[V̶e̶r̶m̶e̶l̶h̶o̶ S̶a̶n̶g̶u̶e̶]
ᵃᵈʲᵉᵗⁱᵛᵒ ᶜᵒᵐᵖᵒˢᵗᵒ
1. O vermelho é a cor do elemento 𝘧𝘰𝘨𝘰, do 𝙨𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚 e do 𝙘𝙤𝙧𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 h̶u̶m̶a̶n̶o̶. Simboliza a chama que mantém vivo o d͟e͟s͟e͟j͟o͟, a e͟x͟c͟i͟t͟a͟ç͟ã͟o͟ s͟e͟x͟u͟a͟l͟ e representa...
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𝗨𝗠 𝗙𝗥𝗜𝗢 𝗘𝗦𝗧𝗥𝗔𝗡𝗛𝗢 percorreu minha nuca, mesmo com o calor abafado que a floresta parecia exalar. As sombras entre as árvores ficavam mais densas, como se a escuridão tivesse vida própria, se aproximando cada vez mais. Eu permaneci imóvel, os olhos fixos na direção de onde havia escutado o galho se partir. O silêncio voltou, mas minha intuição dizia que eu não estava sozinha.
Algo estava lá. Me observando.
Meu corpo inteiro estava em alerta, e meu instinto lutava contra as dúvidas. Minha sede pulsava, mas minha sobrevivência exigia foco. Não sabia quem - ou o quê - estava me cercando, mas uma coisa era certa: eu não estava sozinha.
Foi então que ela surgiu. Uma mulher de aparência delicada e elegante emergiu das sombras, movendo-se com uma leveza quase sobrenatural. Seus olhos dourados me encararam com uma familiaridade que me desconcertou, e um sorriso caloroso curvou os cantos de seus lábios, como se ela estivesse feliz por me ver.
── Amélia! Finalmente te encontrei ──disse ela, com uma voz suave e acolhedora, mas carregada de convicção. ── Eu estava começando a achar que você viria.
Eu congelei, as palavras dela me atingindo como um soco. Ela falou meu nome com tanta naturalidade, como se fôssemos velhas conhecidas - mas eu nunca a tinha visto antes.
── Quem é você? Como sabe meu nome? ── Minha voz saiu mais dura do que eu pretendia.
Alice sorriu e deu um pequeno passo à frente, mantendo as mãos erguidas num gesto tranquilizador.
── Sou Alice. Eu vi você chegar. ── ela disse e veio em minha direção. Saber que ela tinha me "visto" chegar só deixava as coisas mais confusas para mim.
Aquela mulher parecia comigo, não de aparência, mas nas questões físicas, seu pele era como uma porcelana e branca, não ouvia seu coração bater muito menos sentia o cheiro do sangue. Continuei lhe encarando mas também estava tentando ouvir se tinha mais alguém com ela. Eu não sabia se podia confiar naquela mulher no meio da floresta. E ela poderia muito bem tentar me machucar ou me levar de volta para aquele homem que vi ao acordar.
── Como assim me "viu"? ── perguntei.
── Eu consigo prever algumas decisões das pessoas, principalmente se sua decisão iria afetar tanto a mim quanto minha família.
A menção da palavra família me deixou em alerta. Não era só ela aqui, existe outros. Outras pessoas como eu ali, que com certeza se alimentam dos humanos.
── Você fala como se já me conhecesse.
── Bem... Eu irei conhecer. Eu e minha família somos como você, Amélia. E estamos dispostos a ajudar.
A noite passava e logo o sol iria nascer e eu não tinha para onde ir. Sabia também que não poderia confiar em qualquer pessoa.
── Eu deveria achar isso reconfortante? ── perguntei, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha. ── Porque, sinceramente, não estou achando.