CAPÍTULO 06.

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PARTE I:
As Pequenas Vinganças.

EM LONDRES.

“Então, eu disse: flores brancas para o casamento, é sério? E ela começou a discutir comigo! Ela disse que eu estava com inveja, que meu casamento tinha sido horrível, como se eu tivesse roubado algo dela!”
Coraline vociferou atrás da linha.

Louis colocou uma mão na têmpora. Ele não sabia quando exatamente tinha começado a enxergar sua esposa como uma vaca irritante mas, bem, ela era uma vaca irritante.

“Tecnicamente falando, querida, você roubou.” ele disse, apreciando o silêncio que veio a seguir.

“Nunca mais diga uma coisa dessas.”

Então desligou na cara dele. Louis bufou.

Ele jogou o telefone fixo em cima da mesa e pensou: foda-se. Ultimamente, para falar a verdade, Louis se sentia raivoso o dia inteiro. Tinha algum aparelinho merda que ficava o tempo todo apitando no fundo da sua mente, como se estivesse pedindo por alguma coisa que ele não sabia o que era.

Eles haviam voltado para Londres fazia somente alguns dias. O trabalho – interminável e irritante – já estava fodendo com a cabeça dele novo, e sua esposa não parava de encher a porra do saco dele com as merdas ridículas da família dela. Eles estavam casados há anos. Louis se perguntava se Coraline era apenas, de novo, uma vaca irritante ou ela nunca tinha realmente percebido que ele não dava a mínima. Por fim, Harry estava fazendo dezoito anos naquele mesmo dia.

Louis podia lidar com o império que tinha construído. Ele podia até lidar com Coraline. Mas não podia lidar com Harry. Não. Ele não podia.

Se fosse apontar o momento exato em que isso começou, talvez Louis teria dito que foi naquela tarde, dois meses antes, quando Louis sacou que seu filho estava trepando com o filho do prefeito. Ele ficou incomodado para caralho, mas não do tipo pai superprotetor que queria proteger seu filho. Não, na verdade. Era uma coisa mais feia e insuportável. Desde então ele tinha desenvolvido uma obsessão por Harry e tudo que ele fazia e agora, porra, era como uma bomba que estava explodindo no seu colo.

Ele estava fixado para o caralho. Trinta e oito anos, uma vida triunfante, e nada tinha feito com que ele ficasse assim na vida. Exceto por uma única pessoa. E toda vez que ele pensava nisso, o aparelho dentro da sua cabeça começava a fazer barulho.

Alguém bateu na porta do escritório de Louis, e ele suspirou fundo e pediu que entrassem. Julianne, sua secretaria de cabelos longo parou, com a merda do salto fazendo um barulho irritante, e aquela maquiagem pesada fazendo Louis revirar os olhos. Ele só não tinha demitido ela ainda porque Julianne precisava do trabalho – e  isso fazia com que ela não saísse por aí abrindo o bico sobre todas as fofocas que sabia. No fim do dia, necessidade era mil vezes mais efetiva do que a disciplina. Especialmente para um homem como Louis.

“Senhor Tomlinson, o estagiário já está na recepção para a entrevista. Devo pedir que ele entre?” perguntou ela, educada e formal, segurando uma pasta em mãos.

A Tomlinson Company precisava de um estagiário novo, desde que Louis tinha repentinamente demitido o anterior. Ele sabia que já não podia mais fugir dessa obrigação, então pediu a pasta e ordenou que ela colocasse o novato para dentro. Louis só passou o olho pela ficha enquanto ele entrava. Dave Collins, 24, formado em qualquer merda que ele não terminou de ler, inglês. Ótimo, pensou Louis, tomara que ele tenha olhos bonitos.

The Father. (Louis&Harry) Onde histórias criam vida. Descubra agora