The Father. (Louis&Harry)

CAPÍTULO 12.

PARTE II:
A Obsessão Incontrolável.

EM LONDRES.

★

Harry acordou, de repente. No quartinho pequeno do chalé, ele estava deitado em lençóis confortáveis e brancos, enquanto a luz amarela do sol entrava pela janela e um passarinho cantava em algum lugar. Se prestasse mais atenção, ele tinha certeza que poderia escutar o barulho da água do lago, quieta e inofensiva.

Retorcendo o lençol nos dedos, ele enrolou um pouquinho mais para acordar, como fazia toda manhã. Os acontecimentos ainda estavam frescos na memória dele – os mesmos frascos horríveis de momentos e bagagem de coisas ruins que ainda não tinham ido embora. Depois de abrir o chalé, Louis tinha apenas jogado uma camiseta branca para Harry e deitado no sofá velho da pequena sala depois de dizer: Depois conversamos. Harry supôs que o depois deveria ser o dia seguinte, e o dia seguinte tinha chegado.

Ele não sabia mais por quanto tempo poderia adiar aquela conversa. Quando novas cartas tinham sido jogadas na mesa, Harry precisava saber se o apartamento ainda estava em jogo, porque mesmo sendo um cretino mentiroso, Louis ainda o devia. Era mais uma das coisas que prendiam Harry a Louis, e quanto mais ele tentava se afastar, mais perto ele acabava ficando. Estava ficando ridículo.

Quando Harry se levantou, ele parou por um longo momento analisando a floresta ao redor dele por uma janelinha que ficava no quarto. O quarto todo em si era simples, entalhes de madeira, uma cômoda, guarda-roupa e banheiro. Sem televisão. Mas a janela fornecia o melhor entretenimento; a folhagem verde clara, extensa, rodeado de árvores e flores brilhando no sol. O lago era realmente verde, como ele tinha pensado. E o silêncio, acolhedor.

Harry deu o primeiro passo, e a madeira rangeu sob seus pés. O único problema do chalé era que absolutamente tudo que ele fazia poderia ser ouvido do outro lado, exatamente onde Louis estava. Tomando um fôlego, o garoto ficou na ponta do pé, muito estreitamente, respirou de novo, e com os olhos fechados ele foi até o banheiro. Era provavelmente o banheiro mais simples da vida dele. Não havia nada além de um chuveiro, vaso sanitário e uma pia. Ele estava acostumado com outras coisas extravagantes. Dando de ombros, Harry apenas escovou os dentes com uma escova ainda fechada e um creme dental meio duvidoso.

A camiseta branca que ele usava ia até o meio de suas coxas, e ficava extremamente folgada na parte que deveria cobrir a clavícula. Harry se sentia meio que nadando nela, esguio, o corpo se sentindo o gelado do frio e, de maneira constrangedora, ele também não estava usando cueca. Arrumando a camiseta e erguendo o queixo, ele colocou a mão na maçaneta velha e abriu a porta. Eventualmente, ele não viu Louis.
O chalé todo era uma cozinha, uma sala (que Harry só sabia que era a sala porque tinha um sofá) e o quarto na qual ele tinha dormido. Havia também, no final, a varanda. Onde Louis estava. Apoiado no parapeito, o homem estava vestindo apenas uma bermuda e uma camiseta de botões que não estava fechada, exibindo a barriga forte e marcada.

Louis estava bebendo uma cerveja enquanto observava o lago. Harry ficou por algum momento indeterminado ali, então forçou os pés a irem até a cozinha. Abrindo os armários de madeira, ele notou que tinha comida, e isso era estranho. Parecia que o chalé todo era velho mas muito bem cuidado. O garoto se perguntou, enquanto fazia massa de panqueca, que tipo de pessoa cuidava daquele lugar.

Enquanto usava a frigideira, perdido em pensamentos, Harry se lembrou que estava basicamente sem comunicação com o mundo exterior. Sem televisão, rádio e principalmente celular. Isso o reduzia muito. Fazia com que Louis tivesse a maior parte do poder, e mesmo se Harry sequer tentasse correr, ele não se lembrava bem do longo caminho que eles dois tinham percorrido desde que o carro ficou para trás. Uma coisa que Harry sabia sobre Louis Tomlinson era que ele não fazia nada em vão. E seria terrivelmente conveniente manter Harry escondido na situação em que eles estavam.