The Father. (Louis&Harry)

CAPÍTULO 03.

PARTE I:
As Pequenas Vinganças.

NA CALIFÓRNIA.

★

Harry não teve tempo de calcular os prós e contras e nem tempo de arrumar algo bom o suficiente para contradizer Coraline. Sejamos sinceros, ele nunca tinha tempo quando seus pais queriam algo – principalmente algo vindo de Louis.

Quando se deu conta, o garoto estava arrastando uma mala grande para fora de casa, encontrando Louis Tomlinson de óculos escuros esperando com os braços cruzados na frente do carro. Harry se lembrou de ter se remexido por completo e de ter esquecido algumas vezes de como colocar um pé atrás do outro no caminho e manter aquele fluxo de respiração constante.

Enquanto o garoto se aproximava, Louis se moveu e abriu a porta dos brancos de trás, com um sorriso irônico no rosto. Harry se lembrou de como o odiava, mas naquele momento, soube o que fazer: ele iria ignorar Louis completamente até que o cara estivesse cansado de infernizar a vida dele. Portanto, não se deu o trabalho de olhar para Louis quando se sentou no banco de trás.

Tomlinson, em controvérsia, fechou a porta, se inclinou na janela dele e, como uma cobra sorrateira e astuta, ele disse: “Boa viagem, Harry.”

E o garoto sentiu aquela vontade de fogo incessante que tinha de brigar com Louis toda vez que o cara abria a maldita boca, mas ele apenas assentiu e olhou para os pés com o rosto corando do que Louis soube ser raiva.

O homem meio que estava sentindo cada célula do seu corpo vibrar enquanto assistia o rosto vermelhinho do garoto, bem na sua frente, dentro do seu carro. Ele estava amando isso, na verdade. Ele amava saber que tinha controle sobre Harry até seus dezoito anos e que poderia ver como o garoto agiria até lá. Louis também não queria estragar os planos de Harry, não de verdade. O homem apenas queria testar a capacidade dele, descobrir se ele iria se virar bem sozinho e então, não teria nenhum problema em deixá-lo por lá mesmo. É claro que ele precisaria de alguém para assumir a empresa na sua ausência, é claro – mas ele tinha irmãos e sobrinhos.

O legado certamente teria continuidade.

As coisas iriam bem, Louis continuaria com sua esposa bonita e elegante, com seus milhões de libras e Harry faria faculdade. Eles se veriam algumas vezes por ano, no mínimo, pelos caprichos de Coraline. E era assim que Louis sabia que essa história terminaria. Ele faria questão de seguir cada curva de seu novo plano e se certificar de não sair dos trilhos.

Harry entrou no jatinho alguns minutos depois: eles tiveram que ir para um aeroporto onde o piloto de Louis estava esperando. Ele não ligou para o luxo das cabines à sua volta, da sessão de bebidas, ou para o conforto dos assentos quentes. Ele contemplou por um tempo aquela imagem bonita refletida na janela do jatinho, aquele céu acima e terra abaixo que reviraram o estômago de Harry centenas de vezes. Sempre ficava surpreso com a quantidade de dinheiro e determinação de Louis – aquela ideia idiota nos primeiros minutos da manhã de Harry, de que seu pai não iria longe demais apenas para o afetar, tinha sumido.

Louis poderia fazer qualquer coisa que quisesse. Se fosse um jogo – se lembrou das palavras dele na madruga anterior – Harry perderia. Se Louis cruzaria o oceano apenas para testar os limites do filho, então ele era capaz de qualquer coisa. E Harry não estava interessado nos limites dele. Nem um pouco. Ele tinha aprendido a não se importar mais com Louis, mas agora era como se estivesse se esquecendo de como não deixá-lo mexer com a sua cabeça.