The Father. (Louis&Harry)

CAPÍTULO 04.

PARTE I:
As Pequenas Vinganças.

NA CALIFÓRNIA.

★

"Cara, eu queria que você estivesse aqui. Tem noção de como Payne ficou? Não, não! Você não tem. Niall e eu estávamos meio que, você sabe, brincando com tudo isso. Não imaginei que Payne fosse ficar sem reação... Quando tínhamos oito anos nunca ficávamos sem reação. Eu gostei disso... E... Queria que você estivesse aqui Harry. Seu pai é um merda."

Ah, sim. Sim. Harry concordava.

No fim das contas a saudade de Zayn acabou por ser amenizada com uma ligação. Louis não estava em casa quando aconteceu. Como seu celular estava uma droga, Harry se deitou de bruços no sofá, pegou o telefone fixo na parede e discou o número de Zayn. Eles se falaram por umas duas horas - o que era bastante louco. Harry ficou falando o tempo todo, balançando as pernas bronzeadas naquele short amarelo, movendo um cacho na mão enquanto olhava para o nada e ria.

Zayn o atualizou sobre tudo que estava acontecendo em Londres. Contou sobre Liam Payne, o Capitão do time, um atleta babaca e esnobe que era muito próximo de Louis e Zayn quando eles eram crianças. Liam devia ter, tipo, uma ou uma dúzia de razões para odiar Harry, mas a coisa sobre Zayn era muito mais profunda. Às vezes, quando estavam juntos no colégio, Liam olhava para Zayn como se pudesse matá-lo. Harry ficava preocupado porque sabia que Payne não gostava dele mas não se importava o suficiente para machucá-lo, mas enquanto a Malik, não tinha certeza.

Na infância, quando eram um trio, Liam estava sempre ligado em Zayn, e Zayn, claro, estava muito ligado em Harry. A situação se complicou um dia - eles acabaram com a amizade e se tornaram inimigos, Zayn e Harry de um lado, Liam e seu time do outro. No fim das contas eles acabaram virando amigo de Niall no sétimo ano porque ele era muito legal (heterossexual, aliás) ótimo com conselhos e provas, e só precisava de comida para ser feliz, mas uma coisa que Niall sempre dizia: Caras, essa coisa com Payne vai foder com vocês um dia. E Harry sabia. Era uma sensação. Mas ele esperava que esse dia demorasse.

Na Califórnia, porém, seria basicamente inútil se preocupar com isso, já que nada poderia ser efetivamente feito. Harry se amaldiçoou. Ele não queria estar aproveitando a merda que seu pai fez, mas... ele meio que estava. Conhecer Doris e Luke ajudou muitas coisas. Tecnicamente falando ele não estava mais sozinho na Califórnia.

Seus novos amigos eram uma dupla intrigante. Doris era inteligente: futura professora de inglês, ajudava a mãe no quiosque, tinha um sorriso brilhante e secretamente amava provocar Luke. Já Luke Ellis, o surfista loiro bonitão, não sabia muito o que queria da vida exceto por: Doris. Ele estava sempre dizendo “Cara, a vida é como uma porra de onda! Você tem que surfar e se deixar levar”, então Doris dava uma gargalha esquiçada e respondia: “A menos que você não saiba surfar. Então você se reinventa.”

E Luke ficava dando mole dizendo que tecnicamente todo mundo sabia surfar, só não tentava. Isso basicamente descrevia a personalidade dos dois. Eram muito diferentes, mas complementares.
O garoto ficava montando guarda sobre eles, às vezes. Era compreensível, já que Harry tinha chegado a pouco tempo, mas o fato de Luke e Doris serem basicamente um casal (não consciente, é claro, pois segundo Doris, a morte seria menos dolorosa) não o incomodava nem um pouco. Harry tinha tocado uma vez só no assunto. Ele se segurava desde então, porque os dois eram nervosos sobre o assunto. Como se fosse improvável que eles acabassem tendo filhos. Ah, há! De qualquer modo, Harry estava... interessado em um cara.