulo foi curtinho, mais espero que vocês tenham gostado.

O próximo irá fazer dar ótimas gargalhadas!!

Noiva de MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora