CAPÍTULO 10.

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PARTE I:
As Pequenas Vinganças.

EM LONDRES.

A formatura estava chegando, e a única pessoa que parecia animada na casa dos Tomlinson era Meredith, a empregada.

Um dia antes do grande dia, Harry estava no sofá branco da sala de estar, olhando para o teto, enquanto jogava uma bola de golfe para o alto e esperava cair para pegar de novo. Meredith estava ao lado dele, tagarelando sobre os planos que Harry fazia quando era criança. Ele queria ser astronauta quando estava na fase dos sete anos, sempre espalhando caixas de papelão pela casa, pintando coisas e criando capacetes, e isso, Harry lembrava, deixava Coraline irritada, porque ela queria que ele tivesse aulas de francês e praticasse algum esporte. A única coisa que o fazia sorrir nos natais era ganhar caixas de Meredith, ou a vez em que ganhou um caderno de desenhos de Zayn. Foi quando percebeu que tinha nascido para os desenhos.

Na época, eles fizeram planos para ir a faculdade juntos. Mas quando chegaram aos quinze a ficha de que Zayn era filho do prefeito de Londres finalmente caiu. Então aos dezessete, depois de ver episódios de séries Californianas, Harry pesquisou sobre o Instituto de Artes da Califórnia, que ficava mais ao norte de Los Angeles, onde ele faria o curso de arte e design. Tinha parecido perfeito na cabeça dele dois meses antes. Entretanto, Harry se sentia quase entediado pelos seus planos de vida. Era como se ele estivesse perdendo o sentido.

“Harry, você está ouvindo?” Meredith perguntou, com os pés de Harry no colo. Ele parou a bola de golfe e voltou os olhos para ela. “Você parece distante nos últimos dias. Onde está o seu amigo gentil? Aquele que faz desenhos.”

Harry provavelmente reprimiu a vontade de dizer, embora fosse verdade: ele deve estar trepando com outro agora.

“Não sei”, ele deu de ombros.

Meredith franziu os lábios, daquele jeito que ela fazia quando pensava muito sobre algo, e Harry sabia disso porque a conhecia bem. Ele a conhecia melhor do que sua mãe, e sabia que Meredith estava começando a ficar preocupada. Harry optou por mudar de assunto. “E como vão os seus filhos? O pai voltou para casa?”

Meredith deu um suspiro cansado, com os cabelos vermelhos indo para a frente do rosto. Harry não deixou de notar que ela estava envelhecendo - e a ideia de ver a mulher que tinha criado ele envelhecendo era meio apavorante. Harry sempre pensava que as pessoas pareciam menos vivas depois de velhas.

“Ele voltou. Não posso dizer ainda se isso é bom ou ruim, mas pelo menos tem alguém para cuidar das crianças agora.” ela disse, e depois sorriu.

A semelhança entre Meredith e o vovô Tobby Styles era que os dois diziam coisas ruins e depois davam um sorriso simples, como: 'O mundo está acabando, mas pelo menos ainda não acabou.' Inesperadamente, Harry sentiu falta de Tobby.

“Tenho certeza que ele pode ser melhor agora”, Harry tentou. “A propósito, você sabe onde está Coraline? Quero falar com meu avô.”

Meredith ponderou. “Ela saiu com o senhor Tomlinson mais cedo. Acho que vão passar o dia fora. Talvez pelo casamento na família de sua mãe. Você já recebeu o convite?”

Harry franziu o cenho. Não, na verdade. Ele não tinha recebido convite nenhum. Não que tivesse cogitado ir: casamentos eram uma droga, especialmente os da sua família.

The Father. (Louis&Harry) Onde histórias criam vida. Descubra agora