CAPÍTULO 14.

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PARTE II:
A Obsessão Incontrolável.

EM LONDRES.

No escuro, Harry conseguia ver apenas Louis. Era uma maneira de descobrir como sua cabeça estava funcionando nos últimos meses. Tudo que ele conseguia ver era Louis e tudo que ele pensava era, obviamente, Louis.

“Um bom garoto.” ele repetiu, testando as palavras na ponta da língua, de uma maneira que foi direto para o pau do papai. Harry estava com as mãos presas na gravata, atrás do corpo, e conseguiu ver o momento exato em que o homem tombou a cabeça para trás e ficou um belo e intocável momento apenas o observando.

E então, ele colocou a mão sob o queixo de Harry, o virando para os lados e analisando, enquanto seus olhos continuavam fixados. Havia um tempo, Louis notou, um grande tempo, em que ele não conseguia mais parar de pensar no quão bonito Harry era. O maxilar definido, as bochechas lisas e rosto emoldurado; os cílios batendo lentamente para ele, de maneira doce e suscetível. Tão seu.

Entretanto, Harry sorriu. Um daqueles sorrisos de lado, confiante, ao mesmo tempo em que ele parecia dizer: vem aqui. E Louis ia.

“Por que está sorrindo assim?” ele perguntou, apertando mais os dedos ao redor do rosto do garoto. Harry permaneceu intocável – sorrindo.

“Estou esperando”, Harry disse. “Eu pensei que fosse ser uma foda melhor.”

“Parte do meu prazer é apenas observar você”, Louis admitiu. “Mas você anda com uma boca tão suja. Tão obscena, que eu não sei se me merece.”

Houve uma pausa delicada. Louis balançou levemente a cabeça, assentindo, como se dissesse tudo bem. Ele desceu a mão pelo corpo de Harry e usou outra para, inesperadamente, rasgar a camiseta. Harry arregalou os olhos. O garoto podia apenas observar enquanto Louis começava a tirar o tecido rasgado do seu corpo, parte por parte, com uma calma dilacerante, como se não houvesse mais nada para fazer. É claro que a intenção de Harry era provocar. Ele estava duro desde o momento em que Louis tinha dito todas aquelas coisas na cozinha. Mas ele estava começando a entender que tinha, embora Louis nunca fosse admitir, uma troca de poder entre eles.

“Eu fico me perguntando”, Louis disse, depois de um segundo. Ele estava analisando o corpo nu de Harry na sua frente, com as mãos atadas. Como uma vadia submissa. Sua vadia submissa. “Para onde foi aquele garotinho obediente de meses atrás? Aquele que não conseguia mentir olhando nos meus olhos. Que hesitava um passo quando eu estava por perto.” Louis ponderou. “Não é uma pergunta retórica. Você vai me responder.”

Harry sentiu sua respiração acelerar novamente. Em retrocesso, ele podia ver os pontos em que havia mudado. Tinha começado com a droga. Ele ficava mais afiado quando usava maconha e cocaína, mas não tinha como explicar quando ele estava sóbrio. Ele apenas não gostava de perder o jogo de Louis. Harry ergueu o queixo, e mais sentiu do que viu quando um olhar de aprovação passou tintilando pelos olhos azuis.

“E-Eu...” Harry gaguejou. Então quando Louis se afastou alguns centímetros e começou a desabotoar a camiseta, ele reorganizou as palavras de um jeito sincero: “Eu sempre fui assim.”

Louis deu um sorrisinho.

Talvez fosse verdade.

Olhando para baixo, o homem tirou lentamente os sapatos sociais e depois voltou-se para o cinto da calça. Ele começou a desafivelar, calmo, e isso lembrou Harry da primeira vez que foderam. Na penumbra da noite, os dedos rígidos de Louis passaram pelo couro do cinto quando foi removido. Harry assistiu quando ele analisou o objeto, com os cabelos caindo na frente do rosto suado e quente. Harry podia ver o volume na calça social de Louis. Ele podia sentir a tensão no ar. Seu próprio corpo, pegando fogo, pulsando com a vontade enlouquecedora de ter Louis dentro dele. Sua cabeça fazia questão de esquecer tudo que tinha acontecido horas atrás. O tempo parecia irrelevante.

The Father. (Louis&Harry) Onde histórias criam vida. Descubra agora