PARTE I:
As Pequenas Vinganças.EM LONDRES.
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O homem sentou-se na poltrona mais cara da sala de estar, com uma garrafa de cerveja em mãos enquanto distraidamente aliviava o aperto da gravata azul em seu pescoço. Seus dedos balançaram a garrafa três vezes antes que ele se sentasse no estofado de couro da poltrona em um suspiro cansado, pensativo, abrindo a garrafa e analisando o placar do jogo de futebol da tevê gigante. Do lado de fora, as nuvens estavam carregadas e o dia estava cinza.
O homem torceu os lábios, satisfeito – ele amava os dias chuvosos, especialmente quando aquela coloração cinza entrava pelas paredes de vidro da casa e fazia parecer uma imagem desgastada e decrépita. Combinava com ele, sua mente dizia. Então ele acomodou os pés no carpete, afundou mais a cabeça na poltrona e respirou lentamente. Doncaster marcou o gol da vitória quando passos apressados foram ouvidos da escada que contornava o lado superior da sala.
“Bom dia, Harry”, disse o homem, observando os segundos que se passaram quando seu filho passou diretamente pela sala de estar e não lhe deu uma resposta. Louis se sentiu de repente muito irritado. Ele desligou a tevê.
ههههه
Mais tarde naquele mesmo dia, Harry estava de volta na casa de seus pais, deitado completamente na sua cama king sedosa enquanto rabiscava desenhos em algum caderno velho que havia encontrado no chão do colégio dois anos atrás. Na época, ele tinha pensado que era um caderno horrível, e por isso tinha sido jogado fora. Mas aos poucos as folhas foram ganhando seu valor – especialmente depois que ele começou a desenhar. Harry ainda estava desconfortável nas roupas formais do colégio, o blazer vermelho e preto levemente apertados, mas ainda sim não se levantou para se trocar.
No fim do dia aquela era a única razão pelo qual Harry gostava de se misturar na elite: as roupas. Os aristocratas que o rodeavam estavam sempre exigindo mais de um Tomlinson, e quase sempre em algum momento conseguiam tomar tudo. As boas roupas, boas maneiras, bons eventos.... Mas Harry precisava admitir que ninguém sabia se vestir tão bem quanto um rico. Fora isso, o garoto odiava o poder de um sobrenome perante a sociedade. Ele assistia acontecer ao vivo e em câmera lenta; o modo como a s pessoas caiam de joelhos por pai adotivo, lentamente, como se ele fosse irrefutável. E Harry também... embora não tivesse motivos. Louis Tomlinson era um homem puramente desprezível.
As pessoas caíam de joelhos por ele porque não imaginavam – ou imaginavam, mas acabavam se deixando manipular – que Louis tentava comprar as pessoas o tempo todo, enchendo-as de privilégios e apagando os erros com dinheiro. Harry tinha muitos privilégios. E os reconhecia, eventualmente, mas nenhum deles tinha sido uma escolha sua. Ele tinha tido poucas escolhas ao longo da vida, todas aquelas que aprendeu a conquistar e fez com que se tornassem boas o suficiente. Como, por exemplo, o fato de Zayn Malik estar sentado na outra ponta da cama, com a gravata do colégio folgada, os lábios franzidos e dedos trabalhando em um desenho. Isso sim era um privilégio, Harry sussurrou.
Conhecer Zayn tinha sido uma daquelas decisões que ele não conseguia se arrepender de tomar nem um dia sequer de sua vida – não quando ter Zayn era tudo que ele mais queria. Zayn, sendo filho do prefeito de Doncaster, fez com que ficasse consideravelmente fácil fazer com que os pais de Harry o aceitassem no seu círculo de amigos.
E então, eles eram amigos.
Ou talvez Harry quisesse que fossem mais que isso.
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The Father. (Louis&Harry)
FanfictionEm uma história proibida sobre luxúria, Louis é o cara casado que adotou um garotinho por sua esposa ser estéreo. Um dia, entretanto, Harry já não é mais um garotinho. Determinado a ter sua própria vida longe de Louis, Harry faz tudo que pode para m...