CAPÍTULO 09.

10.9K 778 1.5K
                                    

PARTE I:
As Pequenas Vinganças.

EM LONDRES.

Louis apertou a xícara com força, então finalmente conseguiu desviar o olhar de Harry. Ele encarou o cara.

“Chega por hoje, Evans. Faça o que eu mandei”, Louis disse, sério. O homem assentiu rapidamente e colocou o dinheiro em uma mala. “A propósito, Harry, esse é Evans, meu contador”, para o homem, Louis cerrou os olhos. “E ele é a porra do meu filho.”

Engraçado, Harry pensou, ele ter me apresentado o cara depois de uma arma ter sido apontada para a minha cabeça.

O cara gaguejou antes de justificar: “Senhor, ele apareceu de repente e eu pensei que...”

“Saia.” Louis o cortou.

Então o cara estava saindo, os pés engraçados sob o olhar de gavião de Louis, como se ele estivesse esquecendo-se de andar. Quando aquele idiota finalmente se foi, Harry soltou a respiração. O nível das coisas esquisitas sobre a vida dele tinham passado o limite – mas ele realmente não queria pensar sobre aquilo. Louis passou uma mão no rosto, irritado para caralho, e Harry foi até a cafeteira.

“Pensei que você estivesse no colégio.” Louis disse depois de um momento.

“Pensou errado”, Harry murmurou, antes de se virar e encarar Louis, os braços cruzados. “O que é que está acontecendo aqui? Por que o seu contador precisa vir na sua casa? Desse jeito?”

Louis travou o maxilar, depois relaxou e soltou um suspiro. “Mandei aquele babaca contar o dinheiro. Estou fazendo um investimento.”

“Que tipo de investimento?” perguntou.

Houve uma pausa interessante.

“Talvez você saiba um dia.”

Harry ignorou o comentário. “E por que ele estava armado?”

“Sabe quantas pessoas querem matar um homem rico, Harry?” Louis sorriu. “A resposta é: muitas. É sempre bom prevenir.” 

A cafeteira apitou, e o garoto voltou a sua atenção para ela, colocando o café com calma.

Na verdade, faria sentido se Louis fosse um chefe da máfia. Ele fazia umas brincadeiras muito sem sentido – Harry as vezes tinha medo de sentar no vaso sanitário, por exemplo, e de repente um rastreador sair de dentro dele. E que tipo de coisas mafiosos faziam? Enquanto Harry fazia uma lista de coisas que ele tinha visto chefes da máfia fazerem na prisão, ele se deu conta de que Louis compunha parte da lista.

Mas ninguém nunca perguntava aos chefes da máfia se eles eram chefes da máfia. “Você trafica, Louis?”

Ele não se virou para ver a reação. O café estava muito interessante.

“Não.”

“Já matou uma pessoa?”

“Não, nem mataria”, Louis respondeu. “Terminou com essa merda?”

Harry finalmente o olhou da cabeça aos pés, tentando imitar o olhar que Louis tinha lhe dado ontem, mas não tinha sido de perto tão repugnante. Ele estava ficando ruim em se vingar.

The Father. (Louis&Harry) Onde histórias criam vida. Descubra agora